Total de visualizações de página

terça-feira, junho 01, 2010

Um tributo tardio a Lucindo José Quintans



Morre um dos grandes técnicos da criação do Estado e o fundador do Sebrae/RO

Dizem que notícia ruim chega a galope, mas, está veio mesmo de forma moderna pelo celular: morreu, em João Pessoa, o professor da Universidade Federal da Paraíba e mestre em Engenharia de Produção, Lucindo José Quintans. No seu estado Lucindo era reconhecido como um dos coordenadores do Procase, como o consultor, que elaborou o projeto que resultou na captação de recursos junto ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), instituição da Organização das Nações Unidas (ONU), para serem empregados no Cariri, Curimataú e Seridó e tido como uma das maiores autoridades em Semiarido e Desenvolvimento Sustentado daquele Estado. Não era para menos. Lucindo já havia feito história em Porto Velho sendo um dos fundadores da antiga Secretária de Estado de Indústria e Comercio e, antes disto, fundou por sua livre iniciativa e forte determinação o Centro de Assistência Gerencial de Rondônia-CEAG/RO do qual foi seu primeiro superintendente e, por longos anos, o único e principal defensor da pequena e da micro empresa no Estado por ter uma visão adiantada no tempo de que somente pela difusão e pelo fortalecimento da micro e pequena empresa o Brasil poderia ser, de fato, desenvolvido.
Com tristeza constato que sua inteligência iluminada se vai, aos 62 anos de idade, depois de ter passado mal durante a sexta-feira (28) o que o fez ser levado para o Hospital Memorial São Francisco na capital paraibana onde encaminhado para a UTI, depois de inúteis esforços, teve constatada a morte cerebral, na tarde deste domingo, provocada por uma isquemia total. Durante muitos anos privei da companhia de Lucindo que era um homem extremamente ativo de uma rapidez mental impressionante e mais impressionante ainda capacidade de trabalho. Resolveu ser vereador em Porto Velho e se transformou num dos vereadores mais ativos de nossa capital fazendo uma parceria com João Paulo das Virgens, hoje advogado e ex-delegado de Polícia, que deu bastante trabalho aos prefeitos e lideranças da época na medida em que, jovens e ousados, nada temiam ao ponto de, algumas vezes, terem se arriscado em aventuras temerárias sob o ponto de vista mais pessoal que coletivo. Eram jovens, rebeldes, cheios de vida-como todos nós na época-dispostos a mudar o mundo. E a verdade é que Lucindo ajudou muito a mudar o nosso Estado que passou a ser com sua ajuda e de muitos outros técnicos que fizeram da antiga Secretária de Planejamento dirigida por Luiz César Auvray Guedes um celeiro de técnicos e de ideias que se espalharam depois pelo Brasil afora, como foi o caso do próprio Lucindo, de Reginaldo Vieira de Vasconcelos, de Luiz Alberto Fernandes, Luiz Paulo Caetano Dias, Sheila Bailão, José Mesch, Cláudio Damasceno, Abdias Nascimento, Paulo Scerne, Maria José Monteiro e Luiz Antonio da Costa e Silva entre os que lembro de chofre. Foram muitos que nem lembro, como me ocorre agora o Marcelino Moreira, que vive em Fortaleza, ou arquitetos como a Eliane, a prima da Jussara Gotllieb, outra que participou ativamente destes tempos, de Cruz Alta que me foge à memória, o Humberto não sei mais de que, e com certeza muitos mais, tanto dos que aqui ficaram, como Antônio da Rocha Guedes, José Aldenor Neves, Rogério Scheidt, José Lacerda de Melo, Luiz Carlos Menezes ou Jorge Elage ou alguns que já morreram como Clodoaldo Avelar ou o mineiro Luiz Otávio Moreira de Mendonça que tiveram uma participação relevante nos primeiros planos e nas primeiras instituições do antigo território e hoje Estado. Claro que isto é um pedaço dos muitos que trabalharam tanto para criar imagine que até já naquele tempo um orçamento participativo que, hoje, vendem como novidade. Morre Lucindo José Quintans, um nome que para muitos não diz nada, porém, que criou nesta terra com inteligência e trabalho as bases da realidade atual. Como muitos outros que se foram sem as homenagens devidas, mas, não vieram em vão. Deixaram sua marca que, apesar de hoje já não ter mais lembranças deles, ajudam e beneficiam milhares de pessoas. A grandeza é mesmo isto: criar, dar sem esperar nada mais que saber que lutou, viveu e cumpriu com seu dever. Rondônia, hoje, sem dúvida, chora a morte de um dos seus planejadores de primeira hora e um benfeitor anônimo de muitos de nós.