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quarta-feira, setembro 24, 2014

Crônica em homenagem a um moleque atrevido


Há certas pessoas que nasceram para ser protagonistas, que fazem seus caminhos sem perder a alegria nem a esperança. Que são somente em nascer. São, por assim dizer, figuras. E quando digo figuras, pretendo dizer mesmo que são meio surreais, quase mitos, na medida em que não podem ser julgados pelos comuns sem um viés de pequenez. Porto Velho, assim como é um lugar de monstros não sagrados,  também é um jardim fértil destas figuras. E, hoje, pretendo falar de uma delas. Poderia ser de duas, de vez que são meio siameses: o Saldanha e o Dadá, o Adaídes. Costumo dizer que são, efetivamente, os artistas de Porto Velho, os mais genuínos, seja pelo nascimento, pelo tempo, pela trajetória e pela poesia e vida que criaram. Limito-me ao Saldanha, o popular “Pereca” em virtude de uma fatalidade recente que foi tê-lo abordado inesperadamente um ataque cardíaco que, felizmente, não o levou.

É impossível falar do Saldanha sem lembrar de sua emblemática canção “Olha menino/ eu sou moleque atrevido/ sou pior que bandido. /Eu me criei no areal…” é a cara dele. Uma música fantástica que remete a uma Porto Velho romântica e perdida. Porém, ele tem uma produção excelente e, como acontece com grandes talentos locais, muito ainda desconhecida. Saldanha, que foi um cantor pioneiro de bandas e bares, tem histórias memoráveis que não podem ser perdidas e, mostrou que, com força de vontade e a determinação, se pode alcançar o que se deseja, se alçando de menino pobre a economista, professor de economia e presidente do Conselho de Economia da 24 ª Região e fez um trabalho meritório à frente da merenda escolar, afora ter criado uma saudável família (se bem que, em geral, são nossas mulheres as grandes artesãs desses méritos) na qual a filha se destaca como doutora em Quimica, se não me engano numa universidade alemã. Na última sexta-feira, dia 19, mesmo não podendo ir receber sua homenagem como ex-presidente do Corecon RO,  esteve espiritualmente ( e citado) na festa de 30 anos da entidade. Tenho, entre meus orgulhos, além do fato de ser amigo dele,  a realização conjunta de uma noite musical literária, no Debate Bar, em que recitei poesias minhas e ele cantou, com maestria, diversas músicas, em especial as de Alceu Valença (e algumas melhor do que o próprio autor). Fui visitá-lo, com os também amigos e professores, grandes mestres da Unir, Maurilio Galvão e José Aldenor Neves e encontramos o Saldanha com sequelas, é claro, do golpe que sofreu, porém, mais Saldanha do que nunca. Rimos muito de como contou que, sem conseguir falar, na UTI, via com apreensão, os que morriam ao seu lado e que até se viu, ou sonhou, cercado de anciões com batas brancas ( possívelmente já fazendo o seu julgamento). Resistente ele se recusou (graças da Deus) a ir. E conseguimos rir juntos de seus problemas e ver que se trata de um cavaleiro da esperança. Ser otimista é uma opção. E espero ainda que o Saldanha possa, num dia não muito distante, voltar a cantar. É verdade que ele é um sobrevivente. Nem precisa disto para ser feliz, mas, precisamos dele para tornar a vida mais feliz e melhor. Avóe! Saldanha! 

sábado, setembro 13, 2014

TV Rondônia 40 anos: um sonho que virou legado


É imprescindível registrar os 40 anos da TV Rondônia, comemorado nesta sexta-feira (12) com um jantar em grande estilo na Maison, em Porto Velho, com a presença das maiores autoridades estaduais e de uma significativa amostra das pessoas mais representativas de nossa sociedade. A obra do empresário amazônico Phelippe Daou, iniciada em setembro de 1974, hoje, ultrapassou não apenas o tempo, mas, se tornou também uma testemunha da história, uma fonte permanente de informação e diversão e, por sua liderança continuada e participação social, um patrimônio de nosso Estado.
Se já não é fácil uma empresa sobreviver na Amazônia, ainda mais no ramo das comunicações, a longevidade e a pujança da Rede Amazônica de Televisão é, sem dúvida, um legado de Daou para Rondônia sem, no entanto, deixar de ser uma comprovação de suas qualidades, que vão muito além do talento empresarial, e se estendem pela formação moral e humana, que o faz caminhar com o pé no chão para criar uma empresa sólida e comprometida com os valores mais caros para a construção de uma boa sociedade. E o faz criando, ao mesmo tempo, um bom ambiente de trabalho para os seus colaboradores sem perder de vista que o papel da empresa é o de bem informar com fidelidade aos fatos, busca de equilíbrio, justiça e qualidade. Um sucesso que alcançou em Rondônia com cinco emissoras e 22 repetidoras espalhadas em locais estratégicos do Estado.
Na festa, por sinal impecável até mesmo com o toque de requinte da Orquestra Vilas-Lobos, que foi um show à parte, o diretor-presidente da Rede Amazônica, Phelippe Daou, fez uma retrospectiva emocionada relembrando os diversos diretores anteriores até o atual, Luiz Antonio Campanari, e confessou que "Eu fico muito feliz porque uma data como essa nem se pensava naquele tempo. O aspecto de todo território que depois se transformou em estado era de quem começava a vida. Quarenta anos depois não foi apenas a Rede Amazônica que cresceu, foram todos". E homenageou ao comandante Desival Ribeiro, que presente foi ovacionado, por ter naquela época pilotado aviões com os quais pousava em ruas de bairros nas cidades de nosso estado para começar a enfrentar o desafio de implantar retransmissoras de televisão.

De fato, este foi o passado muito difícil, mas, a TV Rondônia passou por grandes transformações, cresceu e, agora, transmite imagens por meio do sistema digital, daí, o vice-presidente da Rede Amazônica, Aluízio Daou, declarar que tem a sensação “de parte do dever cumprido e que não foi em vão”. Não foi mesmo. A Rede Amazônica de Televisão, hoje, faz parte de nossas vidas, além, de, como afiliada da TV Globo, ter ganho os reforços do G1 Rondônia e do GloboEsporte.com, que representam mais uma etapa de conquista e de informação para estado. São, não se pode negar, 40 anos fazendo parte de nossas vidas. Um grande legado que o sonho de Phelippe Daou transformou em realidade e que enche de imagens, sons e cores nossas vidas diariamente. Com a consolidação da TV Rondônia ganhamos todos nós em informação e lazer. Por tal razão é que não se pode deixar de louvar o que deve ser louvado. 

segunda-feira, setembro 08, 2014

A credibilidade na internet



É de todos conhecido, ou, se não é, esta disponível nos melhores dicionários, o sentido da palavra credibilidade que origina-se do latim “credibilitas”, que tem o sentido de “o que é de acreditar, o que é de confiança” e que pode ser definido como atributo, qualidade ou característica de quem é crivel, de quem merece confiança. Falar de credibilidade é essencial num momento em que, com o descrédito geral nas instituições e, principalmente, na política, se tende a colocar todas as coisas em dúvida como se não houvesse, de fato, muitas pessoas, instituições, órgãos e até mesmo políticos que merecem que se dê um crédito, que merecem, enfim, confiança.
Embora a população brasileira, até por conta da banalização dos escândalos e pela utilização da política torpe de assassinar reputações, esteja tendendo a uma baixa credibilidade em relação a tudo, é essencial sabe discernir entre o que merece, ou não, credibilidade. E isto ganha maior importância ainda quando se vulgariza uma coisa tão importante e maravilhosa como é a internet, com a qual se tem acesso a uma miríade de informações e, aqui o perigo, de besteiras e mesmo de difamação. É fundamental se ter a capacidade de discernir entre o que é informação e o que é, simplesmente, mistificação ou tão-somente meias-verdades disfarçadas de notícia para, muitas vezes, atingir as instituições ou as pessoas. Infelizmente, muitas pessoas incapazes, pessoalmente, de matar uma mosca parecem perder o bom-senso quando entram na internet e utilizam, por exemplo, o Facebook. Sem o menor senso de responsabilidade ajudam, sem nem mesmo compreender que se podem tornar réus em processos de danos morais, certos vídeos, notícias ou juízos de valores que ou são mentiras simplesmente ou distorcem a realidade e, em grande parte, com um amadorismo e uma falta de ética que faria corar um frade de pedra.

Neste sentido é preciso ainda observar que há jornais e sites que são meros propagadores de versões que interessam aos grupos de poder ( e são por eles pagos), bem como existem internautas que recebem dinheiro, ou até mesmo por ideologia, se dedicam a atacar quem pensa diferente ou não aceita suas ideias numa visão totalitária e fascista do papel da imprensa, seja ela qual for. Há até mesmo jornais, revistas e sites que são feitos ( e vivem) de buscar problemas, seja de qual tipo for, para até mesmo achacar os envolvidos na questão. Acontece que, por mais que possam granjear, por algum tempo, audiência com o sensacionalismo acabam por acumular processos e perder a credibilidade até porque não é possível se ter credibilidade sem ter coerência e sem permitir o conflito de versões. Neste sentido, é que, sob o ponto de vista da verdade, por mais que se tente dizer que a internet é a democratização da imprensa não o é. Em geral o que circula na internet pode ter sabor de novidade e, algumas vezes, de fato, se criam algumas coisas criativas, mas, falta a quem cria sozinho o olhar do outro e, muitas vezes, o sal da divergência. Em geral a imprensa não é feita pelos donos dos órgãos, mas, por seus subordinados que tem ideias próprias e interesses que vetam determinados exageros (ou até mesmo censuram o que contrária seus interesses). Isto não acontece na internet, é verdade. Mas, por isto mesmo, a credibilidade na internet é mais complicada. Isto é ainda mais facilmente comprovável ao se verificar que, fora dos sites da grande imprensa, são poucos os que conseguem credibilidade e levam tempo para tal. A credibilidade, porém, tende a cada vez mais exercer um papel de importante de relacionamento das empresas e pessoas com o mercado. E é por isto que, alguns sites com o tempo, se consolidam pela honestidade, pela diversidade de opiniões e por um comportamento democrático que se espera de uma imprensa voltada para o bem comum e a construção de um país melhor.