Lula, que sempre foi o
dono do Partido dos Trabalhadores-PT, afirmava que quando assumisse o governo
daria solução para os problemas brasileiros. E passou mais de trinta anos
chamando os outros partidos de corruptos, pregando a divisão de classes (o nós
contra eles), xingando as elites (ainda quando comandava o país, ou seja, quando
era ele é a elite-mor). Não se pode dizer que não teve seus quinze minutos de
fama: amparado na multiplicação das benesses a sindicalistas, órgãos de
comunicações e movimentos sociais montou a maior claque que o Brasil já teve.
E, navegando no crescimento mundial e na liberação do crédito, fez a população
acreditar que o Brasil, de uma hora para outra, tinha acabado com a fome, criado
uma via de desenvolvimento sustentável e se transformado em país de primeiro
mundo. A fantasia durou enquanto duraram as burras cheias de dinheiro do
tesouro. Já no final do seu segundo mandato as coisas estavam feias, mas,
pioraram significativamente quando entregou o cetro à Dilma Roussef,
apresentada como a “gerente”. E ela gerenciou a derrocada por quatro anos. E,
não satisfeita, apesar do rombo que o caixa apresentava, partiu para ganhar um
segundo mandato, onde não somente gastou milhões com empresas de marketing
político e de comunicações, utilizando amplamente as mídias sociais, inclusive
fazendo o que, hoje, acusam Bolsonaro de fazer, o WhatsApp, com mensagens
propagandísticas. Elegeu-se, mas, a deterioração do governo e do partido já
havia alcançado limites inimagináveis: nunca antes neste país houve tanta
corrupção. Todos os outros partidos estavam envolvidos, pois, o PT havia
comprado todo mundo no atacado ou no varejo. A Lavajato explodiu o tumor e a
credibilidade do PT foi para o ralo. O povo viu que Lula havia acusado os
outros do que sabia fazer muito bem. Não são as mídias sociais, nem a
inteligência ou a esperteza de Bolsonaro que estão derrubando o PT. O PT, hoje,
luta contra o povo que acreditou nele. Pode mudar as cores, todavia, não pode
mais se apresentar com a cara limpa e honesta que um dia já teve. Efetivamente,
o povo não esquece o estelionato eleitoral de que foi vitima, da enganação
maciça, da tapeação gigantesca que foi a reeleição desastrosa de Dilma. Nem de
que, com ela, começou a pagar a conta do que o PT denomina, hoje, dos “anos
felizes”: recessão, desemprego, corrupção e endividamento. Bolsonaro foi o
felizardo por sua luta contra o que sabia ser errado. Com todas as suas
contradições e limites encarna a mudança. Encarna a decência contra a
corrupção, a esperança de paz contra a violência predominante, a esperança na
política e nos políticos. É uma aposta que pode não dar certo? É. Mas, o povo
não quer mais o PT. O PT não entendeu que não luta contra Bolsonaro, mesmo com
a fala lúcida de Mano Brown. Luta contra a maioria da população que não aceita
mais o partido. Não há a mínima condição do PT ganhar. Os petistas se
desesperam gritam, esperneiam, choram, chamam os outros de fascistas, inventam
fakes, usam crianças numa propaganda que chega às raias da inconsequência, querem
puxar o tapete, mudar o mundo e as regras. O problema é que a democracia é uma
questão aritmética, de voto: ganha quem a maioria quer. E o nome está na rua,
na mídia e estará nas urnas do dia 28: Jair Bolsonaro. É uma aposta na
interrogação, porém, os brasileiros preferem o desconhecido ao que já se provou
ineficiente e danoso. Bolsonaro é a desarrumação popular contra tudo que está
aí e que o povo não quer mais.
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sexta-feira, outubro 26, 2018
terça-feira, outubro 23, 2018
APROXIMA-SE DO FIM A GUERRA ELEITORAL DAS SANDICES
Esta
é, sem dúvida, a campanha mais bizarra, mais surpreendente, violenta e insólita que o Brasil já assistiu. Jair Bolsonaro e o poste de Lula continuam trocando
pérolas, se estapeando, se esmerando em dizer besteiras e acirrar os ânimos entre
suas duas claques. O democrático, e moderado, Haddad, que dizem os seus
adeptos, não tem o menor pendor para ser fascista, foi o primeiro a dizer que
Jair Bolsonaro é um "anti-ser humano a ser varrido da face da Terra".
E, claro que como Lula ele não sabe de nada, enquanto o PT tentava emplacar a
hastag #BolsonaroAnticristo no Twitter. Vindo da esquerda petista qualquer coisa
é normal. Por outro lado, Bolsonaro disse que “A faxina agora será muito mais
ampla, se essa turma quiser ficar aqui vai ter que se colocar sob a lei de
todos nós, ou vão pra fora ou pra cadeia. Esses marginais vermelhos serão
banidos de nossa pátria”. Ele colocou a lei no meio, mas, é uma afirmação que
tem muito pouco de bom senso. E que joga lenha nos ataques e acusações de
fascismo contra ele, que nem liga, e contra seus eleitores que, estimados em
mais de 60 milhões, estão bem longe de ser isto. Chamo tudo isto de “fumaça
eleitoral”. O problema é que isto desviou a campanha de qualquer discussão
importante. Virou um desvario virtual onde muitas pessoas que pensam se perderam
e passaram a se comportar como policiais da opinião alheia, com professores,
que deveriam educar, partindo para acusações infundadas, a repetir slogans
vazios e até mesmo utilizando palavras de baixo calão. É um festival de
sandices que só desperta o pior do ser humano e nojo de olhar para o Facebook
ou ver as “descobertas” e fakenews, via whatsapp, que são enviados como se
fossem o suprassumo da sabedoria humana querendo colonizar a cabeça alheia. Me
poupem! Ninguém, com a idade que tenho, vai conseguir mudar meu modo de pensar,
nem me impedir de analisar com os meus próprios neurônios.
Bolsonaro,
é claro, tem seus problemas. Não é um mito. É um homem que encarnou a vontade
de milhões de mudança. E a mudança é contra o PT com toda razão. Afirma Sérgio
Pardellas, num artigo denominado de “A cristianização de Haddad” (https://istoe.com.br/a-cristianizacao-de-haddad/)
que “o partido que se recusou a assinar a Constituição de 1988, votou contra o
Plano Real, não topou participar da coalizão em torno de Itamar Franco
pós-impeachment de Collor e que buscou a hegemonia por meio do aparelhamento do
Estado, da corrupção institucionalizada e da perseguição inclemente a
adversários políticos, muitos tratados como ‘inimigos a eliminar’, não dispõe
de autoridade moral para entoar, aos 48 do 2º tempo, a cantilena da aliança do ‘centro
democrático’- desde que encabeçada pelo PT. Repetindo a sentença-sinceriCIDio
de Gomes: o partido que adota a mentira como dogma de ação ‘vai perder e vai perder
feio’”. É o que se constata de todas as pesquisas sérias que foram feitas,
neste segundo turno, onde Bolsonaro supera a casa dos 60% dos votos válidos e
se consolida como virtual presidente com uma vantagem acima de 21,5 milhões de
votos. A rejeição de Haddad é muito maior e o Ibope constatou que 60% dos
eleitores não votam no candidato petista. Esta a razão pela qual afirmo que,
quem está indo contra ele está indo contra a maioria do povo brasileiro. São os
fatos. O PT já teve esta maioria a seu favor. Não tem mais. O PT luta contra o
povo brasileiro. Por isto, não importa o que façam, digam, estrebuchem, chiem.
No domingo perderão. Já perderam. Só irão constatar na contagem dos votos.
segunda-feira, outubro 22, 2018
A VIA CRUCIS DO PT E DA ESQUERDA BRASILEIRA
É
impressionante a fragilidade do discurso de esquerda nesta eleição de 2018. Se
uma de suas capacidades sempre foi a de vender o sonho, o imaginário, novas
formas de ver o mundo, o que se mostra, nesta eleição, é que se encontra à
direita da direita, de vez que, hoje, luta pela conservação do “status quo”, ou
seja, são os verdadeiros conservadores. Nesta eleição bradam, desesperadamente,
pelo politicamente correto, quando toda a cúpula petista se encontra na cadeia
ou processada, e, sem a menor lógica, incorporam nos seus programas a
descriminalização das drogas, o aborto e a liberdade de criminosos. Ignorando a
vontade popular pregam a volta dos “bons tempos”, que não pode ser representado
por eles, basta ver que escondem Dilma Roussef, o retrato do desastre econômico
e são guiados por Lula, um detento. O
resultado é o que se vê: os segmentos ditos de direita, mesmo sem dinheiro e
imaginação, conseguiram criar um conjunto de imagens, de estatísticas, de
slogans que empolgam o eleitorado. O comportamento politicamente incorreto de
Bolsonaro deixa os adversários encurralados numa armadilha: para tentar miná-lo
precisam dizer que são politicamente corretos, quando não o são. Então, só
restam os argumentos rasteiros: Bolsonaro é fascista, racista, misógino,
homofóbico, e, agora, para completar, desonesto.
É
um ótimo discurso para Bolsonaro. Principalmente, que sem poder sair do canto
do ringue, a esquerda em geral, e os petistas em particular, se exasperam e
exercem a censura, o moralismo, o policiamento e até o xingamento contra os que
pensam diferente, em suma, perderam o patrimônio de ser a vanguarda da
sociedade e foram empurrados para exercer o papel da direita mais extrema, de
repressão, de acusações infundadas, de
policiamento ostensivo e antidemocrático da opinião e dos direitos
alheios. É uma completa inversão de papéis: a esquerda se tornou extrema-direita!
O que não enxergaram, até por problemas ideológicos, é que não existe ideologia
nenhuma na ascensão de Jair Bolsonaro. Uma parte é culpa do insucesso do
governo petista na economia, mas, outra parte é porque Bolsonaro encarnou o
reclamo popular pela decência na vida pública. Contra isto não adianta dizer
que Bolsonaro representa a barbárie (atribuindo a si mesmos os papéis de
iluminados). Bolsonaro somente usa o figurino que o povo deseja de moralista,
militar e defensor da ordem pública. Caiu nas graças do povo porque apareceu
gritando primeiro contra a desordem, a desorganização, a anarquia de Brasília! Ganhou
notoriedade por representar o diferente no meio do discurso tosco, comum e
mentiroso dos políticos. O capitão caiu
na graça do povo e ganhou notoriedade por ser um “outsider”. E a participação
de militares no seu governo é vista como um sinal de que se terá ordem no
futuro, como um aviso de que as coisas irão mudar. Invés de causar temor, causa
satisfação. E é contra este sentimento que a esquerda e o PT lutam. Querem
derrubar Bolsonaro de qualquer jeito. Não respeitaram nem o seu bucho aberto
por uma facada, mas, estrebucham desesperadamente na mão dos brasileiros que
ignoram, sistematicamente, seus ataques, respondendo com o aumento da vantagem
de Bolsonaro sobre seu adversário. A esquerda, que ironia, se colocou contra o
povo! Irão se desesperar, sem jeito, até serem derrotados fragorosamente nas
urnas no próximo dia 28 de outubro.
terça-feira, outubro 16, 2018
VITÓRIA DE BOLSONARO DEVE SER POR UMA DIFERENÇA MUITO MAIOR
A
primeira pesquisa Ibope/Estado/TV Globo divulgada na segunda-feira, 15,
confirmou o que as outras existentes já afirmavam: Bolsonaro aumentou a
distância em relação ao seu adversário. Mas, os
59% das intenções de votos de Jair Bolsonaro (contra 41% de Haddad),
considerando-se apenas os votos válidos, uma diferença a favor do candidato do PSL
expressiva de 18% de vantagem pode ainda aumentar muito mais. É o que mostra a pesquisa
Datafolha de 10 de outubro, onde Bolsonaro obteve 58% das intenções de voto,
enquanto que para Haddad este número foi de 42% e apontava que a rejeição a
Haddad agora é muito maior do que a de seu adversário: 47% dos pesquisados
afirmam que não votariam nele em hipótese alguma enquanto que para Bolsonaro a
rejeição foi de 35%. Este é um indicador que a campanha eleitoral em rádio e
televisão de Bolsonaro está sendo mais eficaz do que Haddad em provocar o
aumento da rejeição do concorrente.
Isto
em grande parte porque Bolsonaro está sendo beneficiado por dois fenômenos
conjuntos: 1) O PT optou por uma campanha de ataque ao que considera pontos
negativos do seu concorrente e taxando-o de fascistas; 2) Há um grande
sentimento antipetista e anti-Lula que, segundo pesquisa, dois terços dos
brasileiros desejam que continue preso. A pecha de fascista em Bolsonaro parece
muito pouco eficaz. Afinal se trata de um nome que, no primeiro turno, recebeu
49 milhões de votos e, como a insensatez do ataque se espalha, nas mídias
sociais se torna mais negativo ainda com os petistas convictos tachando os
eleitores de Bolsonaro de fascistas. É muito fascista no Brasil inteiro pelo
visto. Só aumenta a rejeição ao PT e ao seu candidato.
Também o PT não desce
do salto alto e não fez o seu “mea culpa”, apesar de toda a sua direção já ter
experimentado a cadeia. Neste ponto, o senador eleito, Cid Gomes, detonou uma
crítica que foi contundente: o PT agia como se fosse “dono do Brasil” e o
Brasil é, de fato, um país complexo. Nem mesmo adiantou a retirada de Lula das
imagens e a mudança nas cores, eliminando o tradicional vermelho do PT e
adotando o verde-amarelo, a marca negativa do partido, pois, como também adotou
uma agenda onde as propostas de governo continuam sendo vagamente expostas ( o
que também acontece com Bolsonaro) as
campanhas investem nos conflitos no campo moral e cultural, que sempre foi o
forte do populismo no PT, porém, que, agora, parece Bolsonaro e sua equipe têm
aplicado esta técnica com muito mais eficácia. Nada parece mover as tendências,
o que favorece Bolsonaro, principalmente, porque se persistem estas condições,
é provável que o capitão deve vencer a corrida
presidencial com uma ainda mais larga margem de vantagem. De vez que, dada a
expressiva diferença de votos em favor de Bolsonaro que não foi captada pelos
institutos de pesquisa, tudo leva a crer que parece haver muitos eleitores que
evitam declarar publicamente sua opção por Bolsonaro, mas, são votos que podem
produzir uma vantagem numérica ainda maior. O primeiro turno mostrou isto
concretamente e, com o pouco tempo existente, e a mais completa falta de opções
no quadro atual, onde são limitadas as chances de mudança, tudo indica que
Bolsonaro deve vencer com uma diferença muito maior.
quinta-feira, outubro 11, 2018
HADDAD NÃO É MAIS LULA?
No
primeiro turno Haddad usou a bandeira vermelha do PT e saiu dizendo, a Deus e o
mundo, que era Lula. Até teve a coragem de usar uma máscara do seu líder. O
resultado foi o que se viu: Bolsonaro teve 49.276.990 votos (46,03% dos
válidos), e Haddad, 31.342.005 (29,28%). Assim Bolsonaro teve 17.934.985 votos
a mais. Bem, o segundo turno é outra eleição? Pode Haddad virar? As respostas
são sim e sim, habitualmente. Porém, na situação atual a possibilidade disto
ocorrer é muito mais de não e não. A razão é que já no primeiro turno a eleição
polarizou-se e os que não votaram em Bolsonaro, fora os brancos e nulos, ou
seja, votaram em outros candidatos foram um pouco mais de 26 milhões. Decorre
disto que, se Bolsonaro só tivesse o mesmo número de votos, Haddad, para
vencer, precisaria buscar para si cerca
de 70% dos votos que foram dados a todos os outros candidatos.
A
dificuldade imensa disto é que Haddad não consegue obter nem mesmo os votos que
Lula poderia alcançar. Piora ainda mais a possibilidade quando se verifica que
o primeiro turno mostrou um forte sentimento antipetista que se ancora numa
situação real: Lula e os principais nomes do Partido dos Trabalhadores ou estão
presos ou estão condenados pela Justiça por corrupção e outros crimes. A farsa
do “golpe” recebeu uma condenação pública em Minas Gerais com Dilma Roussef
acabando em quarto lugar na eleição para o senado. E não foi só ela: Suplicy,
um símbolo do PT e uma liderança paulista também perdeu para o senado, mesmo
sendo favorito. E, como o PT também teve apoio de outros partidos, que
participaram do botim com ele, as lideranças, os velhos caciques que o
apoiaram, foram, exemplarmente, castigados. É o caso de Romero Jucá, de
Requião, de Raupp e tantos outros.
Qual
a estratégia de Haddad para tentar reverter o jogo? Segundo tudo indica é
amenizar o discurso petista, buscar o centro, não ir mais pedir conselhos de
Lula na cadeia de Curitiba. Ou seja, Haddad não é mais Lula. O grande problema
desta estratégia é que não basta deixar de usar o vermelho ou trocar as cores
de sua campanha para verde e amarelo. Como deixando de ser Lula irá segurar os
votos que são de Lula? O que é certo é que ao se afastar de Lula deve
desagradar a uma parte do seu próprio eleitorado. E assumir mais o seu lado
Haddad. Bem, outro problema é que o próprio Haddad não está fora dos problemas
que o PT possui: além de processos tem contra si também a pecha de ser um
administrador não muito competente. Haddad pode não ser Lula, mas, pode não ser
muita vantagem voltar a ser Haddad.
terça-feira, outubro 09, 2018
O COMÉRCIO EM 2030 SERÁ MUITO DIFERENTE
Como
será o comércio em 2030? Mais sustentável e inclusivo? Estas foram perguntas que nortearam o debate na edição
2018 do Fórum Público da Organização Mundial do Comércio (OMC), que aconteceu
entre os dias 2 e 4 de outubro, em Genebra, na Suíça. O que ficou patente no
encontro foi que as mudanças tecnológicas e sociais provocarão uma grande
transformação da sociedade e vão gerar novos hábitos de consumo, fazendo com
que o ato de ir às compras no futuro seja muito distinto do de hoje. Uma das
expectativas é a de que, em 2030, o varejo será lazer, com as fronteiras, entre ambos, desaparecendo, de vez
que as experiências de compras únicas e personalizadas para consumidores serão
cada vez mais digitais. A expectativa também é de que o acesso aos bens
predomine sobre a sua posse. Outra previsão é a de que a cadeia de abastecimento
irá adaptar-se a prazos de entrega cada vez mais curtos. As mudanças na procura
e as possibilidades ofertadas pelas novas tecnologias vão fazer com que os
processos de produção se tornem mais locais com a produção feita por impressão
3D e 4D, o que impulsionará o comércio. Os
clientes forçarão os varejistas a caminhar mais no sentido da omnicanalidade,
integração entre todos os canais, de tal modo que a norma será comprar o que se
quiser, como e quando se quiser, o que irá requerer uma interação mais intensa
entre as empresas e a logística. A loja física deve continuar a desempenhar um
papel importante na comunicação da marca e na atração do cliente. E mesmo os
negócios puramente on-line, chamados de "pure players", amparados na
análise de dados, acrescentarão lojas físicas ao seu canal online.
Uma
tendência que parece inevitável será das cidades reduzirem a prioridade dos
veículos. Decorrente disto a necessidade de criação de jardins e praças e de
ambientes mais acolhedores. Isto deve levar a uma revalorização dos centros das
cidades, mais amigáveis para os pedestres, e com uma maior dinâmica e atividades como os festivais urbanos, pois,
o lazer deverá ganhar maior expressão nessas áreas. Na verdade, os centros
comerciais serão comunidades de uso misto e incluirão todos os elementos para a
vida cotidiana, misturando escritórios, varejo e áreas residenciais. E passarão
a incluir novos serviços, como ofertas educativas, espaços de co-working, zonas
de armazenagem e serviços de saúde. Com o aumento das vendas online serão
necessárias menos lojas para cobrir um mercado. Em contrapartida, os
consumidores serão mais exigentes e cobrarão experiências mais personalizadas. A
tecnologia digital reformulará as lojas físicas para melhorar a experiência de
compra e reduzir custos. E não será nenhuma surpresa a introdução de com robôs
no varejo para a automatização de processos. O Big Data e análise de dados aprofundará o poder
de previsão e o entendimento das emoções
dos clientes. É varejo concorrerá com o lazer focado na personalização de
produtos para manter a fidelidade dos clientes. Surgirão novas soluções que não
se tem como prever, mas, veículos autonômos recolherão os produtos devolvidos
em casa dos clientes ou em pontos definidos. A logística recorrerá à analise de
dados para serem mais eficazes, o que tornará os processos de entrega e
devolução bem mais eficientes. O
artesanato, em 2030, será um novo
segmento do comércio. O consumidor está cada vez mais interessado em produtos
artesanais e marcas locais devido ao aumento da procura por experiências únicas
e autênticas, daí, o número de negócios
independentes deve aumentar. Além disto, as próprias grandes cadeias de varejo
vão desenvolver conceitos e marcas com aparência independente para ocupar uma
parte deste mercado. Não há dúvida de que a
beleza e a saúde serão setores que ganharão imenso impulso. Graças ao
Instagram, Facebook e da vontade de
aparecer continuamente, os negócios da beleza e cirurgia estética,
focados na melhoria da imagem, tendem a ter um forte crescimento, bem como a
procura de bem-estar fará crescer os serviços de "wellness" e as
lojas de alimentação .
Nos
combustíveis, os a previsão é do surgimento de mini hubs logísticos. Os serviços serão centrados nos veículos
elétricos, porém, incorporarão mais
oferta de comércio e de lazer devido aos tempos de espera dos carregamentos.
Devido à sua localização, converter-se-ão também em locais de mini distribuição
e incluirão diferentes opções de ponto de retiradas de mercadorias (os
"click & collect"). O que parece ser uma tendência consolidada é
a de que os consumidores serão mais sensíveis às experiências do que para a
aquisição de bens, o que aumentará o nível de competitividade. Na prática
desparecerão as grandes diferenças de preços entre os artigos de luxo e os
comuns e o consumidor tenderá a compras no curto prazo, com os produtos
baratos, ou no longo prazo, com os produtos de maior qualidade.
segunda-feira, outubro 01, 2018
ELEIÇÃO NÃO É RISCO PARA A DEMOCRACIA
Muitos
analistas, apressados ou influenciados pela mídia ou mesmo pelas redes sociais,
afirmam que o país está dividido entre Bolsonaro e PT, daí que, qualquer deles
que ganhe, a ingovernabilidade ameaça o próximo governo. Sinceramente esta não
é minha leitura da situação atual. É visível, por exemplo, o desgaste do PT,
mesmo no seu núcleo mais forte, o Nordeste. Haddad, segundo o último
levantamento do Ibope, alcança apenas 29% dos votos, enquanto Bolsonaro, sem
base partidária forte e sem horário eleitoral, consegue ter 17% dos votos. E a
propaganda do candidato do PT, Fernando
Haddad, prometendo que os bons tempos
de Lula voltarão parece não surtir o efeito desejado. Ninguém parece ter
saudades deste passado, exceto os próprios petistas.
Talvez
ainda esteja muito recente na mente das pessoas o próprio anúncio eleitoral da
campanha de Dilma Roussef que prometia a felicidade, a volta dos bons tempos de
Lula, mas, entregou ao país a maior recessão econômica de sua história. Basta
verificar que saiu deixando 12,3 milhões de desempregados, com uma inflação em
9,3%, uma retração do Produto Interno Bruto-PIB de -3,9%, a aceleração da
dívida interna que aumentou mais de 70%, sem contar a perda de valor das
empresas nacionais do qual a assaltada
Petrobrás foi o maior exemplo. Ninguém deseja mais a volta do PT dos “nós e
eles”, afora os petistas que, por problemas com a justiça ou ideológicos,
aceita a tosca versão de Lula e deseja vingança contra os “golpistas”, que
promoveram o impeachment de Rousseff. O problema disto é que os supostos
“golpistas” são a maioria do povo brasileiro.
Quanto
a Bolsonaro (PSL) é verdade que se trata de um candidato impregnado de
conservadorismo, bem como, parte de seus adeptos fazem manifestações de racismo
e homofobia. Porém, muito mais do que isto sua força se deve apelo aos valores
familiares, à necessidade que as pessoas sentem de ordem, de segurança, da
volta, aí sim onde estão as verdadeiras saudades, dos tempos em que se podia
circular pelas ruas sem medo de assaltos ou de tiros. Bolsonaro pode até não
ganhar, mas, no momento atual, é quem mais representa a necessidade de paz que
o país anseia. É paradoxal que um capitão do exército, uma pessoa com
personalidade contraditória como ele, encarne, hoje, as aspirações nacionais.
No entanto, ele sim é o representante do desejo da maioria por ser, de fato, o
único que mobiliza a população, inclusive parte contra ele. Mas, isto não
autoriza ninguém, inclusive por seus atos e palavras, a crer que sua eleição
seja uma ameaça às instituições.
Penso
que não importa quem ganhe não há riscos para a governabilidade, que já passou
por testes bem duros nos últimos tempos. A questão muito maior que envolve a
atual eleição é se iremos avançar ou não, além de Lula. Na verdade é sua sombra
que tisna a atual eleição, de vez que, mesmo na cadeia, ainda manipula seu
partido e interfere, de forma indevida, no processo eleitoral. Mas, somente
isto é feito com a conivência de grande parte da imprensa (por ele muito
favorecida) e pela manipulação de dados das pesquisas. Apesar dos pesares,
mesmo com o acirramento de opiniões, a democracia se fortalece com eleições.
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