Eu também sou
Rodrigues, mas, não sou Nelson. Se fosse escreveria que já estava escrito nas
palimpsestos gregos, nas pedras ancestrais, nos primórdios da criação do mundo,
nas línguas dos primeiros profetas que o Flamengo seria campeão da Libertadores
este ano. Este time do Flamengo é um grande time? É, inexplicavelmente é. Feito
mais por obra do acaso, embora também fruto de trabalho de excelentes técnicos,
é uma obra das mais improváveis. É que nele estão juntos velhos talentos,
talvez, movidos também por antigas paixões reavivadas, com promessas, agora,
cumpridas e até com desconhecidos talentos, como Pablo Marí. Trouxeram Diego, Diego
Alves, Rafinha e Filipe Luís, veteranos consagrados, para juntar com nomes
conhecidos, todavia, que ainda não tinham marcado seus nomes nos campos, como
Bruno Henrique, De Arrascaeta, Gerson, Everton Ribeiro, Rodrigo Caio e, até
mesmo, Gabigol, que, mesmo tendo sido artilheiro do brasileiro, não tinha ainda
títulos que sedimentassem sua carreira. Com a mão do português, Jorge Jesus,
arranjando as peças, fizeram história e se tornaram campeões da Libertadores de
2019. É verdade também que sobraram no campeonato brasileiro. Tudo indica que alcançarão
a maior quantidade de pontos que um time ganhador já conseguiu, desde que o
campeonato de pontos corridos foi estabelecido. Sua campanha, com vitórias
memoráveis, o seu bom futebol rápido e demolidor, credenciavam o Flamengo como favorito contra
o River Plate. Ainda que Gallardo, que ignorava o destino, tivesse razão em
dizer que se o Flamengo era superior que provasse nos gramados. Que foi
provado, foi. Mas, convenhamos, da forma mais cruel possível. Sejamos justos.
Não há como negar que o River foi melhor durante exatamente 93 minutos da
partida. Jogou uma partida impecável durante todo este tempo. Dominou o campo,
impediu que o Flamengo jogasse. O Flamengo foi irreconhecível, ao ponto, de
permitir um gol inacreditável, que foi uma falha coletiva, porém, quase
espírita. Era uma jogada que teve tudo para não acontecer. Não pensavam assim
os deuses do futebol que permitiram ao River o sabor de pensar que poderiam vencer.
Depois de uma hora e meia sem conseguir fazer uma única jogada, adormecido em
campo, dominado, submetido, o Flamengo despertou. Do triste Flamengo, que não
acertava passes, que não fazia uma jogada certa, que não ganhava um rebote, que
desanimava o torcedor, reapareceu o time vencedor e, em três minutos, em apenas
três rápidos minutos, fulminou o River Plate. Acertando uma jogada! Só uma! E,
com ela, desmontou tudo o que o River havia feito. O golpe foi tão mortal, tão
fatal, tão perfeito, tão monumental que nem precisou de uma segunda. De um
lance improvável, de uma bola lançada mais para a defesa do que para um provável
ataque, de um lançamento sem futuro, o faro de goleador de Gabigol, a vocação
de artilheiro, brilhou. E ele, que só havia tido o fácil trabalho de empurrar a
bola nas redes no primeiro gol, como um tanque, se impôs aos zagueiros, que
atrapalhados, assistiram o seu chute implacável, certeiro, matador. Não havia o
que fazer mais. Era só levantar a taça. Foi sorte? Foi. Porém, quem disse que
os grandes times não precisam de sorte para vencer? A sorte foi tanta que, no
domingo, foi campeão brasileiro sem entrar em campo. Agora, sejamos cirúrgicos,
precisos no exame: ninguém é um grande campeão apenas com sorte. O Flamengo fez
história jogando muito. E foi premiado ganhando a Libertadores quando fez sua
pior partida dos últimos tempos. Porém, não é todo time que só precisa de três
minutos jogando bem para ganhar do River Plate. A verdade é que estava escrito!
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segunda-feira, novembro 25, 2019
terça-feira, novembro 19, 2019
AS MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO RECLAMAM NOVAS FORMAS DE PENSAR O FUTURO
Leio no jornal
português “O Público” que uma pesquisa do Instituto Nacional de Estatística
(INE) revela que as empresas portuguesas contatam mais frequentemente os seus
trabalhadores fora dos seus respectivos horários de trabalho atualmente mais do
que há quatro anos. Segundo ainda a mesma pesquisa quase 40% dos funcionários tiveram
solicitações de trabalho no seu período de descanso pelo menos uma vez nos dois
meses anteriores. Segundo o inquérito, em 2015 mais de metade (56,6%) da
população empregada no 2º trimestre afirmava nunca ter sido contatada
profissionalmente fora do horário de trabalho. No trimestre equivalente de
2019, aquele valor diminuiu 3,9%, sendo agora 52,7% os que fazem tal afirmação.
Em sentido contrário, 39,2% dos trabalhadores empregados hoje dizem ter sido
contatados por questões da empresa em horário de descanso, pelo menos, uma vez
nos últimos dois meses – a diferença entre os dois indicadores são os
entrevistados que não sabem ou não respondem. Destes, 20,2% receberam este tipo
de contato “uma ou duas vezes”, enquanto os restantes 19% revelam uma prática
mais frequente. Na maioria desses casos (13,2%), os contatos são feitos na
expectativa de que o trabalhador interrompa o seu período de descanso para
resolver algum problema. Os contatos
fora do horário de trabalho são mais frequentes entre homens (49,1%, contra 40,3%
entre as mulheres); funcionários com formação superior (61,2%) e trabalhadores
por conta de outrem (56,8% reportam a existência destas práticas nos últimos dois
meses). Dentro destes, o fenômeno é particularmente sentido pelos funcionários
que têm vínculos com termo (60,5%). Também é significativo na pesquisa que quase
um terço dos trabalhadores (28,8%) afirma trabalhar “sempre, ou muitas vezes”
sob pressão de tempo, “tendo de terminar tarefas e trabalhos ou tomar decisões
dentro de prazos considerados insuficientes”. Pouco mais de um terço da
população empregada (34,1%) afirma ter total, ou muita, autonomia para decidir
a ordem e o modo como executa as suas tarefas ou trabalhos. Bem, a pesquisa é
portuguesa, mas, não deve ser muito diferente no Brasil. Parece que, apesar do
descanso ser considerado um direito fundamental do trabalhador, a jornada de
trabalho, que é o período estabelecido no contrato com a empresa que deve ser
cumprido pelo empregado, está, cada vez mais sendo menos respeitada,
principalmente, quando se trata de trabalhadores de nível superior ou
especializados. O que se percebe é que a legislação brasileira (e mundial) gira
em torno do emprego que, com o desenvolvimento da tecnologia e da inteligência
artificial, ao meu ver, tende a diminuir muito. Mas, se o emprego tende a
diminuir, ou, talvez, como pregam alguns, a desaparecer, o trabalho,
certamente, não desaparecerá. A verdade parece ser que é preciso que se pense
em novas leis mais adequadas a uma nova realidade. O enfraquecimento sindical
não se dá à-toa. Reflete o fato de que a classe trabalhadora é, cada vez mais,
fragmentada e heterogênea. Pensar que se possa agrupar interesses
crescentemente difusos é uma tolice. A questão do futuro será como remunerar
melhor o trabalho ou como criar uma forma de renda universal que se sustente
num modelo onde só uma parte muito pequena da força de trabalho será contratada
por empresas. A dissolução entre o trabalho e o descanso, que aumenta a olhos
(e pesquisas) vistos, é um sintoma das profundas modificações do mundo do
trabalho. E é preciso que se pense em novas formulas e não, como faz grande
parte da mentalidade de esquerda, desejar que “direitos” se sustentem, quando
não possuem, como contrapartida, o substrato econômico que os viabilize. É um
belo discurso, o de falar em direitos, mas, a história demonstra que eles só
existem quando a economia permite que possam ser sustentados.
Ilustração: http://www.fetecsp.org.br/.
quinta-feira, novembro 14, 2019
CRIAR CIDADES INTELIGENTES É CUIDAR DO FUTURO
Cada vez mais merece
atenção o tema de transformação das cidades em cidades inteligentes, ou, em inglês,
Smart Cities, que são sistemas de pessoas interagindo e usando energia,
materiais, serviços e financiamento para promover o desenvolvimento econômico e
a melhoria da qualidade de vida. Estes
fluxos de interação são inteligentes por fazer uso estratégico de
infraestrutura e serviços e de informação e comunicação com planejamento e
gestão urbana para dar resposta às necessidades sociais e econômicas da
sociedade. O Cities in Motion Index, do IESE Business School na Espanha,
utiliza 10 dimensões para indicar o nível de inteligência de uma cidade:
governança, administração pública, planejamento urbano, tecnologia, o
meio-ambiente, conexões internacionais, coesão social, capital humano e a
economia. A importância que se dá as cidades inteligentes pode ser medida pela
criação do Ranking Connected Smart Cities, um estudo desenvolvido pela Urban
Systems para o evento homônimo, idealizado pela Urban Systems e pela Sator e
realizado desde 2015, criando uma plataforma de discussão e negócios sobre o de
Cidades Inteligentes. Com 5 publicações já realizadas, as versões 2015 a 2019,
o Ranking Connected Smart Cities se configura um esforço da Urban Systems para o
entendimento e a definição dos indicadores que apontem o desenvolvimento
inteligente das cidades. A última edição
do Ranking Connected Smart Cities, de 2019, avaliou 700 cidades brasileiras,
levando em consideração 70 indicadores distribuídos nos eixos de mobilidade,
urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação,
saúde, segurança, empreendedorismo e governança. Campinas (SP) conquistou o
primeiro lugar geral, seguida por São Paulo (SP) e Curitiba (PR),
respectivamente. A liderança de Campinas se explica pelo quesito economia, com
independência do setor público, uma vez que 94,5% dos empregos formais não
estão na administração pública. Mas, também, pela tecnologia e inovação:
Campinas possui cinco parques tecnológicos e cinco incubadoras de empresas, e
apresenta 4,9% de crescimento do número de entidades de tecnologia, mesmo em
período de crise econômica. No Norte, porém, entre as 100 cidades listadas como
as mais inteligentes do Brasil só uma aparece: Palmas, a capital de Tocantins.
É preciso, portanto, que nossos prefeitos e nossas lideranças passem a olhar
com mais carinho a questão de como tornar nossas cidades inteligentes. Até
porque para se ter uma cidade inteligente não se pode olhar os setores de uma maneira
isolada. Todos eles precisam ser entendidos como fazendo parte de um ecossistema integrado que afeta o
dia a dia do cidadão. Daí, que o
processo para tornar as cidades mais inteligentes é sempre gradativo
exigindo não só gestão pública, mas,
também a compreensão dos próprios
cidadãos de que são também responsáveis pelo futuro de suas cidades. É preciso
que, urgente, se discuta como tornar nossas cidades inteligentes buscando soluções
que atendam a realidade e a necessidade de todos nós.
quarta-feira, novembro 13, 2019
A NECESSIDADE DA ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE RONDÔNIA
O
Departamento Acadêmico de Ciências Econômicas da UNIR, com o apoio do Núcleo de
Ciências Sociais Aplicadas também da Universidade de Rondônia e o Conselho
Regional de Economia de Rondônia-CORECON/RO, realizam, no Auditório da UNIR
Centro, um Seminário de Economia que tem como tema “A Economia do Estado de
Rondônia no contexto do Desenvolvimento Regional” em três encontros, dois dos
quais já aconteceram nos dias 4 e 12 de novembro, e o próximo, que acontece no
dia 20, na próxima terça-feira, terá como mote “A Economia de Rondônia, tendo o
Estado como agente mediador e indutor do Desenvolvimento” a ser apresentado
pelo Coordenador da Secretária de Agricultura, economista Avenilson Gomes
Trindade, e o emérito Conselheiro do Tribunal de Contas e professor Valdivino
Crispim de Souza. Até agora, apesar do público estar quase limitado aos alunos de
Economia da Universidade Federal de Rondônia, o seminário tem sido muito
frutífero no sentido de apontar a falta de um projeto para o estado e das
dificuldades de articulação, planejamento e recursos que Rondônia possui para o
seu desenvolvimento.
É
verdade, como defendeu um dos integrantes do governo durante o seminário, que
Rondônia possui um Plano de Desenvolvimento Estadual Sustentável de Rondônia-PDES/RO
2015-2030, mas, como foi ressaltado por um dos debatedores, não há um nexo
causal entre o plano, o plano plurianual de investimentos e o orçamento. Ainda que
se tenha tentado defender o governo apontando que, dada a complexidade dos
objetivos e metas e a pequenez dos recursos, seja feita uma redução das grandes
ambições do plano para um planejamento estratégico que se concentraria no que é
possível gerir, no entanto, também se contestou a gerência, que seria feita por
ilhas setoriais do governo. Ainda, porém, que se aceitasse os argumentos em
defesa do planejamento governamental é indiscutível que o PDES é um plano de
governo. Não é de conhecimento da sociedade, apesar de terem tido, conforme foi
afirmado, várias audiências públicas e se garantido espaço para as instituições
e sociedade civil. O fato é que seus objetivos não são os objetivos da
sociedade nem são por ela encampados. O que ficou patente, no decorrer do
seminário, é que a definição do que desejamos, a falta de organização da
própria sociedade, gera um hiato entre os anseios públicos e o governo. Há, por
assim dizer, um diálogo entre diferentes línguas que não se entendem. Apesar
disto, a economia estadual cresce, porém, é preciso, mais do que nunca, que a
sociedade civil se organize para fazer com que suas demandas sejam incorporadas
aos planos governamentais. Neste sentido, não importa a questão levantada da
não participação da população na medida em que é chamada apenas para corroborar
o que se planejou. Na verdade, em Rondônia, o que não é diferente do resto do
país, a população e as próprias lideranças não têm informações nem conhecimento,
por exemplo, sobre o orçamento e a utilização dos recursos públicos, o que, em tais
condições, faz prevalecer as manipulações. A grande maioria não sabe quais são
as possíveis formas de participação ativa nas deliberações públicas, de forma
que o controle social acaba sendo só pro forma, como também o direcionamento
dos recursos. Não importa se as pessoas tem, ou não, conhecimentos, inclusive
burocráticos e digitais, o que importa é que suas demandas sejam incorporadas
ao planejamento e se crie formas de controle social, sob pena de se criar um
campo fértil para a ineficiência e se abrir as portas para a corrupção. Neste
sentido, quanto menos permeável é um governo, quanto menos acessível, menor
será a influência da sociedade sobre os recursos que lhes são retirados em forma
de impostos. E menor também o retorno que deles recebem. O Seminário está sendo
esclarecedor sobre este aspecto e, principalmente, de que a sociedade
rondoniense precisa se organizar melhor para encontrar consensos sobre o que
deseja e cobrar do governo uma atuação mais efetiva em prol do desenvolvimento
do Estado.
quarta-feira, outubro 30, 2019
FACEBOOK É UMA MÍDIA AINDA MUITO DOMINANTE
Não se pode negar as
grandes vantagens que as redes sociais nos proporcionam. Basta pensar como
facilitaram a nossa vida, inclusive sob o ponto de vista profissional, como
criaram espaço para novos tipos de profissões e negócios, bem como tornaram a
comunicação fácil e instantânea. Se, vinte anos atrás, alguém tivesse dito que
poderíamos compartilhar informações, notícias, fotos, eventos tão rapidamente;
que os acontecimentos do mundo poderiam ser acompanhados e divulgados em tempo
real, dificilmente, alguém teria acreditado. Hoje é um fato cotidiano. Com as
mídias digitais, podemos bater fotos, escrever, falar, encontrar pessoas. Criar
grupos por assuntos que nos interessam, fazer novos parceiros e/ou amigos ou até
mesmo reencontrar pessoas que fizeram parte de nossas vidas no passado. Fora encontrar
trabalhos, estabelecer ligações profissionais, divulgar nosso trabalho, vídeos,
desenhos, livros, enfim, mostrar nossas
habilidades, distribuir ou vender artesanatos ou produtos. Devo dizer que já
fui mais adepto delas. Hoje tenho um certo receio tendo em vista alguns
problemas que enfrentei de notícias falsas, e-mail e uso de meu nome. Assim,
hoje, me abstenho de dar opiniões, de discutir, até mesmo em particular, com os
amigos, pois, quem não nos conhece pode interpretar brincadeiras ao pé de letra
e se tornar uma dor de cabeça de graça. Estamos no tempo da boiada. Pensar
incomoda todos os lados. Assim só posto amenidades, alguma música, uma foto com
algum amigo ou personalidade, um evento que desejo enaltecer ou convidar
pessoas para participar. Minha visão, hoje, das mídias sociais, portanto, é de que
precisam de alguma regulação e/ou mediação para terem um papel melhor. Mas, me surpreendi, realmente, com uma
pesquisa feita pela Activate Inc., que revelou que o Facebook, nos últimos dois
anos, perdeu cerca de 26% do engajamento médio por usuário e o tempo a ele
dedicado caiu de 14 horas ao dia para
apenas durante 9 horas ao dia. Redes menos fortes, como o Twitter, o Snapchat e
mesmo o Instagram, conseguiram manter seu tráfego estável, o Facebook. Bem, não
acredito que isto vá afetar o negócio, a
empresa de Mark Zuckerberg. Considero, aliás, uma análise superficial afirmar
que há “uma debandada e desinteresse exponencial da gigantesca base de usuários
em sua rede social”. O negócio dele, ao meu ver, se mantém muito forte e os
efeitos atuais são, como acontece sempre com mídias novas que fazem sucesso,
uma certa acomodação. É claro que
fatores como a questão com a Libra, os fake news, a publicidade na política e
mesmo números falsos sobre vídeos não afetem seu desempenho, mas, de fato, sua
sobrevivência está garantida por muito tempo, exceto, se uma nova plataforma, que faça ou supere seu papel na vida das pessoas, apareça. Hoje, mesmo na mídia
social, não há nada de novo no horizonte.
sexta-feira, outubro 18, 2019
O VALOR NEGATIVO DO CORINGA
Não li as críticas,
mas, o filme “O Coringa” estava cercado de muita polêmica, de modo que fiquei
ansioso para vê-lo. Todavia, para mim, foi um anticlímax. Sinceramente não
gostei nenhum pouco do filme. O filme tem sim um bom roteiro, a fotografia é
excelente e muito bem dirigido. Enfim, sob o ponto de vista técnico é um grande
filme. Que a atuação de Joaquin Phoenix é genial, também, não resta dúvida.
Porém, diga-se a bem da verdade, é muito talento gasto num papel que não honra
nenhum grande ator. Horrível também a participação de Robert De Niro. Não sei o
que o levou a aceitar um papel tão medíocre. O filme é deprimente. Não sei o
que leva alguém a contar a história de Arthur Afleck, um palhaço com
transtornos mentais, que mata pessoas, inclusive a própria mãe. Mostrar que na
nossa sociedade existem pessoas loucas? Ou que nossa sociedade é injusta e
opressiva, daí, transformar pessoas com
problemas psicopáticos em assassinos? O filme não tem lições, nem moral. É um
filme sem noção feito para uma época sem noção. Um filme que isenta de
responsabilidades quem pratica o mal e, ao mesmo tempo, pune de forma indiscriminada
quem merece ou não. Enfim, me parece mais uma contribuição para justificar que
tudo é mesmo assim, sem jeito e sem remédio. E termina com uma música que diz
que a vida é mesmo assim. Claro que não concordo. Ainda mais que a arte, e o cinema
é uma arte, deve ser feita para glorificar a vida, para criar grandes momentos,
a ilusão de que podemos ser melhores. Por isto o filme é o mais violento que já
assisti. Não pelas mortes e sim por glorificar a falta de noção, inclusive,
quando cria um assassinato em pleno um programa de televisão ou quando, a
partir dos assassinatos num trem, faz de um louco, que mata três pessoas por
impulso, o gatilho de um movimento popular anárquico e irreal sob a alegação de
que se trata de uma revolta contra a opressão silenciosa dos ricos. É uma
inversão monstruosa da civilização sob o pretexto de crítica. Há violências que
se justificam ou não. No entanto, nada justifica se glorificar a violência pela
violência. A violência é uma coisa natural do homem sim, todavia, só a
civilização, com todos os seus problemas, pode por limites aos comportamentos
humanos. O filme é corrosivo por ser selvagem, no sentido de querer justificar
qualquer coisa, por ser anticivilizatório. De fato usar a figura arquetípica do
palhaço, um ícone do riso, para uma paródia lúgubre onde uma pessoa com graves
distúrbios se transforma num assassino em série me parece muito mais um
incentivo aos loucos de nossa época (que hibernam) para que ganhem seus 15
minutos de fama. Muitas pessoas devem achá-lo maravilhoso por diversos motivos.
Não sou psicólogo. Tento conservar o pouco de racionalidade que ainda penso
ter. Para mim, é um filme deprê. Uma pena que não tenham feito algo mais
proveitoso com tantos recursos e atores maravilhosos.
sexta-feira, outubro 04, 2019
O FUTEBOL NO FUNDO DO POÇO
O
Brasil anda de pernas para o ar. Decididamente as pessoas perderam a noção das
coisas. Assisto estarrecido algumas pessoas próximas se comportarem de uma
forma que está longe de ser crível que tenha algo de racionalidade. Nem vou
citar qualquer coisa de posições políticas porque, algum tempo atrás, prometi a
mim mesmo que, dado a falta de noção (e conhecimento, inclusive histórico, que
as pessoas demonstram), não é muito sensato, nem conduz a nada, discutir
posições políticas. Vou escrever mesmo é sobre o que acontece nos campos de
futebol que, como dizem, não é só futebol. É também um retrato de nossa
sociedade. A loucura que invade nossos campos, por exemplo, se demonstra nas
agressões entre torcidas. E, faz algum tempo, se transporta para as agressões
gratuitas. A grande realidade é que futebol é um esporte. Um esporte que
apaixona e que gera muito dinheiro, mas, ganhar e perder depende de muitas
condições. Não é só o querer de dirigentes, de técnicos, de jogadores ou de
torcidas.
Neste
mundo, no Brasil, em especial, a posição mais frágil é a do técnico, mas, o
jogador também está extremamente exposto. Não importa como esteja. Se exige
dele é o resultado. E os julgamentos são implacáveis. Neymar, que é um
indiscutível craque, tem sua vida esquadrinhada, cada ato seu examinado,
pesquisado, analisado como se tivesse a obrigação de ser um ser perfeito. Cito
um jogador de grande sucesso. Porém, se exige do jogador que, além de jogar
muita bola, em toda e qualquer situação, se comporte como uma primeira dama.
Garrincha, o anjo das pernas tortas, o maior gênio, que este esporte já teve, se vivo, seria execrado por
mau comportamento e, no campo, já teria sido agredido por “desmoralizar” o
adversário. Empurraram para o campo o politicamente correto, apesar de toda a
tecnologia do VAR, não se conseguir nem correção nas arbitragens, de só servir
para impedir gols e tornar o jogo mais chato. Em suma, o que se espera, hoje, é
que, num campeonato brasileiro, como o atual, em que os times são extremamente
parecidos, todos sejam feitos de super-homens e de gentlemen. E, levada a
lógica vigente, como temos, no mínimo, doze grandes clubes, todos teriam que ser
campeões! O que é certo: ter um campeão com onze torcidas conformadas com o
fracasso de seus times ou um campeão com onze torcidas invadindo centros de
treinamentos e agredindo dirigentes, técnicos e jogadores? O que diz o seu bom
senso?
Lembro,
agora, que, ultimamente o técnico do Santos, Jorge Sampaoli, parece até um
analista do Brasil. Não que diga nada
errado. Muito pelo contrário. Tem acertado com uma frequência muito maior do
que seu time joga bola. Ele afirmou: “Vitória
gera satisfação para nós. A pressão que se gera em uma derrota chega a ser
ridícula. São críticas que chegam ao ponto de se invadir um CT. É assim que
funciona e o que temos que viver nesta profissão”. É um diagnóstico do absurdo
nosso de cada dia. O futebol, que deveria ser uma fonte de prazer e de diversão,
se transformou também numa demonstração de que a ignorância é ousada. Não
respeita a ordem, nem a civilização. Até nos tempos mais bárbaros sempre se
preservou o circo. A luta sempre foi pelo pão. No Brasil conseguiram subverter
tanto a ordem que nada é sagrado. Nem o pão, nem a igreja, nem o circo. Aí do
nosso futebol!
sexta-feira, setembro 27, 2019
O INFERNO ASTRAL DOS TÉCNICOS
A
bem da verdade não há nada de muito novo no fato de que três técnicos de
futebol sejam demitidos de uma hora para a outra, exceto ser em lote e as
decisões terem sido noturnas. A tônica forte da vida dos técnicos brasileiros é
um retrato da nossa mentalidade: o imediatismo. Basta uma sequência de maus
resultados para qualquer técnico, por melhor que seja, ficar com uma espada sobre
a cabeça. No caso atual, se olharmos para o trabalho do Cuca, ainda que possa
ter seus problemas, é um reflexo também da falta de um ambiente estável no São
Paulo. Já Zé Ricardo nem teve tempo, a rigor, de mostrar nada. Inclusive, se
comparado ao grande rival do estado, o Ceará, que se encontra a 7 jogos sem
vencer, os quatro dele deveriam ser tolerados. Ainda mais que a defesa do
Fortaleza, mesmo com Ceni, não apresentava um bom rendimento. Já Oswaldo de
Oliveira é uma ironia das grandes. O Fluminense, mesmo com dois a menos, fez
seu melhor jogo dos últimos tempos. A vida de técnico não é mesmo nada fácil.
Aliás,
numa entrevista muito feliz, Sampaoli, se queixava das críticas aos técnicos,
de não compreender nossa mentalidade. E apontava para Mano Menezes, um treinador
de qualidade, que saiu do Cruzeiro, depois de uns resultados ruins, e só obteve
vitórias no Palmeiras. Ele seria ruim em Minas e bom em São Paulo? Não. O
exemplo inverso é o de Rogério Ceni que estruturou o Fortaleza e teve uma trajetória
vitoriosa, a ponto de ser aclamado como o melhor técnico que a equipe já teve,
mas, não conseguiu, na sua curta passagem pelo Cruzeiro, nada de relevante. É
um técnico ruim? Claro que não. Tem toda razão Sampaoli quando afirmou que “Não
se crê em alguém, o resultado muda tudo e torna alguém bom ou ruim. Há mais
modificações do que do treinador em si. Que treinador é descartável e só é bom
quando ganha e mal quando perde. Acaba sendo mais importante o roupeiro do que
o treinador. Treinador se vai sempre”. É a pura verdade. É indispensável se
mudar esta mentalidade de curto prazo e dar estabilidade aos técnicos para
fazer um bom trabalho. Lembro aqui os técnicos Odair Helmann, do Internacional
e Tiago Nunes, do Atlético Paranaense. Trata-se de dois grandes técnicos. Este ano
o Internacional, até agora, não ganhou nada. Já o Atlético Paranaense ganhou a
Copa Brasil. Será que por isto o trabalho de Tiago é melhor do que o de Odair?
Difícil de dizer. Futebol também é acaso, é sorte, inclusive dos jogadores.
Odair perdeu o campeonato gaúcho nos pênaltis. Tiago conseguiu eliminar o
Flamengo e o Grêmio nos pênaltis. Um lance diferente podia ter mudado tudo. O
Edenílson, por exemplo, foi crucificado por um lance que, dificilmente, Marcelo
Quirino fará outro igual. E, aqui, entra o imponderável, inclusive a condição física
e psicológica dos jogadores. Muitos deles não jogam o que podem por falta de
treino ou por excesso de jogos. E, se o resultado não vem, a culpa será sempre
do técnico. Os dirigentes deveriam ser muito mais cuidadosos tanto para
contratar técnicos (e jogadores) como para dispensar. Pensar em criar um estilo
de jogo e uma equipe, como no passado, quando se sabia quem iria jogar e se
decorava o nome dos jogadores. Os times mais vitoriosos fazem isto. Cito o
Grêmio que, em parte pela estrela e a competência de Renato, busca manter e reforçar
uma equipe. De qualquer jeito a vida de técnico não tende a ser nada fácil
mesmo. Lembro de, pelo menos, dois deles que tiveram um imenso sucesso com seu
time e, mesmo assim, foram dispensados: Diego Aguirre, no São Paulo, e Lisca,
no Ceará. Se houvesse bom senso e uma visão de longo prazo, certamente, as equipes
seriam bem melhores e o inferno astral dos técnicos mais atenuado.
quinta-feira, setembro 05, 2019
A (IN) VERDADE NAS REDES SOCIAIS
Ninguém,
que analisar a vida moderna, pode negar que as redes sociais expandiram a
comunicação e são presentes na vida da maioria das populações, especialmente
urbanas, bem como se tornaram importantes na relação clientes/consumidores. Na
prática, os canais de comunicação ficaram mais abertos à interação, o que, sem
dúvida, gera oportunidades, porém, também cria grandes desafios. O maior deles
diz respeito as informações que circulam nas redes. Todos nós, empresas ou
pessoas, estamos sujeitos ao uso do nosso nome por outros e isto se torna, cada
vez mais, um problema na medida em que, por incrível que pareça, um estudo do
MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), dos Estados Unidos, garante que
as notícias falsas se espalham pelas redes sociais com uma velocidade seis
vezes maior do que as notícias verdadeiras. E, para tornar o estrago maior
ainda, as pessoas retêm as notícias falsas por longos períodos, principalmente,
quando estão aliadas às crenças que as pessoas alimentam. Assim, se uma
informação falsa sobre um político que não gosto circula, eu (e você também)
estamos mais propensos a lembrar desta informação por muito mais tempo.
Como
alguém que já foi vítima de informações falsas sei muito bem que isto é verdade.
Já tive blog invadido com post que nunca colocaria sendo colocado em meu nome.
Já experimentei o dissabor de veicularem e-mails em meu nome com fins escusos e
até mesmo postarem no Facebook informações que não postaria porque, no momento,
só posto poesias ou músicas, justamente, porque as disputas político-partidárias
altamente emocionais, derivadas das eleições presidenciais, criaram um clima
que tornou o Facebook o maior palco da insensatez e da sem noção. Aliás, faz
tempo que não opino, nem discuto em redes sociais. E até, diante da insensatez
do que se posta, escrevi um livro (já publicado) com o nome de “Troféus de
Caça-Contos da Era Digital” onde demonstro que as pessoas, nas redes sociais,
talvez, por pensarem erroneamente, que são anônimas, perdem completamente o
bom-senso e se comportam como se tivessem perdido, no mínimo, metade dos
neurônios.
A
verdade é que, queiramos ou não, o ambiente digital se impõe na nossa vida e não
podemos prescindir dele. No entanto, também traz muitos desafios. Cabe a todos nós, pessoas e empresas, saber utilizar
bem essas ferramentas. Embora muitos falem e escrevam sobre elas, de fato,
ainda são muito recentes e estamos aprendendo a utilizá-las. É um processo
educativo, porém, penso que as pessoas devem ter muito mais cuidado com o que
dizem e escrevem nas redes e, em especial, se certificar se o que veem,
realmente, partiu de quem aparece como autor. Nunca é demais lembrar que o que
mais circula nas redes são as notícias falsas, as fake news. E que, como
escreveu Mark Twain, muito antes de existirem as redes sociais: “Para quem só
tem um martelo, todo problema parece um prego”. Verifique e pense antes de
bater. Não que vá fazer muita diferença, mas, pelo menos, não estará
contribuindo para o festival de falta de bom senso que inunda as redes sociais.
quinta-feira, junho 06, 2019
OS DANOS DA INSEGURANÇA JURÍDICA
No
começo do ano o novo ministro da Economia, Paulo Guedes, andou apontando
caminhos que poderiam mudar muito o País. Em primeiro lugar, disse que a carga
tributária atual de 36% representa um fardo muito pesado e estava muito acima
da existente em outros países similares em tamanho ao nosso. E disse que a
carga tributária ideal para o Brasil seria de 20%, porém, que para chegar a
isto a velocidade dependeria dos gastos. E apontou o excesso de gastos na
publicidade e na compra de influência parlamentar como formas que deveriam ajudar
a diminuir as despesas. Uma parte, de fato, está aí, no entanto, o enxugamento
do governo exige mais. Exige, principalmente, que se atente aos custos das
compras, ao controle das despesas também. Fazer este dever de casa é essencial
sim para sanear as contas públicas. Ocorre que isto somente não será capaz de
mudar o Brasil. Para mudar será preciso que se faça um trabalho profundo de
desburocratização e de criar segurança jurídica para a economia.
A
segurança jurídica é uma categoria de direito que indica estabilidade nas
relações judiciais, seja na questão da não alteração arbitrária das normas
legais, seja na previsibilidade do resultado de uma ação
judicial. Este princípio serve como um dos pilares fundamentais do estado de
direito, pois, a organização social
depende da confiança que os cidadãos têm
no Estado, ou seja, na confiança de que, quando tiver um direito violado, esse
estado o protegerá. Trata-se de um princípio que, embora não inscrito na
Constituição, está implícito em muitos dos seus artigos, mas, que é
continuamente desrespeitado a todo e qualquer instante. Basta verificar que
pouco países dispõem de um cipoal de leis tão complexo quanto o Brasil. Mas, o problema não é somente a
quantidade. É o fato de que as regras do jogo mudam a cada dia, o que deteriora
o ambiente de negócios, afasta investidores e emperra o crescimento econômico.
Principalmente, os estrangeiros, de vez que nós já nos acostumamos com a
insegurança cotidiana, não conseguem entender como até mesmo um agente público
estadual ou municipal, por exemplo, com um simples parecer afeta toda uma
pratica de anos de tramitação comercial. E o que é pior: quando se recorre ao
judiciário custam a decidir contra o governo ou até mesmo coonestam mudanças
que, a rigor, careceriam de uma nova legislação. Isto é, particularmente
sensível, quando se trata do setor tributário onde a complexidade por si só já
é um problema que torna difícil, para qualquer um, entender como as coisas funcionam
por aqui, como as decisões são tomadas, como se dá o ordenamento jurídico. O
que se conclui é que o excesso de leis, de regulamentos, de normatizações e
suas mudanças constantes, aliadas ao fato de que as diversas interpretações da
Justiça no Brasil, criam incertezas que impedem a previsibilidade e desencorajam
investimentos, novos negócios. Um exemplo recente é a discussão sobre uma nova lei
dos dividendos. A isenção dos tributos sobre os dividendos é um incentivo para
pessoas físicas e fundos investirem mais, porém, até parece que o país não
necessita de investimentos. Necessita sim. E necessita muito mais ainda de
simplicidade e permanência no seu ambiente de negócios. Somos extremamente
prejudicados como nação pelo permanente estado de insegurança jurídica que faz
dos planos de negócios e projetos econômicos tabula rasa. Efetivamente, há uma
ignorância econômica muito grande sobre a necessidade de estabilidade no ambiente
de negócios para que o país possa ter crescimento econômico e se criam leis,
decretos, regulamentos e normas que aumentam as despesas das pessoas jurídicas e
físicas como se os recursos de que dispõem estivessem à disposição dos agentes
públicos. Diariamente se criam despesas inesperadas para o contribuinte sem
que, muitas vezes, quem usa a caneta tenha a menor noção do que é uma empresa e
de seus custos. É indispensável que as leis sejam simplificadas e haja
segurança jurídica dos negócios ou estaremos condenados a ser sempre o país do
futuro.
segunda-feira, abril 01, 2019
Viva a poesia
Sinceramente os tempos
não são propriamente bons para os que, igual a mim, gostam de refletir, antes
de discutir, e procurar ter uma visão construtiva, diria mesmo que, de futuro,
das coisas. E, como estamos numa época onde tudo que é sólido se desmancha no
ar, estou quase virando um monge, um eremita. De fato, sair de casa só se for
por uma boa conversa, uma boa música, um jantar ou um vinho com os poucos (e bons)
amigos que tenho. Estou mais para uma tartaruga ou como a avestruz que, todos
pensam que, nas situações difíceis, enterram a cabeça na areia. Pura lenda: se
parecem comigo, pois, correm mesmo (e muito). A diferença é que tanto corro,
quanto durmo. O sono é meu antidoto contra muitos males. Durmo muito. A
preguiça deve ser minha companheira de alma. Vou devagar, devagarinho... Bem,
isto tudo foi somente para dizer que, como não desejo me ocupar de assuntos
traumáticos, vou me ocupar de arte. De paixão para arte. Nada melhor, portanto,
que lembrar os versos de Jorge de Lima:
“PAIXÃO E ARTE
Jorge de Lima
Ter
Arte é ter Paixão. Não há Paixão sem Verso…
O
verso é a Arte do Verbo – o ritmo do som…
Existe
em toda a parte, ao léu da Vida, asperso
E
a Música o modula em gradações de tom…
Blasfemador,
ardente, amoroso ou perverso
Quando
a Paixão que o gera é Marília ou Manon…
Mas
é sempre a Paixão que o faz vibrar diverso;
Se
o inspira o Ódio é mau, se o gera o amor é bom…
Diz
a História Sagrada e a Tradição nos fala
dum
amor inocente (o mais alto destino):
A
Paixão de Jesus, o perdão a Madalena.
Homem,
faze do Verso o teu culto pagão
E
canta a tua Dor e talha o alexandrino
A
quem te acostumou a ter Arte e Paixão”.
É,
meus amigos, recorrer à poesia é sempre um modo de cantar a vida. Pode-se até
mesmo deixar de lado a forma alexandrina, mas, não, jamais, de buscar na arte,
na poesia, um bom motivo para viver. Como escreveu Friedrich Nietzsche "A
arte e nada mais que a arte! Ela é a grande possibilitadora da vida, a grande
aliciadora da vida, o grande estimulante da vida". Em suma, a arte é, de
fato, uma ode à vida, de modo que vida e poesia se confundem. Assim dar uma
viva à poesia é dar um viva à arte e à vida!
Ilustração:
Travessia Poética.
quarta-feira, março 13, 2019
IDÉIAS USADAS POR LOJAS E NEGÓCIOS DE SUCESSO
O varejo, em qualquer
lugar do mundo, está se tornando muito mais competitivo. É verdade também que a
escala pesa, ou seja, e isto é observável em Porto Velho, as grandes redes, com
compras muito maiores e, via de consequência, preços mais baixos, abocanham pedaços
crescentes do mercado. No entanto, há lojas e empresas micros e pequenas que se
modernizam e criam formas de relacionamento com os clientes que alcançam também
muito sucesso. Sem dúvida, um fator importante, fundamental para isto é o uso das
informações, dos dados obtidos sobre os seus clientes. Na prática, todo mundo
colhe dados sobre seus clientes, mas, usam bem? Aí é que reside o problema da
grande maioria. Ou não colhem bem os dados ou colhem, porém, não sabem usar os
dados que possuem. Hoje, para um negócio ser bem sucedido, é indispensável que
se tenha informações como as do aniversário do cliente, a sazonalidade e o
intervalo de suas compras para chamar sua atenção, estimular suas visitas e
compras. Assim manter um cadastro dos clientes e usá-lo bem é uma das formas
mais eficientes de aumentar e manter sua clientela.
É verdade que, muitas
vezes, existe uma resistência ao cadastro. Em geral o cliente quer ser atendido
o mais rápido possível e a coleta de dados é vista como algo indesejado. Mas,
existem formas de driblar este empecilho. Uma delas é prover os vendedores de
um sistema móvel que permita que registrem dados durante o atendimento, afora
as compras por crediário que possibilitam isto sem grandes problemas. Outro
jeito indolor de obter dados é oferecer wi-fi grátis, desde que o cliente se
cadastre. Muitas empresas fazem isto, via o próprio celular do cliente, o que
facilita ainda mais. Também uma forma atrativa é a de criar promoções onde os
clientes precisam se cadastrar. De qualquer forma, quem pretende ser
competitivo precisa usar bem seu cadastro. E existem outras ações simples que
melhoram o seu atendimento e o aproxima dos clientes. Eis algumas delas de
forma resumida:
1) Investir no pós-venda-
Todo cliente fica satisfeito quando, por um telefonema, whatsapp ou via e-mail,
a empresa procura saber de sua satisfação. Então, fazer pesquisas como o
cliente foi atendido na sua empresa é uma forma muito boa de manter a gestão de
sua clientela;
2 2) Presenteie no aniversário-
Em geral as empresas se limitam a mandar uma mensagem de parabéns que é tida
mais como uma ação de marketing do que uma atenção real. Inove. Ainda que seja
uma lembrancinha sem grande valor econômico, se for original ou engraçada ou
tiver um diferencial que o cliente reconheça como direcionada para ele, pode
ter certeza, que vai gostar. Algumas empresas oferecem cupons de descontos para
o aniversariante o que também é válido;
3) Personalize seu cadastro-
Na medida em que seu relacionamento com o cliente aumenta também melhore a
qualidade de seu cadastro. Recolha mais informações sobre ele para fazer
ofertas e promoções. Sempre dá resultado;
4 4) Crie uma forma de fidelização-
Muitas empresas usam cupons, que quando atingem uma certa quantidade, dão
direito a alguma coisa; outras criam um clube de vantagens que oferece mais
ofertas e descontos na medida em que se compra mais;
5 5) Mantenha uma loja virtual-
Hoje quem não está na internet, de fato, não está no mundo. Assim não basta
usar o Facebook ou o Instagram para divulgar sua empresa. Também outros meios
que permitam a visualização ou a compra via internet são essenciais para os
negócios modernos. É indispensável associar a loja física a um site; e
6 6) Segmente por perfis-
É preciso acessar o cliente de acordo com suas características. Logo aglutinar seus
clientes por faixa etária, assiduidade, tíquete médio, etc. ajuda a direcionar
eficientemente sua comunicação levando a melhores resultados.
De qualquer forma, é
indispensável o uso da tecnologia para se relacionar com o consumidor. É
uma enorme vantagem competitiva para as
empresas, em especial as pequenas. E, no mercado, existem soluções para negócios
de todos os portes e capacidades financeiras (aplicativos). Pode ser difícil,
às vezes, mudar a forma como se atua, porém, se a empresa não realizar ações com base nos dados dos
clientes, no mercado, hoje, tende a ser superada por seus concorrentes.
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