Total de visualizações de página

domingo, março 30, 2008

A POPULARIDADE FANTASIOSA



A escalada de perda do bom-senso do presidente Lula da Silva, nos últimos dias, foi impressionante. Embriagado, talvez, com os supostos números de sua aprovação pública que dizem estar no seu melhor momento dos dois mandatos, numa semana só inocentou o ex-presidente da Câmara, o impoluto Severino Cavalcanti, e, logo depois, sem o menor constrangimento, passou a elogiar o também indefensável ex-presidente do Senado Renan Calheiros afirmando, num discurso no interior de Alagoas, mesmo depois de Renan ter sido vaiado publicamente, que "O mais importante é que nessa política de aliança eu não poderia, Renan (Calheiros), dizer aos companheiros que muitas vezes vocês não precisam aceitar que as denúncias dos nossos adversários virem verdades absolutas para que nossos amigos virem nossos adversários." Ou seja, pelo jeito Calheiros é também um mártir das elites e, fica evidente, que, segundo Lula, não fez nada demais. Deve ter feito o que todos fazem, no mínimo.
A rigor Lula da Silva não tem o mínimo de visão histórica ou de auto-crítica ou, o que é mais assimilável, não tem o menor pudor de sacrificar tudo em prol de resultados no melhor estilo de que o fim justificam os meios. Somente a falta completa de auto-crítica ou de visão justificam que tenha a coragem de dizer, no mesmo comício, que "não é fácil para uma parte da elite política do Brasil compreender por que é um torneiro mecânico e retirante nordestino que está aqui nessa tribuna e não eles". Não é, realmente fácil, principalmente quando este torneiro mecânico e este retirante, assim como o líder sindical do passado, estão perdidos no tempo. A imagem que se tem do Lula de hoje é o de quem beneficia os banqueiros, enquanto espreme a classe média arrochando salários, extorquindo impostos e distribui migalhas para os pobres com a mesma generosidade que distribui favores para seus companheiros e verbas para os meios de comunicação. Lula só lembra o que lhe interessa e esquece, rapidamente, o que contraria sua vaidade. Se falavam da vaidade de Fernando Henrique, neste ponto, todavia a de Lula é imbatível. Se julga o último e definitivo rei da cocada preta.
Acontece que, excetuando a fartura de crédito, sua aparente popularidade se nutre apenas dos bons resultados da economia que muito pouco tem a haver com ele, exceto, o que no seu caso não é pouco, da centelha de sensatez que teve quando abandonou o receituário falido da esquerda para manter a política econômica do governo anterior o que, aliado com os bons ventos externos, leva aos resultados razoáveis da economia no momento. Lula, é claro, distribuindo assistencialismo ganha eleições e tem votos, mas, seu governo não resiste a nenhuma análise séria. Assim como sua popularidade não resiste ao teste das ruas. Tanto que somente aparece em locais previamente preparados e com todo um aparato de segurança. Sabe que uma coisa é fazer discursos nos grotões. Outra é ter coragem de aparecer no Maracanã ou nas ruas principais das grandes cidades. As vaias dizem muito mais do que qualquer pesquisa de seus acólitos.

Nenhum comentário: