Quando se pensa em violência no Brasil é difícil, quase impossível, ficar surpreso com alguma coisa. Seja em São Paulo, no Recife, em Salvador, ou no Rio de Janeiro, noticias sobre violência estão banalizadas. Acontecimentos sobre aumento de assaltos a residências, incursões em delegacias, quartéis, hotéis ou edifícios não surpreendem mais ninguém. No entanto há uma nova e surpreendente forma de violência que, principalmente em Porto Velho, e dizem que lá em São Paulo já virou rotina, está acontecendo que são os acidentes de motos. Pouco comentados pelos jornais, restritos aos casos mais graves, há, de fato, uma epidemia de acidentes que também ocorrem com bicicletas que chega ao cumulo de dois veículos de tal tipo se chocarem o que, à primeira vista, parece algo inconcebível.
Em parte os próprios motoqueiros são os grandes responsáveis pela maioria dos acidentes. Esses, pela legislação, não deveriam andar por entre os carros, só usar a esquerda e, em especial, nas avenidas de maior trafego deveriam andar numa velocidade reduzida. É tudo que não fazem. Não é incomum alguém abrir uma porta de um veículo e jogar longe um motoqueiro ou um veículo parar e acabar fechando outro porque este se encontra do lado errado. Pior que, algumas vezes, nem sequer usam o capacete ou possuem habilitação, porém, como é normal no ser humano, poucos estão dispostos a admitir seus erros. Não se pode dizer que o Detran, e a Polícia Militar, não tenham combatido esses comportamentos, porém são milhares de veículos e a batalha é inglória quando se sabe que não se tem equipamentos nem número de militares suficientes. Então a questão é mesmo de educação de trânsito. É preciso, urgente, inadiável, uma campanha sobre os enormes riscos a que estão submetidos motoqueiros e ciclistas. Se faz necessário que haja um debate sério sobre o tema, que se tome medidas drásticas para amenizar os constantes acidentes graves e menos graves que se observam.
È claro que isto também inclui a educação dos motoristas de veículos, inclusive os ônibus e os pesados que, valendo-se de sua massa, muitas vezes, desrespeitam os veículos mais leves em cruzamentos e estradas. Não se pode relativizar a responsabilidade de ninguém em relação ao trânsito. Afinal se são gastos milhões num inócuo plebiscito sobre comércio de armas qual a razão para que não haja nenhuma campanha séria sobre os acidentes de trânsito? Se estes matam, ou penalizam, milhares de pessoas todos os anos. A responsabilidade dos motoristas e motoqueiros, em geral mal-educados e ignorantes das leis, dos governantes e das polícias não pode ser relativizada. Esta é um forma de violência urbana que deve ser combatida com eficácia e educação. Não se pode aceitar que se transforme um meio de transporte, como carros, motos ou bicicletas, em armas. Quem dirige deve saber que velocidade e desrespeito as normas são crimes graves e devem, exemplarmente, serem punidos para impedir acidentes e mortes. Basta de violência.
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