Tendo como finalidade debater
políticas de incentivo ao comércio exterior, a Assembleia Legislativa de
Rondônia, realizou na última quinta-feira (8 de novembro), uma audiência
pública, de autoria do deputado Hermínio Coelho (PSD), porém, com a
participação ativa do Governo de Rondônia, via o secretário estadual de
Desenvolvimento Econômico e Social do Governo de Rondônia, Edson Vicente e sua
equipe técnica, e da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia-FIERO que
teve como seu representante (e palestrante) o gerente do escritório Executivo da
Federação, Elmir Marques, na oportunidade representando o presidente Denis Baú.
Também estiveram fazendo palestras sobre temas importantes para o futuro do Estado
Eduardo Figueiredo Caldas, gerente de projetos da APEX Brasil – Agência
Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Fabrizio Sardelli Panzini,
analista de políticas e indústria da Confederação Nacional da Indústria;
Rafael Guimarães Requião, especialista em políticas públicas e gestão
governamental do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio e da
Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento e José Cláudio Pinheiro, diretor presidente da JBE
Editora Tecnológica de Exportação, editor da revista Brazil Export.
Como é normal neste tipo de
evento, o comparecimento foi menor do que o esperado, porém, este é o tipo da
ação que, de fato, só obtém resultados no longo prazo. O importante é começar a
pensar no futuro, a agregar esforços e buscar, mesmo que com pequenas ações,
criar mecanismos para melhorar nossa participação no mercado exterior. Aqui é
preciso lembrar que Rondônia, como o nosso próprio país, tem uma participação
muito diminuta no mercado internacional mesmo que a evolução do comércio
exterior de Rondônia tenha sido notável, desde 2002, quando as exportações eram
US$ 73 milhões e as importações de US$ 89 milhões. Já em 2012, nossas
exportações saltaram para US$ 486 milhões, enquanto na importação constata-se o
valor de US$ 407 milhões.
Porém, tivemos um incremento
muito grande de produção e de qualidade com a construção das usinas do Madeira
e, Porto Velho, por sua localização privilegiada em relação à América do Sul,
tem uma vocação natural para ser um imenso centro de abastecimento regional. O
que se precisa é que haja um trabalho consistente de preparação para que o
Estado, e nossa capital em particular, assuma esta posição como uma alternativa
pós-usinas. Mas, para acelerar tal desenvolvimento dependemos muito do Governo
Federal, de seus investimentos e até mesmo de sua burocracia. Exemplos dos
entraves que esbarram na sua falta, para acelerar nossa participação no mercado
externo, é, por exemplo, o fato de que até hoje o Aeroporto Internacional Jorge
Teixeira ainda espera por infraestrutura para poder ter voos
internacionais, o que facilitaria os negócios com a ligação com o
Pacífico, via Acre. Também as dificuldades de logísticas são notórias e a falta
de acordos que viabilizem facilidades para o transporte de mercadorias.
No entanto, não avançaremos se
não houver uma organização de nossas forças políticas e lideranças sociais para
criar um projeto consistente de exportações para o Estado e, em muitos setores,
temos já esta capacidade. A audiência pública, ao mostrar este caminho,
descortina visões para o desenvolvimento futuro do Estado e mostra que já
existem setores que estão pensando estrategicamente, O importante é organizar e
unir essas forças para que as ações tenham consistência e continuidade. Vale
ressaltar que uma notícia alvissareira foi o grande destaque da audiência: o
secretário da SEDES, Edson Vicente, anunciou que o terreno para a ZPE-Zona de
Processo de Exportação prevista para Porto Velho, de 258 hectares já está
escriturado em nome do governo, doado pelo Grupo Maggi ao lado do porto
graneleiro. Mesmo que sua implantação ainda leve algum tempo, pelos
investimentos necessários e burocracia inevitável, o anúncio demonstra que
devagar, mas, de modo contínuo, alguns passos necessários para tornar o nosso
Estado um estado com maior participação no comércio exterior estão sendo dados.
É preciso para se criar o futuro planejar o futuro e só o faremos com iniciativas
que abandonem os objetivos de curto prazo em prol de uma visão do futuro.
Foto: Marisvaldo José-DECOM
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