É chegada a hora da
mudança. O sintoma mais evidente desta necessidade provém até mesmo do próprio
governo, de vez que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios- PNAD 2013
aponta que há estagnação econômica nos principais indicadores nacionais e que,
até mesmo a taxa de desemprego se elevou de 6,1%, em 2012, para 6,5%, em 2013, e o salário encolheu 3,8% , no mesmo
tempo de comparação, e, com a inflação mais alta, em 2014, as coisas devem
estar ainda piores. Porém, o mais grave é que o ambiente econômico brasileiro
se apresenta em estado de grande mal estar, de incerteza e de falta de
confiança em relação ao presente e ao futuro. É o resultado de 12 anos do PT no
poder com as distorções da administração pública que não vê limites entre os
interesses públicos e partidários, do aparelhamento do Estado e da supressão
das oposições que não encontram eco nas centrais sindicais que, com suspeitas
ONGs, ajudam a construir a hegemonia petista no poder e, como consequência, os
escândalos de corrupção que se tornam rotineiros.
Acrescente-se que já
não existe mais a euforia popular que o aumento do crédito, que,
historicamente, era de 24% do Produto Interno Bruto-PIB, a soma de toda a
produção de bens e serviços no ano, pulou, com o governo Lula, para 48% do PIB,
permitindo que o consumo tivesse um enorme aumento e gerando a sensação de
melhoria e bem estar que a população experimentou se enredando em
financiamentos de longo prazo e sacando sobre o futuro. Acontece que tudo tem
um preço. E outro lado da farra do consumo é que, além de pagar duas vezes os
preços dos bens no crediário, as famílias se endividaram no longo prazo. Com os
juros altos e a inflação se elevando começam a sentir os efeitos negativos de
viver em cima do crédito e não da renda. Sob o ponto de vista macroeconômico,
no entanto, a política do governo Lula, e continuada por Dilma, cometeu o grave
equívoco de buscar o crescimento pela demanda. E a demanda estimula o
crescimento, mas, não o garante. Crescimento somente existe pelo lado da oferta
na medida em que é resultado do aumento da produção, ou seja, de existir maior
capacidade produtiva e mais bens e serviços no mercado. Somente com novos
investimentos, com aumento da produção industrial isto pode acontecer. Porém, o
que se observa é que a produção industrial e o nível de investimentos crescem
como rabo de cavalo na medida em que o governo, com medidas pontuais, somente
gera incerteza econômica. E todas as medidas que tomam visam aumentar o
consumo. Querem resolver o problema com mais do mesmo remédio ineficaz.
É a constatação da
exaustão do modelo microeconômico da prioridade para o consumo, da excessiva
intervenção do estado e a manipulação da inflação, com o sacrifício de setores,
como o de combustíveis, energia, dos transportes coletivos e do sistema
creditício, com os abusivos privilégios dados aos bancos públicos e ao BNDES,
que sinalizam com um crescimento que é dez vezes menor que a média dos países
emergentes e o segundo pior da América do Sul (estimado em 0,3% este ano).
Portanto, já não dá mais para segurar este tipo de modelo sem comprometer o
futuro do país. É o momento de se retomar o equilíbrio fiscal, acabar com a tal
da “contabilidade criativa”, deixar de “pedalar” os déficits e promover o
saneamento das contas públicas pela redução dos gastos de custeio. E esta é a
dura realidade econômica que, seja quem for que ganhe a eleição para presidente
há de enfrentar, pois, como não dá mais para aumentar impostos, será preciso
retomar a estabilidade monetária pela contenção das despesas públicas e gerar
confiança no setor empresarial para a promoção dos investimentos na produção e
nos setores essenciais da infraestrutura.
Urge mudar a política econômica atual que já deu o que tinha que dar.
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