Governos não são
necessariamente uma coisa boa. Aliás, os intelectuais e as pessoas que gostam
de liberdade sempre desconfiam deles. Muitos dizem, logo, que qualquer que seja
ele são contra. Afinal governos não existem sem homens e, no fundo, são homens
que dizem aos outros como se comportar. Penso, como Isabel Paterson, que o
governo somente é bom como freio à ação humana, daí, sob tal ponto de vista,
serem necessários e importantes, no entanto, os governos não criam nada; quem
cria, quem produz riquezas são os indivíduos. O problema é que o governo não se
limita a regular e também pode estabelecer proibições e tomar dinheiro dos
cidadãos para suas atividades. Um governo totalitário tudo pode. Apesar de não
criar é dono de tudo, inclusive da liberdade de seus cidadãos. Esta razão pela
qual embora, no passado, tenha tido a doce ilusão de que o caminho para uma
vida melhor é mais governo, agora, tenho o bom senso de admitir que errei.
Quanto menos governo melhor será a nossa vida. E quando os mesmos ficam muito
tempo no governo passam a pensar que a sociedade lhes pertence e impor sua
visão como se fosse a mais correta e a única.
E é exatamente isto que
se discute na atual campanha eleitoral. O Brasil deve decidir se quer ser mais
competitivo, ter mais liberdade, ser um pais mais inclusivo e mais diversificado
ou vai aceitar a canga que nos querem
impor de mais estado, de um modelo, o modelo petista, que, apesar de doze anos
de comando do país, aumenta o poder do estado, a carga tributária, as
imposições burocráticas e pretende até mesmo regular o lucro e encabrestar a
mídia. Especialistas em desenvolvimento, mais do que ninguém, são consensuais
num ponto: o estado é ineficiente e sempre mais ineficiente que a iniciativa
privada. Os países que se desenvolveram o fizeram diminuindo o tamanho do
estado, estabelecendo um bom ambiente econômico e criando o que denominamos
tecnicamente de previsibilidade, ou seja, as empresas e pessoas possuem
condições de esperar determinados comportamentos e ter determinados custos
podendo, portanto, diminuir os riscos. País desenvolvido é país com
estabilidade, sem maiores incertezas que não vivem ao sabor do mandatário de
plantão. É o oposto do Brasil que tem um dos piores ambientes econômicos do
mundo, de vez que, de uma hora para outra, o governo muda as regras ora
estabelecendo novos impostos, ora criando mais obrigações burocráticas e, muito
poucas vezes, se preocupando com o custo do contribuinte, com a vida de quem
paga as contas da máquina e dos seus cartões corporativos.
Por tal razão os nossos
executivos mais competentes dizem que só os loucos (e os que não têm como
escapar das prisões burocráticas nacionais) investem neste país. O resultado é
o que vemos: as menores taxas de crescimento do continente, inflação alta, os
investidores nacionais migrando para investir lá fora por conta do custo
Brasil. E o que o governo atual fez para mudar isto? Não tentou fazer nenhuma
das reformas necessárias, aumentou a tentativa de expandir o consumo via
crédito (e contraditoriamente eleva a taxa de juros) e tenta frear a inflação segurando
os preços, de forma que só tem a nos oferecer uma perspectiva de mais gastos
públicos e imprevisibilidade. Hoje há uma completa falta de confiança nas
políticas públicas inclusive por tentar vender a ideia de que a culpa dos
problemas é da crise externa. Não é. A culpa é de uma política equivocada que
tenta aumentar o tamanho do estado e seu controle e de um modelo que
desestimula o investimento e causa incerteza no mercado. Esta eleição é, na
verdade, a escolha entre procurarmos um novo caminho ou ir até o fim de uma
opção que tende a nos levar para um grau cada vez maior de deterioração dos
serviços públicos, da infraestrutura e da qualidade de vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário