Uma das dúvidas mais
interessantes, no momento, e, isto ficou bem claro, no 19º ENAI - Encontro
Nacional da Imprensa, que reuniu as associações e entidades de imprensa e jornalistas,
no último sábado, dia, 07 na Assembleia Legislativa de Rondônia, é o que a
imprensa se tornou hoje. No passado isto era muito claro. Se podia determinar
com clareza quem pautava a notícia, quem divulgava, quem fazia ser e acontecer.
Havia até mesmo jornalistas que faziam, no bom sentido, a notícia. Antes a
imprensa tinha nome, sobrenome, endereço certo, uma identificação precisa. É o
que não acontece, agora, quando a imprensa, como o mundo, se desmaterializa, se
desmancha no ar. Snodew, por exemplo, foi mais devastador que qualquer das
grandes redes mundiais de imprensa.
Na verdade a imprensa,
hoje, como acentuou José H. Oliveira Júnior, presidente da Agência Brasileira
de Notícias-ABN, pode ser um blog. Pode também ser um vídeo que se espalha na
internet e vira viral. Uma foto no Instagram, um comentário no Facebook pode se
tornar, num instante, mais forte que páginas e páginas num jornal ou telejornal
repetitivo, de vez que, ao mesmo tempo que a imprensa se desintegra, se
fragmenta, parece, aos olhos de todos, mais igual do nunca, mais a mesma coisa,
nas notícias “pega e cola” de todos os órgãos de comunicação, que surgem
padronizados, iguais, pasteurizados de tal forma que as imagens, fotos,
palavras são as mesmas, como se fosse modificado apenas a marca de quem
veicula. Em certos momentos parece que só existem algumas notícias e algumas
pessoas tal a falta de assuntos novos. Tudo fica parecido como os restos num
grande lixão. É o grande paradoxo: uma imprensa imensamente fragmentada para
produzir notícias padrões. Um mar de veículos com as mesmas notícias compactas,
iguais, simulacro de verdade que se afirma mais pela repetição do que pela
qualidade. E, em geral, repetição de notícias ruins no teor e na essência.
É o por isto que se
pergunta, os jornalistas se perguntam, o que é a imprensa hoje? Uma boa resposta,
tomada pela média das conversas, é de que ninguém sabe. Vivemos uma fase de
transformações que deve construir um novo modelo, um novo paradigma de
imprensa. Hoje, porém, parece que circulamos sem definição entre o velho e o
novo, sem saber bem o que flutua ou afunda. De certo sabemos que a imprensa
nunca mais será a mesma. E também que terá que ser exercida, cada vez mais,
como sempre foi dentro de determinados parâmetros de ética, com qualidade e,
quando bem feita, contra. Seja contra o governo, contra as grandes empresas,
contra os interesses escuros e escusos, mas, a favor da verdade e do
esclarecimento. E, como disse muito bem Domingues Júnior, diretor do Departamento
de Comunicação Social do Governo de Rondônia (Decom), buscando a excelência no
que se faz, pois, a essência de qualquer imprensa não pode deixar de ser a
notícia bem feita.
Ilustração: conversasdavida.blogspot.com
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