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sábado, fevereiro 26, 2011
Destinos atados: o Brasil precisa dos EUA e os EUA, do Brasil
A Embraer inaugura sua primeira fábrica na Flórida nos Estados Unidos. É sim um sintoma da inserção do Brasil no mundo e, no futuro, depois que passarmos por esta pasmaceira de criatividade e de ideias fora de ordem, certamente, merecerá uma comemoração maior do que o quase silencio com que vem sendo saudada a notícia. Nós, de certa forma, temos dado as costas para os Estados Unidos numa política externa infantil que se aproxima de países de ditadores ou de falsos democratas vestidos com a ideologia de uma esquerda que foi enterrada com os escombros do muro de Berlim. Mas, como se sabe, temos uma propensão para ver o futuro no passado.
Tivemos sim a sorte de que existiu a ascensão da China quando os Estados Unidos passaram pela crise de 2008 depois que, por mero jogo de cena, por diversas vezes, brincamos de fazer diplomacia do atraso agradando Chávez, Castro e até nos envolvendo no Irã contra a lógica de que países devem cuidar dos seus interesses e nossos interesses estão muito mais ligados aos norte-americanos que tem muito para nos oferecer do que a uma política de valorização de nações africanas ou sulamericanas que terão ainda que evoluir para poderem ser, efetivamente, nossos parceiros e, hoje, por incrível que pareça, estamos mais próximos da China que toma nossos mercados que dos EUA que podem ser um mercado nosso e já foi em passado não muito distante nosso maior parceiro comercial. Claro que não devemos nos afastar da China, porém, as nossas diferenças são maiores que nossas semelhanças e o lógico, o plausível, seria até para contrabalançar alguns malefícios chineses o Brasil de valorizar sua parceria com os Estados Unidos.
Aliás, o momento não poderia ser melhor na medida em que Barack Obama vem aí. E, na visita precursora, faz uns dias, seu secretário do Tesouro pediu apoio do Brasil para pressionar a China a valorizar sua moeda. Está claro que um dos assuntos na pauta entre Estados Unidos e Brasil é buscar pontos de convergência para equilibrar as relações comerciais com a China. Há muito o que ganhar com a aproximação norte-americana, principalmente, agora que os governos do Brasil e dos Estados Unidos estão conversando sobre a criação de uma joint venture, entre o BNDES e o Eximbank, com o objetivo de financiar empreendimentos comuns de empresas brasileiras e americanas em terceiros países. Uma proposta que nasceu dos Estados Unidos, mas, que até se encaixa na política de atuar em países africanos e da América do Sul. Neste sentido, é também uma forma do país usar a China de forma estratégica para tomar a iniciativa de se aproximar mais, em melhores condições, inclusive conseguindo concessões que, de outra forma, jamais aconteceriam. Os EUA e o Brasil tem, além de uma longa tradição de aproximação e de negócios comuns, a obrigação de buscar enfrentar a agressividade da China no mercado mundial e só pelo trabalho conjunto poderão ter mais chances de êxito posto que, por seu tamanho e suas formas de negócio, a China somente poderá ser contida pela união dos Estados Unidos com os países emergentes que são afetados por suas políticas desleais, entre os quais, sem dúvida, está o Brasil.
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