Uma eleição, como a atual para
prefeito de Porto Velho, não é a mesma coisa para todos. Há os que estão politicamente
engajados, que acreditam que a eleição é a coisa mais importante do mundo, há
os conscientes, que desejam escolher o melhor candidato para a cidade, há, e
são muitos, os indecisos, que vão votar escolhendo na última hora, e os que são
completamente indiferentes e não vão votar em ninguém, anular o voto ou mesmo
nem comparecer e pagar multa. E há também os que podem ganhar espaço político com
a prefeitura de Porto Velho e olham a eleição atual não como um fim em si
mesmo, mas, como uma plataforma para a conquista do poder estadual.
Salta aos olhos que este é o
caso do ex-governador Cassol que, estimulou candidatos para capitalizar seus
eleitores, e tem sido importante alavanca nos votos de Mário Português, embora
exista quem pense que ele não pesa na capital,
numa previsão de que um bom resultado de quem apoia será o
fortalecimento de sua futura candidatura ao governo. Outro líder partidário que
participa com um olhar no futuro é o ex-senador Expedito Junior que, com a
possibilidade de emplacar um prefeito da capital, no caso uma prefeita,
fortalece seu cacife para disputar o governo, embora, por uma dessas veredas da
vida, quem tenha se transformado no grande apoio da candidatura peessedebista
acabou sendo o presidente da Assembleia, deputado Hermínio Coelho, que, em face
da coligação de seu partido, o PSD, tem dado apoio ostensivo à candidatura de
Mariana Carvalho fornecendo uma musculatura que, para muitos, ela não teria sem
seu apoio direto. Já as intenções de votos de Mauro Nazif e Garçon estão dentro
do esperado tendo em vista suas trajetórias políticas. Já Fátima Cleide sofre o
também esperado desgaste da discutível administração da cidade por seu partido.
Por outro lado, inexplicável, e sem previsão de futuro, foi a posição do PMDB,
ao lançar o médico José Augusto, pessoa de indiscutível qualidades, porém,
afastado por muito tempo da política municipal, com remotas chances de sucesso
eleitoral. Neste sentido, só é possível acreditar que, ao PMDB, interessa mais
a aliança nacional com o PT do que a prefeitura, tendo em vista que já possui o
posto máximo do Estado. Mas, o resultado pífio previsto não ajuda o governador
Confúcio Moura numa possível reeleição.
Como o resultado, hoje, da
eleição está bastante enevoado, com as boas pesquisas mostrando os candidatos
embolados, o segundo turno se avizinha e só aí poderemos ver quem serão,
realmente, os grandes vencedores das eleições deste ano. Independentemente, porém, de qualquer
resultado, alguns políticos, por sua posição ativa na eleição local, já
ganharam destaque e maior visibilidade para a eleição que se desenha por trás
desta eleição, que são o senador Cassol, o ex-senador Expedito Júnior, o
presidente da Assembleia, Hermínio Coelho e, entre os candidatos, mesmo,
aparentemente, sem possibilidades de ir ao segundo turno, Aluizio Vidal, que
com um discurso ético e sereno, destacou-se como uma alternativa política
viável se cacifando para ser um futuro deputado estadual.
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