O microcrédito é o termo usado para designar uma variedade de empréstimos que se caracteriza pelo pequeno valor emprestado, geralmente, para pessoas
de baixa renda e que, usualmente, não têm acesso às formas convencionais de
crédito, ou seja, é mais dirigido aos negócios informais. Sua
instituição foi iniciada num certo dia em que o
economista e professor Muhammad
Yunus emprestou 27 dólares do seu próprio bolso a cada uma de 42 mulheres da
cidade de Jobra, próxima à Universidade onde lecionava, para que estas pudessem
adquirir matéria-prima para confeccionar os seus artesanatos, tornando-as assim
independentes das garras de agiotas que as mantinham num regime que passou a
emprestar pequenas quantias de dinheiro sem cobrar juros a um pequeno grupo
familiar, em especial as mulheres que foram 97% dos 6,6 milhões de
beneficiários com uma taxa de recuperação é de 98,85%. No Brasil esta
experiência foi implantanda no Brasil em 1973, em Recife e Salvador, com a
concessão de crédito para o setor informal urbano. Tratava-se do programa
União Nordestina de Assistência a Pequenas Organizações (UNO). Em 1987, uma outra experiência foi implantada
em Porto Alegre
pelo Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos Ana Terra (Ceape), que depois
passou a atuar com 12 centros em vários estados brasileiros.
Em Rondônia numa iniciativa que surgiu do
SEBRAE/RO, depois de muitos esforços infrutiferos, se conseguiu, com recursos
provenientes do Fider (Fundo de Desenvolvimento do Estado de Rondônia),
repassados para a Acrecid- Associação de Crédito Cidadão, uma organização
não-governamental, criada em 2001, sem fins lucrativos, com a finalidade de criar o primeiro programa de
microcrédito estadual que, até hoje, oferece crédito a pessoas que têm pequenos
negócios, em valores entre R$ 300,00 e R$ 10.000,00. A carência é de 30 dias e
o empréstimo pode ser pago em até 12 meses.Inicialmente restrito a sua sede, em
Porto Velho, e, hoje, principalmente com o apoio do governador Confúcio Moura,
a Acrecid se expandiu e, hoje, atende com postos também em Guajara-Mirim,
Itapuã do Oeste, Candeias do Jamari, Espigão do Oeste, Cacoal, Pimenta Bueno,
Alta Floresta e Rolim de Moura. Existem já outras iniciativas de microcrédito,
mas, a da Acrecid, hoje atuando com a bandeira “Banco do Povo” é, sem dúvida, a
mais antiga e exitosa experiência em crédito orientado para o pequeno em
Rondônia.
É um trabalho
que tem gerado imensos frutos. Estes recursos,
ainda que pequenos diante da demanda, asseguraram o sustento de muitas
famílias, possibilitando que pessoas simples possam sobreviver com dignidade. Neste
ponto, é preciso louvar trabalho bem
feito realizado pelo presidente Manoel Serra e o diretor administrativo
financeiro, Anibal Martins Neto, e sua equipe, que já possibilitaram, com
controle e acompanhamento individual, a liberação de microcrédito para mais de
cinco mil pessoas, com taxa de juros que variam entre 0,5% e 2%, muito abaixo do
mercado. E a maior prova é a taxa de inadimplência quase inexistente mesmo com
60% dos empréstimos liberados, em 2012, sendo entre R$ 1 mil e 3 mil reais. Só
no decorrer de 2012, para se ter uma ideia, foram liberados 1.146 projetos com um
montante de R$ 4.439.807,30 (Quatro milhões, quatrocentos e trinta e nove mil,
oitocentos e sete reais e trinta centavos). É um trabalho que merece aplausos e
que, por sua qualidade, deve ser incentivado com mais recursos para gerar crédito
para as camadas de mais baixa renda.
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