Li na imprensa que, por
meio de acordo entre Brasil e Estados Unidos, a cachaça foi reconhecida como
uma bebida genuinamente brasileira. Os produtores comemoraram o fato tendo em
vista que os norte-americanos tem se tornado, nos últimos anos, um mercado
promissor para a bebida, que ganha espaço com a maior participação do país no
mundo. O Instituto Brasileiro da Cachaça, o IBRAC (http://www.ibrac.net/),
acredita que vendida com seu verdadeiro nome, unicamente de cachaça, as vendas
devem ser impulsionadas porque, atualmente, ela é vendida com o nome de
Brazilian Rum, de vez que o rum também é feito com cana de açúcar, o que não
permite diferenciar os dois destilados. Com o reconhecimento todo destilado com
o nome cachaça no rótulo será brasileiro. Ou seja, é bem possível, que se
acrescente aos símbolos brasileiros, além do futebol, do samba e da música, a
cachaça, que deve passar a ser internacionalmente mais um ícone da nossa
cultura.
É preciso acentuar que,
até mesmo internamente, faz tempo que a cachaça deixou de ter a imagem negativa
que se associava aos produtos de baixa qualidade e preço baixo, embora ainda
continue a existir este tipo de produção, mas, a grande realidade tem sido o
avanço das denominadas cachaças premium que são, cada vez mais, exemplos de
sofisticação e de esmero na produção tanto que as melhores, que nada deixam a
desejar em relação a qualquer outro destilado, são envelhecidas em bálsamo, uma
madeira especial e que acabam também custando um preço mais elevado tendo em vista
o tempo de envelhecimento. Talvez o melhor exemplo deste tipo de produção, ou
as marcas mais badaladas, são a Havana e Anísio Santiago. Cachaças desta
qualidade custam até mais do que os bons uísques estrangeiros, porém, existe
uma infinidade de cachaças de boa qualidade com preços também que variam com a
qualidade, a fama e o tempo de envelhecimento. Assim como o vinho, a cachaça
tem que ser estudada para ser bem conhecida e existem bons especialistas no
tema. Para quem quiser saber mais a respeito sugiro um sites especializados no
tema, como o http://www.mapadacachaca.com.br/
ou www.cachacariameninaboca.com.br,
que trazem informações sobre a bebida de pessoas que estudam, gostam e vendem a
bebida. Quem pesquisar um pouco na internet descobrirá até mesmo rankings da
bebida feitos por especialistas. E verá que floresce também um mercado seleto
que é o das cachaças artesanais.
A cachaça levou muito
tempo para se tornar uma bebida respeitável, pois, é uma bebida antiga, com
mais de 400 anos, e que somente agora, mesmo sendo responsável por 80% da
produção de destilados do país, a capacidade de produção, segundo o IBRAC, é de
1,2 bilhão de litros, com mais de 4 mil marcas sendo fabricadas por mais de
40.000 produtores e, embora, a produção seja espalhada pelo país afora são os
estados de São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais, Ceará e Paraíba que possuem um
maior destaque em termos de mercado. E, tenham certeza, não é papo de bar,
embora somente 1% da produção seja exportada, a cachaça brasileira tende a ser
um destilado que ainda terá muito destaque no mundo. Muitos especialistas
apostam que será a bebida que terá maior crescimento nas primeiras décadas do
século XXI. Só falta ser tema de carnaval.
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