Fim
de ano é sempre tempo de balanços, de memórias, de planos, de retrospectivas e
de previsões. O ano de 2013 não foi um ano fácil. Foi um ano surpreendente, em
especial, por causa das grandes manifestações públicas de junho pelo Brasil
afora, porém, mais ainda inquietador por ter deixado a descoberto os grandes
problemas nacionais, como o da crescente violência, da baixa qualidade da
educação, dos hospitais e universidades sucateadas, pela desindustrialização
crescente do país com o aumento explosivo das exportações e, para encerrar as
coisas negativas, o fato de que as ações do governo tem sido burocráticas,
meras panaceias, que não atacam as raízes dos problemas nacionais.
É,
por um lado, muito desalentador, principalmente, porque este parece ser um
padrão mundial. Sem dúvida parece existir uma estagnação dos pensamentos, de
propostas e de renovação de lideranças que torna os debates sem atração, torna
todos, como se diz no Nordeste “farinha do mesmo saco”, num momento em que se
pede soluções novas, inovações na forma de agir e de pensar. São muitos os que
apontam o fato de que nossa sociedade não é sustentável; que, ou mudamos o sistema
econômico vigente, ou caminhamos para uma catástrofe que hoje nem se consegue
imaginar. Porém, a triste realidade é que não surge nada novo. Só temos mais do
mesmo.
Neste
fim de ano me anima, porém, um dado novo e interessante que foi mostrado por
John Parker, jornalista e editor da revista britânica “The Economist”, num
artigo em que ressalta que, nos últimos 50 anos, aconteceu um declínio no
tamanho das famílias. Segundo ele, no próximo ano teremos um marco desta
mudança quando na Ásia, a taxa de fecundidade total cairá para 2,1. Em
1960, a fertilidade média da Ásia era de 5,8. Isto graças a que se prevê que,
na China, em 2014, será o ano em que as mulheres passarão a ter, em média, dois
ou mesmo um filho apenas. É claro que isto é uma decorrência dos problemas
econômicos. Não é nada fácil criar filhos, daí a queda de fecundidade ser um
fenômeno mundial, mas, é mais significativa na Ásia por concentrar metade da
população mundial.
Cito
este tipo de dado novo como um sinal, porém, existem muitos outros, como, por
exemplo, o avanço de novas técnicas de ensino à distância e a quebra de
paradigmas de que a sala de aula tende a se confundir com o mundo. Estes tipos
de sinais me dão a esperança de estejam acontecendo mudanças imperceptíveis, que a hipótese da própria natureza ser mais sábia
que o homem e criar sua própria homeostase, seu equilíbrio interno, me parece
cada vez mais encantadora. Talvez seja só mesmo uma forma de criar esperança,
de ser otimista. Mas, talvez, seja o cansaço de tantas previsões de que, em
2014, teremos mais do mesmo. E, convenhamos, no fim do ano é preciso renovar,
pelo menos, a esperança.
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