Por mais que as
autoridades façam discursos otimistas, o fracasso da política atual de
desenvolvimento centrada no consumo, torna-se evidente com a pequenina expansão
de 0,2%, no primeiro trimestre, acompanhada de inflação alta e um enorme rombo
comercial. Não adianta o ministro da Fazenda, Guido Mantega, desejar atribuir o
baixo crescimento brasileiro a algum problema conjuntural ou a fatores
externos. É o ambiente econômico, a indústria em declínio e a baixa
produtividade que conduzem ao baixo desempenho dos indicadores de nossa
economia.
Isto é visível, por
exemplo, na pesquisa divulgada pelo IMD, escola de negócios da Suíça, o Índice
de Competitividade Mundial, no qual o Brasil perdeu três posições este ano, estando,
agora, em 54º lugar, num universo de 60 países analisados. Em quatro anos, desde
o início do mandato de Dilma Roussef foram 16 posições perdidas. Nos anos
anteriores, o Brasil caiu pelo avanço dos outros países. Em 2014, todavia, não foi
o que aconteceu. Perdemos posições por nossos erros, entre eles o aumento de
custos derivados da inflação e a baixa inserção do país no comércio exterior e
a perda de participação no mercado
internacional. São as políticas econômicas desastradas que
geram ruídos e incertezas, fruto das medidas voluntaristas e erráticas do governo.
Entre estes nada mais nocivo que a tentativa de intervir na fixação de preços e
na taxa de lucros, bem como insistir na política econômica heterodoxa de estimular
o consumo, em detrimento dos investimentos. Daí a retração dos
investimentos e o desestímulo a novos negócios.
As pesquisas de confiança,
já fazem algum tempo, seja de que setor econômico, e também das famílias, já
sinalizaram o cansaço com as ações do governo que não dão respostas efetivas
aos problemas que nos afligem e se traduzem
num quadro que beira ao caótico (protestos, depredações, invasões de
prédios públicos e privados, violência, corrupção, entre outras coisas). Tudo
isto tem a haver com a falta de perspectivas e reflete o esgotamento das políticas
de estímulo ao consumo, em especial das “políticas de transferência de renda” e
reajustes reais do salário mínimo, que somente são sustentáveis se capazes de
atrair novos investimentos que possam responder ao aumento da demanda. De nada
adianta manter o desemprego em patamar baixo se, por outro lado, são gerados
ruídos que assustam os agentes econômicos e desestimulam os empresários e até
os estimulam a investir no exterior. Como
o governo não passa segurança aos
investidores, a oferta de bens não aumenta, de forma que somente importando
para fazer frente a uma demanda mais alta. Com o consumo excessivo, a poupança
interna recuou a 12,7% do PIB, no primeiro trimestre deste ano, e os investimentos para 17,7%, o que demonstra que
o crescimento pífio do PIB neste primeiro trimestre não tem perspectivas de
melhorar. Com este quadro, aumenta a possibilidade do crescimento deste ano
ficar abaixo de 1,6%, podendo até recuar a 1,0% ao fim de 2015. Sem mudanças na
política econômica iremos continuar patinando em torno de baixos índices de
crescimento. Sem investimento não existe maior capacidade produtiva, nem
crescimento da produção. E não há discurso ou milagres que desmintam esta dura
realidade.
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