Na campanha eleitoral os candidatos, em especial a nossa presidente,
Dilma Roussef, com um marketing afiado, prometeram tudo, se disseram capazes de
resolver todas as coisas. Aliás, pelo que se via, e as polianas, os petistas
convictos por ideologia ou por dinheiro, atestavam o Brasil não podia estar
melhor. O Brasil, pelo que entendi, se é que consigo entender alguma coisa,
somente não estava melhor por causa do ambiente externo, mas, por aqui, os
nossos dirigentes não erraram nada e tudo permaneceria no melhor dos mundos
possíveis, como sempre esteve, pelo menos, depois que o PT alcançou o poder, ou
seja, quando, por fim, descobriram ou inventaram este Brasil maravilhoso e novo
do presente.
O problema, que, parece coisa de embriagado, é agora, é a ressaca da
felicidade que, supostamente, nos experimentamos. Já no final do ano a energia
dava sinais de que seria mais cara, porém, os impostos, aqueles impostos que,
no passado, o sr. Lula da Silva considerava exorbitantes, um asssalto ao bolso
do contribuinte, que, infelizmente, ao longo do império petista, que também
somente haviam aumentado, mesmo com as tais desonerações, só cresce, de vez que
o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário-IBPT mostra que estamos
próximos já de uma carga tributária por volta de 37%. Agora, eleito, o governo
afirma, o que não dizia antes, que os impostos devem ser aumentados, o que nem
o sr. Ministro da Fazenda nega, embora tangencie como e de que forma. E, como
se sabe, se quando negam, fazem, imagine quando não negam...
E, pelo jeito, os aumentos virão da pior forma possível. Como não existe
articulação de nada dentro do governo, nem nas suas esferas, e, se proclama aos
quatro ventos, que em todos os níveis os governos passam por problemas de
caixa, qual será a solução mais simples e mais lógica? Acertou quem pensou em
aumento da tributação. Difícil não é? As prefeituras, logo no início do ano,
despacham o primeiro golpe no bolso do contribuinte: o IPTU e outras taxas. Os
governos estaduais, porém, não ficam atrás, logo no dia 04 de janeiro, em muitas rodovias
do país, os pedágios subiram, de imediato, e o cidadão foi também brindado com
mais ICMS, IPVA, cartórios e repasses judiciários e por aí vai. O governo
federal segue a cantiga com a tabela fajuta do Imposto de Renda, alíquotas de
contribuições, IPI etc. O problema é que
este desespero individual dos caixas públicos pós-eleições, com suas ações desarticuladas nos vários níveis de
governo, possuem um impacto negativo cumulativo que, adivinhem, no bolso de
quem vai pesar? Os especialistas falam que serão cerca de mais R$ 60 bilhões
nos cofres públicos. Dá para imaginar às custas dos bolsos de quem? Claro que
todos desejam que as contas públicas sejam reequilibradas, mas, o problema é
que não se cogita, em momento algum, em cortar as farras das despesas, o excesso de secretarias
e ministérios, acabar com a farra dos cargos em comissão, eliminar os
privilégios gritantes dos diversos poderes. É do bolso do cidadão comum, e mais ainda de
quem depende de salário, que tem seus descontos na fonte, que se cobra a conta das eleições. E, num
momento em que o consumidor está endividado, a indústria com altos níveis de
estoque, os juros voltaram a ser um dos maiores do mundo e o investimento está
em queda. Ou seja, a perspectiva é de tempos bicudos, aumento do desemprego e o
caótico tarifaço que rouba ainda mais a capacidade de gasto das famílias.
E lá vamos nós: sem projeto de futuro, sem visão de longo prazo, sem a
menor noção de quando as coisas poderão melhorar e, pior ainda, sem ter para
quem apelar. Voltamos aos tempos de Luís
XVI, o último monarca da França, que,
como o governo Dilma e toda a estrutura governamental, somente sabe anunciar
novos impostos mantendo o luxo e as mordomias da corte. Só nas redes sociais se
exprime uma revolta inócua e, muitas vezes, degradante na medida em que zomba
de si mesmo, da situação humilhante de que a elite que pensa (e gera riquezas) não tem
alternativas contra quem nos manda e impõe comer brioches digitais, enquanto se
regogizam com vinho Romanée-Conti e charutos Cohiba cubano, verberando contra quem os sustenta e contra a imprensa paga para ficar calada. A economia, é claro, vai se
desmiliguindo quando somente se aumentam os impostos e se premia a corrupção. E
os nossos dirigentes continuam a se comportar como se tivessem sido eleitos
para fazer farra e manter suas mordomias e privilégios sob os aplausos de um
povo que pensa que poderá ter na vida sucesso sem estudar e/ou trabalhar. Claro que não
estamos ainda no pior dos mundos possíveis. Ainda há muito espaço para piorar.
E ninguém tem dúvidas de que temos competência nesta área. Só agora estamos
começando a receber, em doídas prestações, a conta do custo da campanha
eleitoral.
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