Uma pesquisa norte-americana, feita durante um período de mais de
dois anos, pela CivicScience, mapeou o que influencia
mais os consumidores na hora de comprar, onde comer e o que assistir: anúncios
na TV, propaganda na internet ou conversa nas redes sociais. Observando os
resultados durante um tempo a empresa chegou a alguns resultados:
1)
Que a influência da
TV sobre o comportamento do consumidor está diminuindo. E mais pelo
encolhimento significativo da influência da televisão;
2)
O clima (por lá, é
claro) influencia muito. Quando o clima é quente, as pessoas são mais
influenciadas pelas redes e com a temperatura mais baixa a influência da TV é
maior;
3)
Os anúncios na
internet apresentam um crescimento gradual, mas, com menos volatilidade que TV
ou mídia social.
O
questionário foi respondido por mais de 17 mil adultos norte-americanos e o total
de respostas variou entre 2 mil e 5 mil, de forma que se trata de uma pesquisa
bastante representativa. Há, no entanto, algumas análises que foram feitas que
devem ser levadas em consideração. Apesar de tudo, a pesquisa mostra que existe
uma crescente percentagem de consumidores dizendo que conversas em redes
sociais são as que mais os influenciam. A proliferação dos dispositivos móveis,
por exemplo, é outro fator importante de modificação. Durante este mesmo período
de tempo, os dados mostraram que os possuidores de smartphones passaram de 53%
para 67%, e os usuários de tablets passaram de 32% para 52%. Ou seja, o acesso
a mídias sociais está ficando maior e, por incrível que pareça, isto não
significa que há menos gente assistindo episódios inteiros de conteúdo de TV.
Estes números continuaram praticamente iguais no mesmo período. Porém, os que se
dizem mais influenciados pelos anunciantes da TV são muito mais “tradicionais”
nos seus atributos. Eles tendem a ter mais de 45 anos, assistem a mais de
quatro horas de televisão por dia, preferem meios tradicionais de comunicação
(ligação via telefone fixo) e, a maioria, se não todos, compram em lojas
físicas. Eles são mais propensos a dirigirem carros produzidos nos Estados
Unidos e a comer nas redes de fast-food. Enquanto que o segmento que alega ser
mais influenciado pelos comentários das redes sociais tem certa tendência
feminina; são mais propícios a ter entre 18 e 29 anos; dizem ser viciados em
devices digitais; preferem comer nos restaurantes casuais ou locais; dirigem
carros feitos no Japão; e assistem TV por outros aparelhos. É neste grupo que
os anunciantes precisam focar, já que são consumidores que prestam muita
atenção em comentários, e o botão de compartilhar está a um toque de distância.
A vantagem deste público é que podem ser fortes aliados para a aceitação de um
produto. Há um dado importante que é o fato de que os anúncios digitais
conseguem atingir no pico 14% dos consumidores, ou seja, não funcionam tão bem,
o que é um fator de dificuldade para quem vive de publicidade digital. Vale
ressaltar que a pesquisa é norte-americana. Mas, não deixa de ser uma luz de
farol para o nosso futuro. Tenho sérias dúvidas sobre sua validade entre nós,
porém, não tenho dúvida nenhuma de que o forte aumento do número de equipamentos
móveis transforma o mercado brasileiro e, com certeza, modifica também a forma
de avaliar os produtos e aumenta a influência das mídias sociais.
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