Jogar é da natureza
humana. Não vou ao ponto, nem tenho a capacidade de pensamento, do filósofo
Johan Huizinga que disse que “É no jogo e pelo jogo que a civilização surge e
se desenvolve”, mas, percebo, no meu pobre horizonte de pensamento que, de qualquer
forma, na vida, sempre se joga. E ainda, dentro de meus limites mentais, penso
que somos bons em alguns jogos e outros não e, consciente, ou não, fazemos
escolhas dos jogos que jogamos, porém, ninguém, nem mesmo os críticos dos
jogos, deixa de jogar. Em suma, a política, a economia, a vida social, o viver,
enfim, é um jogo.
E, sob o ponto de vista
científico, no estado de saber atual, se divulga que jogar faz bem ao cérebro.
Claro que não falamos do vício de jogar, mas, ao de cultivar o hábito de manter
alguma atividade que exija a movimentação do cérebro. Segundo os cientistas, o
sinal mais evidente do processo de envelhecimento é a redução da velocidade de
absorver novos conhecimentos e problemas de coordenação motora. O motivo da
velhice-dizem- não se deve, como se pensava, à perda de neurônios, mas, à
diminuição do número de sinapses. De forma que, para eles, a melhor forma de se
manter bem é criar novas sinapses. Trata-se de um processo semelhante ao exercício
físico que mantém o corpo mais saudável. No caso do cérebro é preciso exercício
mental.
Por conta disto se
recomenda que se pratique alguns tipos de atividades que fortalecem a
capacidade mental quanto mais se envelhece devido à função executiva do cérebro,
necessária para atenção, percepção, memória e resolução de problemas, diminuir.
Assim praticar leitura com reflexão, aprender uma nova língua, conviver
socialmente, praticar exercícios físicos, fazer palavras cruzadas, realizar
jogos de memória e praticar diversos tipos de jogos, mais modernamente, os vídeos
games são fundamentais para criar novas conexões entre os neurônios, para a
criação de novas sinapses.
É fantástico que as
novas tecnologias sejam aconselháveis para os mais velhos (e a adesão das
pessoas de mais 60 anos à internet, por exemplo, tem sido acima de 50%), porém,
é mais interessante ainda que os videogames sejam considerados como excelentes
para a prevenção e para o tratamento de algumas enfermidades. Especialistas
afirmam que, se usados pelos mais velhos, o videogame melhora o condicionamento
físico, a força, o equilíbrio e também ajuda o lado cultural e social. E,
pasmem, ao contrário do que seria esperado, quanto maior o período de uso
melhor é a concentração, a agilidade e até mesmo o processamento das
informações e, meses depois que param, os benefícios permanecem. Confesso que fiquei
com inveja de alguns deles que, ao jogar, se esqueciam de tudo, inclusive mulheres, que
deixavam as panelas no fogo queimar a comida. A minha razão é simples. Gosto de
jogos. Futebol, basquete, futebol de salão, vôlei. Fui, até certo tempo, um
jogador de gamão, um jogador de cartas, não muito aplicado, um razoável jogador
de xadrez. Confesso que gosto de bingos, um pouco, e jogo, mesmo contra todas
as probabilidades, nas loterias. Afinal jogar é humano,contudo, quando se trata
de videogames, sinceramente, devo ter um problema geracional. Não que considere
os games estranhos, embora considere muito pouco atrativo o fato de que, em geral,
são violentos ou muito competitivos, todavia, me parece sempre como cigarro:
algo com que não consigo ter prazer. É claro que isto não vale para os outros.
Há pessoas que consideram os games funcionais, divertidos e até instrutivos.
Até penso que a experiência com os denominados Exergames, os controlados pelos
movimentos corporais e que são utilizados para tarefas e exercícios físicos,
devem dar, de fato, alguma diversão, mas, não consigo me livrar da percepção de
que os games, talvez, seja a idade mesmo, são algo meio infantil. É claro que
esta é uma reflexão que só serve para mim e alguns dinossauros de estrutura
parecida. Pelo estado da arte os games geram mesmo benefícios até mesmo sob o
aspecto de integração geracional. E se é para o bem de todos, e felicidade
geral da nação, digo aos mais velhos, com entusiasmo:- Vão jogar videogames,
seus meninos levados!
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