Segundo
apurou o jornal Folha de S. Paulo, Lula teria estimulado o Tribunal de Contas
da União-TCU, para questionar as contas de Dilma Rousseff. Isto mesmo. Segundo
publicado pelo jornal “Lula disse ao ministro José Múcio Monteiro, de quem é
próximo, achar razoável que o órgão pedisse explicações sobre as pedaladas
fiscais”. Parece até coisa de maluco, mas, faz sentido quando se verifica que o
ex-presidente, segundo também a imprensa, não tem tido boas noites de sono com a possibilidade
de ser preso em futuro próximo. Possibilidade que se agravou muito com a homologação da delação premiada do
empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, pelo procurador-geral da República, Janot, “que
deve abrir nos próximos dias mais procedimentos" onde, segundo consta, se
inclui Lula e Edinho Silva numa primeira fase e, em seguida, Dilma Rousseff.
Atente-se ainda que, além da possibilidade aberta de uma futura delação de
Marcelo Odebrecht, Lula tem ainda um grande problema em relação a João Vaccari
Neto, o dos “pixulecos”, que mandou recados afirmando, segundo o colunista
Lauro Jardim, que “Preso, sente-se abandonado pelos velhos companheiros”. Numa
situação deste tipo é razoável supor que Lula, buscando evitar a cadeia, manobre
para que a queda de Dilma, por fraudes contábeis, esfrie o inquérito sobre o
Petrolão. Como não tem mais nada a ganhar com a presidente, é lógico, que sua saída do palco alivie a pressão sobre ele.
Atente-se
ainda que a recente ofensiva do PT, incluindo a entrevista do ministro Edinho
Silva, da Secom, ao dizer que o empresário “falou mentiras” é uma tentativa de desvincular
os recursos da campanha de Dilma do Petrolão, mas, trata-se de um esforço
inútil. O máximo que podem comprovar, o que não evita o impeachment, é que o
dinheiro sujo de Ricardo Pessoa entrou legalmente na campanha. Ou seja, foi
registrado, mas, isto, na verdade, é uma operação de “branqueamento” de
recursos ilícitos. Ora, o grande problema deste tipo de defesa é que há imagens
gravadas de Vaccari Neto recebendo propina e que o tesoureiro do PT repassou
31,6 milhões de reais para o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, Edinho
Silva. E, para piorar o quadro, Ricardo Pessoa será ouvido pelo Ministério
Público Eleitoral na ação que investiga a reeleição de Dilma Rousseff. Segundo o Estadão o depoimento do empreiteiro
foi marcado para 14 julho.
Evidentemente,
da forma como os “vazamentos” vão se acumulando, haverá um momento em que as
barreiras, como os muros de Jericó, desabarão, mas, se trata de um processo que
ainda leva tempo, com o agravante de que a economia do país continuará a
refletir as incertezas e os problemas da política. Bem que o governo tenta
criar, como já fez no passado, uma agenda positiva para retomar o controle da
imprensa e vender sua versão. Porém, é muito difícil de conseguir navegar
contra uma corrente que fica cada vez mais forte. Ninguém pode prever o que
virá, todavia, os sinais evidentes são de que, por muito tempo, ainda a pressão
contra o governo continuará a se avolumar e, com seus principais protagonistas
chamuscados pelo fogo das denúncias, seu futuro parece cada vez mais incerto.
E, com tanta água em jogo, o perigo é um tsunami.
Ilustração:
g1.globo.com
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