Não
sou um especialista em mídia. Sou, na verdade, um curioso. E um curioso, muitas
vezes, vencido por uma indomável preguiça. É, por tal razão, que somente,
agora, me ocupo de tatear um pouco, fazer um pequeno esforço mental, sobre um
indiscutível fenômeno de nossos tempos que é o YouTube. Claro que,
episodicamente, já pensei a seu respeito. Afinal o YouTube faz parte do
cotidiano das pessoas reais e dos diversos meios de comunicação e, como a
globalização, queiramos, ou não, faz parte de nossas vidas.
Há
uma tendência a se pensar o YouTube como
um depósito de vídeos, digamos assim, para situar melhor, de conteúdo
intangível. Penso que é muito mais que isto. De fato, como a grande maioria das
pessoas, não somente conheci o site de mídia social por meio de um vídeo e o
uso, constantemente, para assistir vídeos, ou que me são enviados por e-mail,
em geral por amigos, ou que, por acaso, encontro no FaceBook ou nos blogs em
que clico, atrás de algum tipo de divertimento ou informação. Devo ter algumas
gravações no YouTube, mas, não gravei nem pensei, até pouco tempo, em
contribuir para o seu crescimento com uma produção própria.
Isto
não significa desconhecer sua importância como um elemento essencial da
comunicação moderna. Significa apenas que sou, até certo pouco, o que se chama
de um BIOS-Bicho Ignorante de Sistemas Operacionais. O certo é que, apesar de
um fã de cinema, de vídeos, um seguidor de séries, um curtidor de imagens,
exceto com a fotografia, e, certamente, de uma forma sofrível, jamais consegui
criar alguma coisa que, a meu ver, passe de amadora. É claro que os amadores
possuem vez no YouTube (cães, gatos, pancadas e bêbados também), mas, me
considero ridículo o suficiente para não acrescentar novos motivos para
provocar sorrisos.
Quando
penso no site o que me salta aos olhos é sua capacidade promocional. Ainda que
os seus aspectos de relacionamento social não sejam poucos significativos. Mas,
o que me espanta mesmo é que seja, como é, um dos maiores sintomas do que
chamamos de cultura participativa. O Youtube, mais do que qualquer outro tipo
de mídia social, me parece que gerou, inconscientemente mais para os usuários que
as empresas, modificações nas relações de poder entre os segmentos de mercado
da mídia e seus consumidores. Mais que
isto: abre um canal para, qualquer um participar ativamente da criação e
circulação de novo conteúdos, o que produz novas configurações econômicas e
culturais. Apesar de ser de uma empresa hoje (Google), no entanto, não deixa de
ser um site incômodo e contestador (até hoje não gerou lucro), o que lhe dá
aspectos potencialmente libertários. Nos debates que se travam a seu respeito
ninguém sabe para onde vai, porém, não se pode negar que, cada vez mais cresce
de importância, e é um difusor notável do que se chama de cultura popular.
Pode-se discutir o seu valor, e até a legitimidade de certos sucessos que
produz, todavia, impossível negar que, como o mundo moderno, se nos causa mal
estar é devido à sua diversidade e fragmentação. Isto é ruim ou é bom? Fico com
Einstein.
Nenhum comentário:
Postar um comentário