Não tenho mais
paciência nem de explicar, quanto mais discutir, questões complexas com a
imensa maioria das pessoas. Não que me considere um grande pensador, porém, a
intelectualidade brasileira anda pensando de forma tão rasteira que barriga de
cobra pode ser pensada como um lugar elevado. Ainda permanecemos, em termos das
discussões relevantes, no século passado. Este pensamento dominante de
esquerda, por exemplo, do politicamente correto e da ideologia do “coitadinho”
são, tipicamente, produtos de sub-pensadores (não vou nomear os mais conhecidos
para não dar crédito ao submundo), que são ampliados nos vídeos e facebooks da
vida pelos nerds pagos e os (as também para agradar a mediocridade) ativistas
de sofá. É difícil, para estes pseudointelectuais pensar, daí, que ainda estão
no tempo em que era possível pensar que mais estado fosse uma solução e
incapazes de reconhecer que o capitalismo, por mais desigualdade que faça, foi
quem melhorou a vida de todos nós.
A incompreensão,
para não dizer um termo mais forte, vem de que se apegam a uma definição (nem
sabem que isto existe) de pobreza do passado para argumentar que, quem não
concorda com suas ideias, ou é alienado ou não tem compaixão
com os pobres. A pobreza mental deriva de que a pobreza moderna não é a mesma
nem do século passado quanto mais do século XVIII, quando havia, de fato, muito
mais pessoas em situação de carência alimentar. Hoje, o que havia no passado,
seria considerada pobreza intolerável, mas, foi a norma. E as pessoas não
tinham escolas, nem sapatos, nem qualquer tipo de assistência de saúde, por
pior que seja. Ignoram que, mesmo que a pobreza seja eliminada, digamos em 25
anos, sempre haverá um “revolucionário” usando a pobreza para justificar seus
interesses de poder ou, meramente, pelo desejo de aparecer numa sociedade do
espetáculo.
A
verdade é que a pobreza estará sempre sendo redefinida por ser uma forma de
comparação. A pobreza depende da comparação que se faz. Com o que ou quando se
compara. E só mesmo a indigência mental deduz uma correlação entre pobreza e
criminalidade. Os pobres são criminosos? Não se pode levar esta correlação que
a esquerda faz a sério. A pobreza sequer ajuda a criminalidade. São as ideias
vigentes, o discurso idiota de que todos têm direito sem deveres, que basta
existir para que o estado dê tudo a todos. É muito bonito o discurso, mas, quem
paga. Não são os Chicos Buarques da vida, nem as atrizinhas bonitas, que fazem
discursos infantis, que vão abrir mão de sua boa vida para manter os pobres.
Depois a grande realidade é que, com todos os problemas, as condições de vida
têm melhorado, cada vez mais, enquanto a criminalidade aumenta violentamente. A
realidade é que o discurso idiota do politicamente correto, como o incitamento
à revolta, ajudam mais ao aumento da violência do que o discurso conservador, e
correto, de que é preciso melhorar a educação, trabalhar e se esforçar para
melhorar de vida. Mas, terceirizar a culpa para os políticos, para a corrupção,
contra a elite, os ricos e outros, estigmatizando quem não segue o discurso
fácil, é sempre mais confortável do que pensar. Vivemos uma época obscura onde
se empunha tochas apagadas pretendendo fazer luz.
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