Quando
se fala na influência sociais das redes na formação das opiniões não deixo de
ser um pouco (pouco?) cético. Pelo menos, no Brasil, penso que, por muito tempo
ainda, a TV Globo, embora não sendo o Grande Irmão, que os radicais costumam
pintar, ainda será muito mais influente que as redes sociais. É claro que, com
certos descontos, no que diz ao mercado. Quando se trata de consumo, de fato,
as redes sociais estão se tornando, cada vez mais, relevantes.
No
entanto, basta verificar quais os assuntos que os brasileiros mais pesquisaram
no Google, em 2017, para se ter o tamanho da influência das redes sociais. Nos
cinco primeiros lugares nas buscas aparecem: 1) Big Brother Brasil; 2) Tabela
do Brasileirão; 3) Enem; 4) Marcelo Rezende; e 5) O Chamado. Alguma surpresa
para o fato de que a televisão seja a fonte dos interesses maiores? Bem, então,
vejam os por quês mais perguntados pelos brasileiros: 1) Por que o Brasil não
está na Copa das Confederações?; 2) Por que o Zeca vai ser preso? 3) Por que
Evaristo saiu do jornal Hoje?; 4) Por que Claúdia Leitte saiu do The Voice?; e
5) Por que Pedro Bial saiu do BBB?. Não precisamos discutir a relevância destes
assuntos, mas, é possível que olhando o que os brasileiros desejam saber a
coisa melhore.
Quando
se vai ver a busca pelo “O que é”, então, vemos que o brasileiro tem,
efetivamente, interesses espantosos. Assim os cinco significados mais buscados
são: 1) O que é pangolim?; 2) O que é sararah?; 3) O que é TBT?; 4) O que é um
ábaco? e 5) O que é sororidade?. Se examinarmos as buscas veremos que um
refere-se ao reino animal, dois à linguagem digital, um, sobre o ábaco, que é
surpreendente, diz respeito à história e/ou à matemática e só o último tem
alguma coisa a haver com política e/ou movimentos sociais.
Longe
de mim desejar fazer ilações apenas de alguns indícios, mas, quando se observa
que as cinco personalidades mais citadas foram, por ordem, William Wack, José
Mayer, Leo Stronda, Fábio Assunção e Pabllo Vittar, então, fico, sinceramente,
em dúvida se o nível de educação do Brasil não é superavaliado. E, aproveitando
a deixa, espero que a educação do Brasil melhore, na medida em que, se ficar do
jeito que está, ou piorar, vamos sair do nível da fofoca para a criação de uma
fábrica de monstros em série. De qualquer forma o Google diz muito sobre nós
mesmos.
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