Sou,
por convicção e por história, favorável ao regime democrático e à liberdade de
opinião. Porém, não tenho como não assinalar que a imprensa brasileira tem tido
um comportamento altamente negativo, não somente no presente caso da epidemia do
coronavírus, mas, especialmente nela, nos impingindo um jornalismo de “terror e
pânico”. Não vou entrar em discussões idiotas, tipo esquerda e direita, pró ou
contra Bolsonaro, isolamento horizontal ou vertical. A própria OMS-Organização
Mundial de Saúde foi cristalina, ao afirmar que as medidas deviam depender, em
cada caso, do grau da epidemia, das possibilidades e recursos de cada país. É,
um fato irretorquível o de que, nos casos de calamidades sanitárias, mais do
que nunca, tudo é relativo. Isolamento, universal ou não, não garante nada. Não
é possível se ter certezas, nem prever o que vai acontecer da forma como a
mídia apresenta. Como se houvesse uma certeza absoluta que o isolamento total é
o melhor a ser feito, independente das famílias sem sustento econômico e dos
efeitos desastrosos desta medida sobre a economia, sobre o nosso futuro.
Não
sou, nem nunca fui, um dos que advogam retaliações contra a Rede Globo, nem
nunca deixei de reconhecer que tem sido, ao longo do tempo, competente para se
manter na liderança da televisão aberta, no entanto, isto não me impede de ser
um crítico antigo de seu comportamento. É claro que se trata de uma empresa,
que está preocupada com sua sobrevivência e seus lucros, logo não será a favor
de quem cortou suas fontes de renda, então, nada do que faz, do que fez, se
afasta de seus interesses. Não há nada demais nisto, exceto quando vira uma
política deliberada que se aliena do que se espera de uma imprensa correta e
informativa. Prever, como tem previsto, que, na semana de 30 de março, nas
cidades de São Paulo, Rio e Brasília o vírus chegaria a 16 mil casos, quando em
dia 4 de abril, os casos confirmados, de fato, eram somente, no Brasil, 9.056,
é criar uma atmosfera alarmante como divulgar falas de que irão morrer mais de
um milhão de pessoas no País. Claro que sempre existirão os argumentos de que as
fontes são “especialistas”. O uso de especialistas é um artifício. Ainda mais quando
se cerceia os que discordam. E até a CNN fez isto. Uma televisão, uma rádio, um jornal, qualquer
empresa ou instituição precisa ter responsabilidade pelo que divulga. No mínimo
se precisa relativizar os dados ou corrigir a previsão antes feita. Mas, não só
a Rede Globo, como a maioria de nossa imprensa, está jogando no time do
alarmismo e do quanto pior melhor. Só isto explica tanto destaque, por exemplo,
para informar que, em maio, o número de infectados no Estado poderia chegar a
mais de 500 mil, sem as devidas precauções que devem ser dadas a uma previsão.
Mas, o caráter alarmista fica evidente quando o G1 de Rondônia estampou que os
casos de coronavírus aumentaram, em uma semana 500% de 1 para 6! Não é de
espantar que estejam, rapidamente, perdendo a credibilidade.
Ilustração:
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