Por
intermédio do meu amigo Jackson Jibóia tive o prazer de ter acesso ao anuário “A
Cachaça no Brasil-Dados de Registro de Cachaças e Aguardentes-Ano 2020”
publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA, que
busca atualizar os estabelecimentos da área cadastradas no Brasil. Os dados se
referem ao ano de 2019, o que é preciso ressaltar porque se trata de um setor
muito dinâmico no qual as alterações, ainda mais com a atual pandemia, se
verificam rapidamente. Também é preciso dizer que, conforme ressalta o próprio
trabalho, o anuário atual modificou algumas formas do anterior procurando
tornar os dados mais reais, mais transparentes, excluindo os produtores
inexistentes, bem como fazendo diferenciação entre produtores e marcas. A
publicação revela que, no ano de 2019, existiam 894 (oitocentos e noventa e
quatro) produtores de cachaça registrados no Mapa. Minas Gerais ocupou a 1ª posição,
com quase o triplo do 2º colocado, que é São Paulo. Mais uma vez evidenciou-se
a concentração da produção de cachaça na Região Sudeste, com 622 (seiscentos e
vinte e dois) estabelecimentos registrados, sendo que Minas Gerais, São Paulo,
Espírito Santo e Rio de Janeiro juntos concentram cerca de 70% da produção
registrada. A proporção foi igual ao ano anterior, com a região Nordeste com
129 (cento e vinte e nove) estabelecimentos,14,4%, a região Sul com 101 (cento
e um), 11,3%, a região Centro-Oeste com 33 (trinta e três), 3,7% e, por fim, a
região Norte, com somente 9 (nove) produtores, com a menor parcela, de 1%. Vale
salientar que produção de cachaça acontece em 558 (quinhentos e cinquenta e
oito) municípios brasileiros contando com o Distrito Federal, continuando a
representar 10,02% do total. Com maior representatividade aparece a região
Sudeste, com cerca de 22% dos municípios com produção de cachaça. Segundo a publicação,
quando se refere ao Norte, não há estabelecimentos registrados para produção de
aguardente e de cachaça nos estados do Amapá, Amazonas e Roraima, todos da
região Norte, sendo a região com menor número de estabelecimentos registrados,
destacando-se apenas o estado do Pará. A produção de cachaça em Rondônia e no
Acre está restrita apenas a um estabelecimento que não se consegue saber qual é
na publicação. A do Acre não tenho a menor dúvida que é a do meu amigo Jackson
Jibóia que produz a Jibóia, uma cachaça que degustamos com muito prazer no
Buraco do Candiru, que, aliás, a inclui nas suas camisas de carnaval e
out-doors de eventos como parceiro. Já a de Rondônia tenho impressão que,
embora existam outras, não são
registradas, de forma que penso que a registrada deve ser, até pelo tempo de
existência, a do João Zanin, lá de Vilhena, que começou a ser produzida no ano
de 2.000, a que também tem nome de cobra, Cachaça Sucuri, distribuída em pontos
de venda de Ariquemes, Porto Velho, Mato Grosso, São Paulo, Curitiba e outros estados.
Lá inclusive ela tem duas linhas, uma com envelhecimento de dois anos em barril
de carvalho e outra com um ano de cura, inclusive com envelhecimento em barris
de jequitibá. Pelo que sei, embora existam outras, é a cachaça mais famosa no
Estado. Posso estar errado, mas, penso que ela é a que tem registro (também
outros podem ter feito ultimamente), mas, são empreendedores como o Jibóia e o
Zanin, que fazem com que nossos estados, Rondônia e Acre, apareçam no Anuário
da Cachaça. São os pioneiros de uma tradição nacional que, orgulhosamente, se
mantém também no Norte do País. Merecem os nossos parabéns que são extensivos
também a outros que, infelizmente, pelo menos aqui em Rondônia sei que existem,
e que não estão registrados.
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