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quarta-feira, outubro 24, 2007

O LEGADO DE LORD PETER BAUER

Faz falta, hoje, no Brasil um grupo de bons economistas que tivessem incorporado as idéias do professor da London School of Economics e especialista em questões de desenvolvimento e pobreza, Lord Peter Bauer. Qual o grande conhecimento de Bauer? Efetivamente aquele que mais faz falta especialmente aos petistas no poder, a noção exata do que propicia o desenvolvimento. Por aqui, não poucas vezes, me vêem como um feroz opositor de Lula da Silva e me comparam a Diogo Mainardi ou Reinaldo Azevedo. Sempre digo menos, menos. Mainardi possui uma particular aversão a Lula e ao petismo e tem um prazer quase mórbido em retalhar com precisão. Azevedo se aproxima muito mais de um pensamento conservador do que sou capaz, embora não possa deixar de admirar a coerência de seus argumentos. Com ambos concordo plenamente que Lula, e por conseqüência, o PT são o atraso. Fora isto sou um conciliador. Não sei ficar com raiva muito tempo e procuro pensar e construir, de modo que passou o tempo em que servia para oposição. Costumo ver os dois lados e relativizar. Devo ter algo errado, bem sei, e se, às vezes, pareço ferozmente anti-petista é somente por culpa única e exclusiva dos métodos que adotam de esconder os erros, de negar a realidade, mistificar e, na maioria das vezes, procurar desqualificar quem faz críticas e não responder as que são pertinentes. È a famosa política de que todo mundo é igual e já fazia, logo somos o bastião da moralidade.
Esqueçamos o PT. A questão é Lord Bauer que defendia serem as oportunidades e os lucros privados a chave para o desenvolvimento e não, como muitos pensam, os burocratas com especialidade, os planos de governo. Bauer, no Brasil, mandaria esquecer o PAC e se concentrar no fato de que o desenvolvimento se baseia nas pessoas terem desejos e atitudes adequadas e que o sistema político e legal permita que esta busca se realize com sucesso. Em outras palavras, nada de políticas voltadas para a desigualdade de renda via políticas paternalistas, assistencialistas que tratam os pobres como coitadinhos. Não se consegue erradicar a pobreza com esmolas nem ajuda, mas sim com oportunidades. Neste sentido a criação de um país melhor não passa pelo Bolsa Família ou pela defesa de direitos inócuos e sim pela educação e criação de um ambiente adequado à iniciativa privada. Bons governos, portanto são os que asseguram os direitos de propriedade, a validade das regras e contratos, torna todos iguais perante a lei, reduz a inflação ao mínimo e mantém os impostos progressivos e baixos.
Antes que os urros se levantem é isto mesmo: Bauer diria que a questão do Brasil é menos governo e não mais governo. O governo no país está presente em tudo e a tudo atrapalha e tudo o que dele depende é ruim, tem corrupção e não se desenvolve. Como desenvolver mais aumentando o tamanho da ineficiência? O que Lula e sua equipe ainda não aprenderam é que o governo somente deve cuidar de suas funções fundamentais e se der liberdade ao mercado o país cresce por um passe de mágica. Se trata de fazer o país ser capitalista, é claro. Porém, existe outro caminho?

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