O SIGNIFICADO DE UM JANTAR
Sei que se há uma coisa certa é que o futuro, hoje, não tem mais nada com o passado. Não sou saudosista e, de fato, não me lembro de bons tempos, embora já tenha havido tempos melhores e piores. A questão real, entretanto, é que, numa era que se diz da informação, haja um domínio tão grande e tão permanente da desinformação. Por exemplo, a palavra jantar. Se considerarmos um dicionário qualquer on-line iremos ver escrito lá que jantar vem do Latim. jentare, almoçar; s. m., uma das principais refeições do dia, que é tomada ao fim da tarde; iguarias que a compõem;antigo tributo enfitêutico;tributo que as povoações pagavam aos reis para sustento da sua comitiva, quando iam exercer justiça; v. tr., comer por ocasião da principal refeição; v. int., tomar essa refeição. Porém, podem ter certeza, esta concepção é antiga.
Só descobri isto quando o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp, para tentar acalmar os ânimos dos peemedebistas resolveu reunir num jantar os "franciscanos" e os "cardeais" da legenda. Raupp anda cheio de boas intenções. Quer reunir a bancada dividida, quer manter o partido coeso para evitar novas rebeliões que coloquem em risco à votação da PEC-Proposta de Emenda Constitucional que prorroga a CPMF-Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira até o ano de 2011. Como se vê algo de extrema relevância para o governo. Ôps, mas isto não é contra o povo? Esqueçamos. O fato é que Raupp enviou convite a 19 senadores do PMDB-incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros- mesmo admitindo a impossibilidade de conseguir promover a união integral dos peemedebistas no Senado, posto que senadores como Jarbas Vasconcellos (PE) e Pedro Simon (RS) declararam independência e desejam, por motivos sobejamente conhecidos, distância do presidente Lula da Silva. Bom esta divisão entre os senadores peemedebistas de "franciscanos" e "cardeais" é uma classificação feita por aquele notável senador que parece um Sansão moderno, inclusive nos modos um tanto rústicos, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) em razão de que, segundo ele, os "franciscanos" (será “é dando que se....) não se conformam com o tratamento do governo à bancada do Senado e acusam o Palácio do Planalto de dialogar somente com os "cardeais" da legenda, como os senadores José Sarney (PMDB-AP), Romero Jucá (PMDB-RR) e Roseana Sarney (PMDB-MA).
Como se vê jantar, agora, pode significar, por exemplo, pretexto. Mas as mudanças de significado não param por aí. No citado pretexto, digo jantar, além dos pratos rolou, segundo consta, as demandas insatisfeitas que incluem, como seria de se esperar, coisas santas como partilhas de ministérios, cobranças de cargos, verbas e promessas. De modo que jantar, agora, pode ter significados muito mais profundos do que se poderia esperar, inclusive o de que se trata de um tipo de refeição cujo prato principal depende de ignorar toda e qualquer indignação pública e fazer fisiologismo explícito. Ou seja, jantar pode, com um pouquinho de esforço e acomodação, virar amostra. Amostra de falta de vergonha.
Sei que se há uma coisa certa é que o futuro, hoje, não tem mais nada com o passado. Não sou saudosista e, de fato, não me lembro de bons tempos, embora já tenha havido tempos melhores e piores. A questão real, entretanto, é que, numa era que se diz da informação, haja um domínio tão grande e tão permanente da desinformação. Por exemplo, a palavra jantar. Se considerarmos um dicionário qualquer on-line iremos ver escrito lá que jantar vem do Latim. jentare, almoçar; s. m., uma das principais refeições do dia, que é tomada ao fim da tarde; iguarias que a compõem;antigo tributo enfitêutico;tributo que as povoações pagavam aos reis para sustento da sua comitiva, quando iam exercer justiça; v. tr., comer por ocasião da principal refeição; v. int., tomar essa refeição. Porém, podem ter certeza, esta concepção é antiga.
Só descobri isto quando o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp, para tentar acalmar os ânimos dos peemedebistas resolveu reunir num jantar os "franciscanos" e os "cardeais" da legenda. Raupp anda cheio de boas intenções. Quer reunir a bancada dividida, quer manter o partido coeso para evitar novas rebeliões que coloquem em risco à votação da PEC-Proposta de Emenda Constitucional que prorroga a CPMF-Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira até o ano de 2011. Como se vê algo de extrema relevância para o governo. Ôps, mas isto não é contra o povo? Esqueçamos. O fato é que Raupp enviou convite a 19 senadores do PMDB-incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros- mesmo admitindo a impossibilidade de conseguir promover a união integral dos peemedebistas no Senado, posto que senadores como Jarbas Vasconcellos (PE) e Pedro Simon (RS) declararam independência e desejam, por motivos sobejamente conhecidos, distância do presidente Lula da Silva. Bom esta divisão entre os senadores peemedebistas de "franciscanos" e "cardeais" é uma classificação feita por aquele notável senador que parece um Sansão moderno, inclusive nos modos um tanto rústicos, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) em razão de que, segundo ele, os "franciscanos" (será “é dando que se....) não se conformam com o tratamento do governo à bancada do Senado e acusam o Palácio do Planalto de dialogar somente com os "cardeais" da legenda, como os senadores José Sarney (PMDB-AP), Romero Jucá (PMDB-RR) e Roseana Sarney (PMDB-MA).
Como se vê jantar, agora, pode significar, por exemplo, pretexto. Mas as mudanças de significado não param por aí. No citado pretexto, digo jantar, além dos pratos rolou, segundo consta, as demandas insatisfeitas que incluem, como seria de se esperar, coisas santas como partilhas de ministérios, cobranças de cargos, verbas e promessas. De modo que jantar, agora, pode ter significados muito mais profundos do que se poderia esperar, inclusive o de que se trata de um tipo de refeição cujo prato principal depende de ignorar toda e qualquer indignação pública e fazer fisiologismo explícito. Ou seja, jantar pode, com um pouquinho de esforço e acomodação, virar amostra. Amostra de falta de vergonha.
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