Fazendo o mais simples
“O governo tenta fazer o simples, porque o difícil é difícil” (Lula da Silva).
É verdade que o governador Ivo Cassol já havia solto os cachorros em resposta à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que empurra as culpas de sua falta de políticas para os outros, mas, as vozes da Amazônia e nada são, nas questões ambientais, a mesma coisa. Diferente é a Confederação Nacional da Agricultura reagir às acusações de que os produtores de soja e os criadores de gado são os responsáveis pelo avanço do desmatamento da floresta amazônica. E apontou o dedo para o lado certo: o culpado é o próprio governo.
O raciocínio desenvolvido é irretorquível. Somente 24% das terras da Amazônia são privadas, outros 29% são parques e/ou áreas sob proteção legal e os restantes 47% são terras públicas ou devolutas. O governo não cuida nem regulariza a proteção dessas terras, mas assentou 42 milhões de hectares com colonos na Amazônia que, sem apoio, sem outras formas de sobreviver, segundo a entidade, desenvolvem a “exploração insustentável” que tem na venda da madeira a forma mais fácil de sobrevivência dos assentados. E, pondo o dedo na ferida, demonstra que o governo oculta a situação e com o decreto nº 6.321, “garante a manutenção da prática dos ilícitos ambientais, praticados nos assentamentos rurais, institucionalizando a impunidade.” E, de fato, no seu artigo 12º dispõe expressamente: "No caso de desmatamento ou queimada florestal irregulares de vegetação natural, o agente autuante embargará a prática de atividades econômicas sobre a área danificada, excetuadas as de subsistência...".
A CNA acusa o governo de “blindar” os colonos e a indústria do ferro gusa que contribui “ativamente para o desmatamento” , pois, na Amazônia existem 14 empresas siderúrgicas que alimentam seus fornos de carvão. Segundo a entidade somente essas empresas, que não sofrem nenhum embargo ou penalidade, consomem mais madeira do que todas as madeireiras da região em conjunto. E, muitas, operam na ilegalidade fomentando por meio de terceirizados o desmatamento florestal. Portanto, culpar a soja e o boi é arranjar o famoso bode, o “bode expiatório”. O fato de que a soja só ocupa 1,4% da área da Amazônia Legal e de que, em geral, a pecuária utiliza terras já desmatadas (até pelo custo ser muito menor) parece dar razão à alegação que tem ainda a seu favor que se ocupa áreas que não deve a culpa é do governo, responsável pelo ordenamento territorial, os famosos Zoneamentos Econômicos Ecológicos-ZEEs, que não saíram do discurso nem do papel. Para piorar a situação do governo há o fato de que o discurso governamental é contrário à lógica matemática tanto no caso do Mato Grosso quanto de Rondônia onde, nos últimos anos, as áreas de soja têm ocupado áreas de outras culturas e diminuído a cada safra (em razão da produtividade) e o mesmo acontece com o rebanho bovino que, pelo menos, já não cresce na mesma proporção. A incompetência governamental parece que se estendeu às desculpas e, na falta de mordomo e do espelho, culpa o que parece mais fácil é também mais simples.
“O governo tenta fazer o simples, porque o difícil é difícil” (Lula da Silva).
É verdade que o governador Ivo Cassol já havia solto os cachorros em resposta à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que empurra as culpas de sua falta de políticas para os outros, mas, as vozes da Amazônia e nada são, nas questões ambientais, a mesma coisa. Diferente é a Confederação Nacional da Agricultura reagir às acusações de que os produtores de soja e os criadores de gado são os responsáveis pelo avanço do desmatamento da floresta amazônica. E apontou o dedo para o lado certo: o culpado é o próprio governo.
O raciocínio desenvolvido é irretorquível. Somente 24% das terras da Amazônia são privadas, outros 29% são parques e/ou áreas sob proteção legal e os restantes 47% são terras públicas ou devolutas. O governo não cuida nem regulariza a proteção dessas terras, mas assentou 42 milhões de hectares com colonos na Amazônia que, sem apoio, sem outras formas de sobreviver, segundo a entidade, desenvolvem a “exploração insustentável” que tem na venda da madeira a forma mais fácil de sobrevivência dos assentados. E, pondo o dedo na ferida, demonstra que o governo oculta a situação e com o decreto nº 6.321, “garante a manutenção da prática dos ilícitos ambientais, praticados nos assentamentos rurais, institucionalizando a impunidade.” E, de fato, no seu artigo 12º dispõe expressamente: "No caso de desmatamento ou queimada florestal irregulares de vegetação natural, o agente autuante embargará a prática de atividades econômicas sobre a área danificada, excetuadas as de subsistência...".
A CNA acusa o governo de “blindar” os colonos e a indústria do ferro gusa que contribui “ativamente para o desmatamento” , pois, na Amazônia existem 14 empresas siderúrgicas que alimentam seus fornos de carvão. Segundo a entidade somente essas empresas, que não sofrem nenhum embargo ou penalidade, consomem mais madeira do que todas as madeireiras da região em conjunto. E, muitas, operam na ilegalidade fomentando por meio de terceirizados o desmatamento florestal. Portanto, culpar a soja e o boi é arranjar o famoso bode, o “bode expiatório”. O fato de que a soja só ocupa 1,4% da área da Amazônia Legal e de que, em geral, a pecuária utiliza terras já desmatadas (até pelo custo ser muito menor) parece dar razão à alegação que tem ainda a seu favor que se ocupa áreas que não deve a culpa é do governo, responsável pelo ordenamento territorial, os famosos Zoneamentos Econômicos Ecológicos-ZEEs, que não saíram do discurso nem do papel. Para piorar a situação do governo há o fato de que o discurso governamental é contrário à lógica matemática tanto no caso do Mato Grosso quanto de Rondônia onde, nos últimos anos, as áreas de soja têm ocupado áreas de outras culturas e diminuído a cada safra (em razão da produtividade) e o mesmo acontece com o rebanho bovino que, pelo menos, já não cresce na mesma proporção. A incompetência governamental parece que se estendeu às desculpas e, na falta de mordomo e do espelho, culpa o que parece mais fácil é também mais simples.
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