Que
o mundo muda muito e rápido todo mundo sabe, mas, quem, objetivamente, poderia
pensar que o Paraguai seria um exemplo para o Brasil? Bem, para quem somente
pensa no nosso país vizinho como um sócio menos importante, deveria observar
que, no mês passado, uma Missão Empresarial Brasil-Paraguai, composta de 178
empresários ou representantes de empresas e entidades brasileiras, esteve em
Assunção, capital do país, para conhecer de perto os incentivos oferecidos para
investimentos estrangeiros e casos de empreendedores que já estão instalados no
país. A missão foi organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e
pela Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios (Rede CIN), e
liderada pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
Sabe
qual o resultado? Saíram de lá com inveja do que viram e a impressão de que o
Paraguai está se modernizando e nos deixando para trás em muitos setores e,
pasmem, em especial, em competitividade, de vez que muitos dos empresários
disseram que o modelo de política de desenvolvimento industrial adotado pelo
governo paraguaio deveria servir de exemplo para medidas efetivas que recuperem
a competitividade da indústria brasileira. Surpresos? Então, observem as
palavras ditas pelo empresário Rommel Barion, vice-presidente da Fiep e
coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais da entidade, “O que
vimos aqui nos mostrou que se o Brasil não reagir para resolver seus problemas,
vai ficar para trás” e acentuou que “No Paraguai, onde os custos de produção
são, em média, 35% menores que os do Brasil, vimos que é possível criar um
ambiente mais favorável”. Mas, o que mais impressionou os empresários foi
verificar que o Paraguai tem uma economia estável, um sistema tributário
simples, uma carga tributária muito menor que a do Brasil e uma legislação
trabalhista simples ainda que assegure direitos ao trabalhador. Em suma, o
Paraguai é um país bom para se investir,
que respeita as leis e possui bons marcos regulatórios.
Se
alguém tiver dúvidas a respeito que consulte o presidente da Fiep e comandante
da Missão Empresarial, Edson Campagnolo, que, em artigo publicado, no dia 06 de
março, na Gazeta do Povo, um dos
principais jornais do Paraná, escreve sem rebuços que “Hoje, o ambiente de
negócios no Paraguai é muito mais atrativo aos investidores que o do Brasil. A
começar pela carga e pelo sistema tributários, infinitamente mais leves e
simples. Vantagem especialmente para empresas que utilizam o território
paraguaio como base exportadora. Pelo Regime de Maquila, é possível uma empresa
produzir e exportar a partir do Paraguai com imposto único de 1% sobre o valor
agregado dos produtos”. Até mesmo a energia elétrica, produzida por Itaipu, tem
um custo menor lá, correspondendo a um terço das praticadas no Brasil.
Campagnolo, com perspicácia, nos mostra que a missão serviu para alertar que
precisamos encarar, urgentemente, as reformas necessárias para ter
competitividade ou os investimentos e os empregos mudarão para o outro lado da
fronteira. Sem querer promover a debandada de empresários nacionais para o país
vizinho observa, com acuidade, que fazer os deveres de casa compensa, posto que
o Paraguai com uma economia estável e a inflação controlada cresceu, vejam a
ironia, 14,1% em 2013. E a formula é bem simples: o poder público, agora com
Horácio Cartes, mais do que nunca, vê o empresário como propulsor do
desenvolvimento do país e busca facilitar o surgimento e o fortalecimento das
empresas incentivando a geração de emprego e renda. Pena que o Paraguai não é
aqui.
Foto: Agência FIEP/Gilson Abreu
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