As
pessoas, e não apenas elas, não são, naturalmente, iguais. A grande verdade- se é que há uma- é a de que
indivíduos livres são indivíduos muitos diferentes entre si, com habilidades e
qualidades diferentes, de vez que os talentos e capacidades e até mesmo a forma
de trabalhar não possuem o mesmo afinco, qualidade ou dedicação. Cada um de nós
nasce em situações distintas, com suas vantagens e suas desvantagens, cercados
por pessoas diferentes e diferentes tipos de incentivos e graus de oportunidade.
Só num mundo ideal podemos ser iguais e é compreensível que se procure amenizar
as imensas desigualdades existentes, mas, a história real nos tem demonstrado
que tentar remediar a situação implantando políticas governamentais “corretivas”
tem se mostrado um tipo de cura muito pior do que a doença. A antiga URSS,
república socialista, desmanchada por absoluta incapacidade de resolver os seus
problemas, ou o longo definhamento de Cuba mostram, com clareza, que a busca de
acabar com as desigualdades pode originar situações piores que as originais.
Sem falar na agonia atual que a Venezuela passa com Maduro. A situação recente
do Brasil, com os governos petistas, comprovaram, o que na experiência
histórica é recorrente, que sempre que se tomam medidas coercitivas para a redistribuição de riqueza somente se consegue
que os ricos e os espertos enviem sua riqueza para o exterior, ao passo que os
desafortunados terão de arcar com o fardo do inevitável declínio econômico. O
aumento de abertura de contas no exterior, com o Brasil sendo o 5º país com
mais recursos em paraísos fiscais, demonstra isto e, não por acaso, caminhamos
para 13 ou 14% de taxa de desemprego, isto se aceitarmos a estatística criativa
implantada nas instituições de elaboração de indicadores.
Infelizmente,
graças a uma selvagem e prolongada lavagem cerebral divulgada na mídia e
sustentada, até agora, pelo governo, se protesta e se afirma que é
indispensável tomar medidas contra a desigualdade, transformada em cavalo de
batalha. Quem não concorda com a coletivização, com o tratamento igualitário, e
injusto, na medida em que se deseja fazer justiça retirando renda de quem
trabalha para quem não trabalha, foi taxado de tucano, coxinha, retrogrado,
reacionário e de direita radical. No entanto, apesar do maravilhoso governo que
tivemos, que, segundo o marketing agressivo, incorporou ao mercado uma notável
parcela de 40 milhões de pessoas, por incrível que pareça, somente se conseguiu
aumentar seja a desigualdade, seja a criminalidade, os problemas rurais e
urbanos, de tal forma que a insatisfação pública se expressou nas ruas e no
impeachment.
Mas,
o governo petista, nunca fez distinções básicas entre, como, por exemplo, que
se as pessoas são diferentes, e livres, é normal que tenham rendas diferentes. Nem
nunca esclareceu que onde as pessoas têm, obrigatoriamente, a mesma renda não
são livres. Porém, o que é pior: não há exemplos reais de desenvolvimento onde
os governos organizam a produção. Países desenvolvidos são, de fato, aqueles
onde os governos perdem, cada vez mais, a importância e atuam somente em
atividades básicas, em infraestrutura e de forma compensatória. Ninguém defende
a desigualdade exagerada, mas, existe a desigualdade boa e legítima que deriva
da ordem natural das coisas, seja o que isto for. O que, uma visão progressista
defende é o direito a oportunidades iguais, mas, isto não pode existir pela
opressão dos contrários. Assim melhorar as oportunidades de minorias é melhorar
a educação delas e não estabelecer cotas. Assim como criar cidadãos é gerar
oportunidades de empregos, melhorar o ambiente dos negócios, estimular o
empreendedorismo e não, como tem sido feito, aumentar a quantidade de pessoas
dependentes do assistencialismo. A igualdade, e ainda mais forçada a partir do
governo, é tão e mais injusta e antinatural quanto à desigualdade abusiva. E só
os que não pensam podem defendê-la como ideal humanitário. De fato só os que
dela se favorecem, os muito espertos, e os tolos podem aceitar que a igualdade
seja um ideal político. A ideia de igualdade econômica não representa nenhuma
genuína forma de humanidade ou de compaixão. É uma ideia intelectualmente pobre
e fraca. E quando se torna a política de um estado, política pública, vira um
desastre anunciado em larga escala e um retrocesso econômico. O fato das
pessoas não serem iguais, não terem a mesma renda decorre da própria
diversidade da existência e das diferenças. Antinatural é tentar igualar a
todos.
Ilustração: revistaescola.abril.com.br
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