Embora
tenha explicado no próprio livro, no entanto, sei que, muitas pessoas, não
terão acesso a ele, bem, como até mesmo alguns que terão, não possuem paciência
para ler mais do que algumas linhas, e, tenho me deparado, invariavelmente, com
a pergunta que não quer calar: por que resolvi escrever um livro a respeito do
jornalista e diretor do Alto Madeira Euro Tourinho? Há uma, e só uma resposta clara para mim,
realizei, mesmo que, tardiamente, o desejo de um amigo que me foi muito caro, o
também jornalista Sued Pinheiro.
Foi
Sued quem, por inúmeras vezes, me chacoalhava e me cobrava “-Vamos escrever um
livro sobre ‘seu’ Euro”. Devo dizer que, no começo, a ideia me parecia pouco
atraente. Não pelo Euro, que é uma pessoa querida, amável, porém, devo
confessar que sou um preguiçoso nato e, para me dedicar a pesquisar alguma
coisa é preciso ter paixão. No caso, não nego meus pecados, também pensava que,
como havia sido nosso chefe de jornal, poderia parecer algo com certa aura de
bajulação. Ele, porém, não desistia e, sempre que possível, não só voltava a
tocar no assunto, bem como me admoestava sobre a necessidade de homenagear as
pessoas em vida. Sempre, com um certo descaso, afirmava que, nós é que deveríamos
ter cuidado, pois, Euro Tourinho, certamente, assistiria muitos de nós
partirmos antes. Só não contava que Sued fosse um dos que partiram e tão cedo.
Com a sua morte, que me deixou, uns três meses, consternado, e até, em alguns
momentos, sem crer, ou crendo que era ele que batia, como muitas vezes fez, na
porta de minha casa, reformulei meus conceitos.
E
entre as decisões da mudança decidi que, pelo menos, no caso de Euro, não
cometeria o erro de não homenageá-lo em vida. De fato o livro “Euro Tourinho, a
Samaúma da Imprensa Amazônica” é uma homenagem, que é mais do Sued do que minha, ao nosso querido diretor. E, ao contrário do que pensava, a tarefa foi
prazerosa, de vez que não apenas nos aproximamos mais, como procurei tornar o
livro como Euro é: leve, divertido, tentando fazer um relato de partes de uma
vida de um homem sábio. Devo dizer que, no fim, o livro ficou muito aquém do
homenageado, mas, tenho um grande orgulho e o prazer de ter feito. Afinal me
associei, por vias tortas, a um homem que é uma lenda viva. E que ainda por
muito tempo há de servir de exemplo de pessoa humana, de simplicidade e de ser
o que é: uma pessoa que procura sempre fazer as coisas que devem ser feitas e
viver feliz.
Foto: Rosinaldo Machado.
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