Tivemos um momento de
inflexão, de mudança de rumos, que deixa a todos perplexos pela falta de rumos
visíveis. Não há como falar em mudanças sem falar em mudar os paradigmas, aqui
bem entendidos como o conceito de Thomas Samuel Kuhn (1922-1996), físico e
filósofo da ciência, no seu livro “A Estrutura das Revoluções Científicas” que
trata paradigma como as “realizações científicas que geram modelos que orientam
o desenvolvimento posterior das pesquisas exclusivamente na busca da solução
para os problemas por elas suscitados.” Em suma, algo que vai servir de modelo
ou exemplo a ser seguido em determinada situação. Ou seja, estamos sem pai nem
mãe. Até mesmo a estabilidade da democracia que até pouco temos nos gabamos de
representar na América do Sul corre riscos com as manifestações de ruas que
demonstram o imenso hiato entre o povo e sua representação. Houvesse uma
compreensão do momento, houvesse desprendimento e patriotismo os políticos, nem
precisariam de ser acusados de nada, para renunciarem a seus mandatos. A culpa
deles está posta na ineficiência de seus desempenhos. Claro que nenhum, porém,
está disposto a sair do seu lugar em prol de um amanhã melhor. Sejamos
práticos.
O grande problema é que
a nossa sociedade mudou profundamente e todos nós estamos num esforço de adaptação,
de acomodamento e numa tentativa de compreensão ativa da mudança. E não é uma
mudança qualquer. É uma mudança feita com um fenômeno impactante que nos exige
novas habilidades como é a mobile
internet, a internet móvel, que tem implicações no cotidiano, nas
comunicações, nas modificações sofisticadas da produção, nos grupos de
interesses e se mostram diante dos nossos olhos modificando o tempo, exigindo
respostas rápidas de nós, dos empresários e dos políticos que somente utilizam
instrumentos novos, como os celulares de última geração, mas, se comportam como
se estivessem ainda nos tempos da Velha República metendo os pés pelas mãos,
trocando o público pelo privado. Embora a pauta das ruas seja variada, no
fundo, o que se exigiu da classe política, ética e bons serviços, é progresso,
é evolução. Foram os jovens do Facebook, principalmente, que cobravam dos
políticos que esqueceram seu papel de criar uma sociedade melhor que se
lembrassem para que foram eleitos. Cobravam deles que enfraqueceram os processos
de evolução preocupados com demandas e exigências pessoais e não da sociedade.
E isto deriva, em especial, que faltam empregos e ainda mais bons empregos. Que
a suposta afluência que existe é suportada não pela renda, mas, pelo crédito e
pelo endividamento.
Que nem sempre a
sociedade segue os rumos do progresso é verdade. Não há nas sociedades uma
evolução linear e progressiva, mas, os governos petistas entupiram tanto as
massas com discursos de um futuro melhor que, agora, elas saíram as ruas e
passaram a exigir. Quem quiser, agora, ter carreira política vai precisar
transformar a adversidade de hoje na oportunidade. Vai ter que oferecer o sonho
de um país melhor, com mais ética e mais atenção a um desenvolvimento real, à
criação de melhores condições de vida. Por enquanto, não há político que tenha
despertado para o fato de que continuam a exercer o velho papel do passado.
Quem continuar assim pode se aposentar. O momento é de inovação, inclusive, na
política.
Nenhum comentário:
Postar um comentário