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sábado, setembro 09, 2006

A PÉSSIMA NOVELA DA VIDA REAL

Política é como o tempo. Muda assustadoramente, mas mesmo o tempo é possível se preparar para ele ou não. A nossa oposição ao governo Lulla da Silva, se pode ser chamada de oposição, é, no mínimo, uma oposição dorminhoca para não dizer omissa. Pegou Lulla de ceroulas e com as marcas de batom, e não o tirou do poder achando que bastava sangrá-lo, desconsiderando o imenso poder político e financeiro que é a presidência da República. Deu condições ao inimigo de praticar esta imensa fraude de marketing e de imagem.
O mais terrível e maior sinal de incompetência, se bem que muitos com uma má fé calculada derivada de que só pensam em dinheiro e muitos são vampiros, mensalões, sanguessugas e compradores de votos, só pensaram na própria pele e no modo de dominar o mercado eleitoral. Não são mais parlamentares. São negociantes de interesses, traficantes de benesses, daí a reforma eleitoral que foi uma fraude em favor do governo, que usa o dinheiro público, e dos candidatos ricos, que usam o dinheiro público e particular. Nunca uma eleição terá sido tão sem representatividade, tão comprada, embora ainda alimente a suspeita de que o povo não é burro e há de dar o troco. O silêncio geral pode ser um sintoma da rejeição popular.
Acabaram com qualquer tipo de mobilização. Os comícios, despidos dos shows, não atraem ninguém. As festas públicas, as reuniões do povo nas ruas, com a perseguição até a quem distribui um guaraná e um sanduíche, tornam qualquer movimentação maior um perigo para as candidaturas. Proibiram os candidatos de distribuir camisetas, brindes e bonés, de utilizar música nos palanques, de criar formas de levar o povo para as praças, de usar computação eletrônica e outras coisas mais que poderiam animar as campanhas. Só não proibiram mesmo de comprar voto. E é o que os candidatos tem feito: um verdadeiro leilão dos supostos donos de votos que incluem chefetes políticos, prefeitos, vereadores e líderes de associações de bairros e linhas rurais. Que deitam e rolam. É uma eleição para quem tem dinheiro. Ou o candidato compra ou não terão votos. Diziam que iriam baratear as eleições, porém esvaziaram o debate, deixaram as eleições nos jornais e, principalmente, nas televisões, onde o governo que financiou quase todas TVs, revistas, grandes jornais, aparece sozinho. Tudo redondinho e centralizado para reeleger Lulla da Silva, o pai dos bancos. Basta ver a derrama de dinheiro o rodízio das pesquisas desavergonhadas. Tudo fazem para idiotizar a eleição, e com a ajuda do analfabetismo, da marquetagem e do jornalismo pago a peso de ouro, transformar a eleição numa novela para levar o país a mais quatro anos de atraso. Ou, com o descalabro, ao impeachment de Lulla da Silva. De qualquer forma é uma novela sem garantia alguma de final feliz.