Total de visualizações de página

sexta-feira, novembro 30, 2018

ANOTEM O NOME DELE É LISCA, O SEMEADOR DO IMPOSSÍVEL



Loucura e genialidade sempre andaram muito próximas. E o meu personagem deste Brasileirão é, sem dúvida, o melhor técnico do torneio. Bem, Felipão poderia ser melhor, mas, não é. Efetivamente, ao meu ver, fez menos do que se esperava dele, embora este menos tenha sido muito bem feito. Mas, seus feitos atuais não são iguais, nem chegam perto, na verdade, do que fez o senhor  Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, muito mais conhecido como “Lisca Doido”. Doido??? Que me perdoem os que pensam o contrário, porém, deveria ser conhecido mesmo como Lisca Gênio. Basta pensar que acumula em sua carreira como técnico feitos impensáveis, como, por exemplo, fazer o Juventude recuperar uma vaga na Série C, eliminar o Grêmio no Gauchão de 2012; no Guarani livrou o time da série C; também devolveu o orgulho ao Náutico, quando, depois de longo tempo, voltou a vencer o Sport, sedimentou a volta do Paraná nos primeiros jogos do ano passado e, este ano, fez o Ceará, numa campanha histórica, escapar do rebaixamento.
Quando o Ceará terminou o primeiro turno com apenas 3 pontos ganhos e Lisca assumiu o Vozão, a equipe nordestina se encontrava na lanterna do Brasileirão, e, muitos comentaristas abalizados já o consideravam um time  “garantido” na série B 2019. Não contavam com Lisca. E a chegada do treinador modificou todas as expectativas, e fez o Ceará chegar na penúltima rodada salvo do rebaixamento e fazer, no segundo turno, uma campanha notável acumulando até agora 40 pontos mais! Ou seja, fez 78% dos 51 pontos possíveis! Como se explica isto? Afinal o elenco pouco mudou e o Ceará teve antes bons treinadores. Bem, a verdade é que Lisca não se explica. Ele, com sua experiência de técnico andarilho, semeador de bons times nas divisões de baixo, é, hoje, um treinador dos melhores que este país tem. E não digo isto por ser um torcedor do Ceará. É claro que isto pesa para louvá-lo, mas, o reconhecimento seria quase o mesmo se tivesse feito a façanha por qualquer outro time. O que pesou, de fato, é que ele sabe tirar dos seus comandados o melhor possível, tem o indiscutível dom de saber estruturar uma equipe, de infundir ânimo e entusiasmo no seu time. Ora, podem dizer, todavia, amigo não é só ele. É verdade. Há outros técnicos que fazem a mesma coisa, que tem a mesma capacidade de construir equipes. O que Lisca tem a mais, seu toque de gênio, é sua coragem de, por exemplo, ter pego o Internacional destroçado e ser o seu condutor para a segunda divisão, sem medo. Assim, como sem medo, pegou um Ceará destroçado e salvou. Quantos terão o mesmo talento e coragem? Doido? Doidos assim são indispensáveis para fazer história. E este ano Lisca fez! Contra os que não sabem sonhar mostrou que o impossível não resiste a um trabalho bem feito. Salve Lisca, os torcedores do Ceará e os reconhecedores de talento te saúdam!

quinta-feira, novembro 08, 2018

OS DESAFIOS DO GOVERNO BOLSONARO



O novo presidente da República, Jair Bolsonaro, possui uma oportunidade única de fazer com que o Brasil avance, realmente, em direção a um futuro melhor. O otimismo que o envolve começa pelo fato de que, ao contrário dos presidentes anteriores, sua ascensão é bem vista pelos principais parceiros e países do nosso país. O comportamento do mercado e a queda do dólar são os sintomas mais evidentes desta visão, mas, já houve manifestações de que os investimentos estrangeiros deverão também aumentar com o novo governo. Neste sentido, a sua sinalização de que pretende negociar com o mundo inteiro, bem como melhorar o ambiente de negócios, inclusive com maior privatização e desburocratização, soa como música aos ouvidos dos empreendedores e investidores nacionais e estrangeiros.
O governo Bolsonaro, no entanto, terá que fazer alguns esforços em áreas que precisam, efetivamente, de uma maior atenção e são importantes instrumentos para a geração de emprego e de renda, bem como fundamentais para iniciar um novo ciclo de desenvolvimento econômico. Claro que a economia surge como prioridade. Sem o controle das contas públicas, sem os recursos para manter as atividades administrativas e os investimentos necessários em infraestrutura, o seu governo terá muito maior dificuldade. Todavia, neste primeiro ano, bastará que tome as iniciativas corretas para que já passe a ter um crescimento mínimo de 3%, o que não é o ideal, mas, o possível no início de governo. O setor financeiro deve merecer atenção especial. Como também o turismo, que tem um imenso  potencial, se  tratado com o foco que merece. Este ano o substancial aumento de turistas no carnaval já mostrou a força do setor, mas, dados do Conselho Mundial de Viagens (WTTC), demonstram que o turismo tem sido responsável por um em cada cinco empregos gerados no mundo na última década. No Brasil são 2,9 milhões de empregos e 6% do Produto Interno Bruto-PIB, bem abaixo do que representa o setor no PIB Mundial (10,4%). E o Brasil, que possui vantagens competitivas diferenciadas, com um amplo leque de  paisagens, clima e cultura para os mais variados perfis de viajantes, pode abocanhar um pedaço muito maior do mercado mundial de turismo. Previsões modestas detectam a capacidade de, em dois anos, criar, pelo menos, 1,8 milhões de empregos e injetar cerca de R$ 10 bilhões no país somente com medidas acertadas, como uma melhor divulgação, desburocratização, redução de impostos para a atração de investimentos no setor.  Acrescente-se que, o turismo tem um enorme efeito cascata, por abranger mais de 60 tipos de atividades econômicas, e ainda permitir a utilização de jovens no mercado do trabalho, ajudar na revitalização e conservação dos patrimônios histórico, artístico e cultural. É claro que isto passa também, em determinados locais, como o Rio de Janeiro ou Fortaleza, pelo combate à violência, o que é bem mais complicado. Ocorre que, em outros espaços do Brasil, em particular na Amazônia, bastará um programa de investimentos bem feito, e envolvimento da população em projetos de turismo regionalizados, para se conseguir aumentar, significativamente, o fluxo de turismo. E o turismo é um indutor de uma necessidade básica do país: uma educação de qualidade. Aliás, espera-se que o governo Bolsonaro faça o que, efetivamente, nunca foi feito na educação: um esforço sério e continuado de melhorar o nível da escolaridade brasileira. Há muito o que ser feito, mas, iniciar um grande esforço na área é essencial e uma tarefa urgente.