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domingo, janeiro 11, 2015

O custo real das campanhas eleitorais

Na campanha eleitoral os candidatos, em especial a nossa presidente, Dilma Roussef, com um marketing afiado, prometeram tudo, se disseram capazes de resolver todas as coisas. Aliás, pelo que se via, e as polianas, os petistas convictos por ideologia ou por dinheiro, atestavam o Brasil não podia estar melhor. O Brasil, pelo que entendi, se é que consigo entender alguma coisa, somente não estava melhor por causa do ambiente externo, mas, por aqui, os nossos dirigentes não erraram nada e tudo permaneceria no melhor dos mundos possíveis, como sempre esteve, pelo menos, depois que o PT alcançou o poder, ou seja, quando, por fim, descobriram ou inventaram este Brasil maravilhoso e novo do presente.
O problema, que, parece coisa de embriagado, é  agora, é a ressaca da felicidade que, supostamente, nos experimentamos. Já no final do ano a energia dava sinais de que seria mais cara, porém, os impostos, aqueles impostos que, no passado, o sr. Lula da Silva considerava exorbitantes, um asssalto ao bolso do contribuinte, que, infelizmente, ao longo do império petista, que também somente haviam aumentado, mesmo com as tais desonerações, só cresce, de vez que o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário-IBPT mostra que estamos próximos já de uma carga tributária por volta de 37%. Agora, eleito, o governo afirma, o que não dizia antes, que os impostos devem ser aumentados, o que nem o sr. Ministro da Fazenda nega, embora tangencie como e de que forma. E, como se sabe, se quando negam, fazem, imagine quando não negam...
E, pelo jeito, os aumentos virão da pior forma possível. Como não existe articulação de nada dentro do governo, nem nas suas esferas, e, se proclama aos quatro ventos, que em todos os níveis os governos passam por problemas de caixa, qual será a solução mais simples e mais lógica? Acertou quem pensou em aumento da tributação. Difícil não é? As prefeituras, logo no início do ano, despacham o primeiro golpe no bolso do contribuinte: o IPTU e outras taxas. Os governos estaduais, porém, não ficam atrás, logo no dia 04 de janeiro, em muitas rodovias do país, os pedágios subiram, de imediato, e o cidadão foi também brindado com mais ICMS, IPVA, cartórios e repasses judiciários e por aí vai. O governo federal segue a cantiga com a tabela fajuta do Imposto de Renda, alíquotas de contribuições, IPI etc.  O problema é que este desespero individual dos caixas públicos pós-eleições, com suas  ações desarticuladas nos vários níveis de governo, possuem um impacto negativo cumulativo que, adivinhem, no bolso de quem vai pesar? Os especialistas falam que serão cerca de mais R$ 60 bilhões nos cofres públicos. Dá para imaginar às custas dos bolsos de quem? Claro que todos desejam que as contas públicas sejam reequilibradas, mas, o problema é que não se cogita, em momento algum, em cortar as farras das despesas, o excesso de secretarias e ministérios, acabar com a farra dos cargos em comissão, eliminar os privilégios gritantes dos diversos poderes.  É do bolso do cidadão comum, e mais ainda de quem depende de salário, que tem seus descontos na fonte,  que se cobra a conta das eleições. E, num momento em que o consumidor está endividado, a indústria com altos níveis de estoque, os juros voltaram a ser um dos maiores do mundo e o investimento está em queda. Ou seja, a perspectiva é de tempos bicudos, aumento do desemprego e o caótico tarifaço que rouba ainda mais a capacidade de gasto das famílias.
E lá vamos nós: sem projeto de futuro, sem visão de longo prazo, sem a menor noção de quando as coisas poderão melhorar e, pior ainda, sem ter para quem apelar. Voltamos aos tempos de  Luís XVI, o último  monarca da França, que, como o governo Dilma e toda a estrutura governamental, somente sabe anunciar novos impostos mantendo o luxo e as mordomias da corte. Só nas redes sociais se exprime uma revolta inócua e, muitas vezes, degradante na medida em que zomba de si mesmo, da situação humilhante de que a elite que pensa (e gera riquezas)  não tem alternativas contra quem nos manda e impõe comer brioches digitais, enquanto se regogizam com vinho Romanée-Conti e charutos Cohiba cubano, verberando contra quem os sustenta e contra a imprensa paga para ficar calada. A economia, é claro, vai se desmiliguindo quando somente se aumentam os impostos e se premia a corrupção. E os nossos dirigentes continuam a se comportar como se tivessem sido eleitos para fazer farra e manter suas mordomias e privilégios sob os aplausos de um povo que pensa que poderá ter na vida sucesso sem estudar e/ou trabalhar. Claro que não estamos ainda no pior dos mundos possíveis. Ainda há muito espaço para piorar. E ninguém tem dúvidas de que temos competência nesta área. Só agora estamos começando a receber, em doídas prestações, a conta do custo da campanha eleitoral.