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terça-feira, junho 26, 2012

O radicalismo verde é um atraso



Parece, apesar dos resultados pífios da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 que o bom senso e o pensamento, de fato, científico voltaram a imperar, apesar do desagrado dos radicais "verdes" com o documento final da conferência. Em especial saí bastante abalado um dos principais pilares da estratégia ambientalista, que é o enfoque alarmista sobre as mudanças climáticas, em especial o sensacionalismo sobre o aquecimento global e os efeitos do carbono sobre a atmosfera.
Sobressaíram-se, e a falta de contestação demonstra a incapacidade de defender o contrário, as posições contestatórias da visão prevalecente sobre a suposta responsabilidade das ações humanas nas mudanças climáticas das últimas décadas. Na mídia, em especial na Rede Globo de Televisão, as notícias sobre temas climáticos eram, invariavelmente, comentadas por um pequeno grupo de cientistas e especialistas ligados ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e defensores da agenda do aquecimento global antropogênico (AGA). No entanto, a situação começou a mudar no dia 3 de maio último, com a entrevista do climatologista Ricardo Augusto Felício, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), no programa do Jô Soares, que despertou um grande interesse nas posições contestatórias ao cenário "aquecimentista", tendo Felício passado a ser solicitado para diversas entrevistas e palestras. Logo depois  um grupo de cientistas brasileiros fez uma carta aberta à presidente Dilma Rousseff, denominada de "Mudanças climáticas: hora de se recobrar o bom senso", enfatizando a inexistência de evidências físicas da influência humana no clima global, bem como sugerindo uma mudança de rumo nas políticas relativas ao tema. Entre os 18 signatários da carta estavam o próprio Felício, o geólogo Kenitiro Suguio, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), os físicos Luiz Carlos Molion, da Universidade Federal de Alagoas, e Fernando de Mello Gomide, professor titular aposentado do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o geólogo Geraldo Luís Lino, do conselho editorial do Alerta Científico e Ambiental, entre outros, e a carta recebeu os endossos de várias federações da agricultura e pecuária dos estados e ganhou tradução, em espanhol, da Fundación Argentina de Ecología Científica (FAEC), organização que se destaca por denunciar os excessos ambientalistas. No Canal Livre da Rede Bandeirantes também o físico Luiz Carlos Molion demonstrou, com excepcional brilho, que a tese de aquecimento antropogênico não se sustenta depois da mesma rede já ter exibido uma série de reportagens sobre a contestação ao alarmismo climático, que foi exibida no Jornal da Band, com o sugestivo título "Aquecimento global: uma dúvida conveniente", inspirado no documentário protagonizado pelo ex-vice-presidente estadunidense Al Gore. Porém, nada foi tão contundente quanto o climatologista estadunidense Richard Lindzen, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ter tido uma entrevista de página inteira, no caderno especial sobre a Rio+20, usando como chamada uma afirmativa do cientista de que "O movimento ambiental é imoral". Na entrevista, Lindzen critica duramente a agenda ambientalista e desqualifica vários dos argumentos habituais do movimento, ao qual acusa de pretender impedir o crescimento populacional e o desenvolvimento dos países pobres. A sua conclusão é contundente: "Precisamos esquecer o clima e nos focar nos problemas reais da Humanidade, como eliminar a malária ou garantir o acesso de todos à água limpa. Tudo isso custaria muito pouco e pode ter um grande efeito na qualidade de vida das pessoas. Combater as mudanças climáticas está tirando recursos que seriam mais bem usados em outras questões mais importantes." É a pura realidade. O radicalismo verde não ajuda em nada. Só atrapalha.

domingo, junho 03, 2012

MARCANDO PASSO



Há uma lenda urbana, muito ajudada pela crise da economia mundial de 2008, de que o Brasil se tornou mais importante e vai bem pela forma como suportou os efeitos da crise internacional em meio à piora das outras nações e que o país estaria numa espécie de lua de mel com o mercado internacional. Ora, costuma-se dizer que dinheiro não tem pai, nem mãe, nem pudor: vai para onde pode ter maior retorno e, no nosso caso, com as altas taxas de juros, talvez, as maiores do mundo, não é de supor que haja muito problema do capital especulativo vir buscar seus ricos dividendos por aqui. Urge acentuar que o que se comemora como melhora, a queda do risco Brasil, é, na verdade, a sinalização de que se pode vir sem receio buscar os maiores juros sem impostos no nosso mercado.
Temos estabilidade? Temos sim. Mas, esta estabilidade que significa, na prática, apenas que pagamos regularmente os juros da enorme e crescente dívida brasileira, não será capaz de nos garantir um futuro promissor sem as reformas reclamadas imemorialmente e sem atacar os problemas eternos da educação, das deficiências na área de infraestrutura, que continuam a engolir a nossa produtividade e competitividade, bem como o peso insustentável de um sistema tributário arcaico e complexo, que ajuda a inflar o chamado custo Brasil. Contra o otimismo governamental,que empurra com a barriga os problemas, se assiste a um processo gradativo de desindustrialização e a repetição do denominado “voo de galinha” que é a monótona repetição de um ou dois anos de crescimento alto, seguido de medidas de repressão contra inflação na medida em que não existe nem capacidade produtiva, ne  investimentos para se construir uma sustentabilidade de longo prazo.
Agora mesmo assistimos as previsões de crescimento para 2012 caindo rapidamente e crescendo o número de analistas que preveem um avanço para o Produto Interno Bruto (PIB) igual ou até mesmo inferior aos 2,7% registrados no ano passado. O resultado do PIB, divulgado na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstra que o país praticamente parou no primeiro trimestre deste ano, com um crescimento de apenas 0,2% em relação aos três últimos meses de 2011 e de 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Foi o pior desempenho entre os países dos Brics e isto irá se repetir se não houver uma política para que tenhamos os necessários ganhos de produtividade, poupança e investimento para dar um novo impulso à economia brasileira.
Ninguém contesta que seja correto o governo tomar medidas para incentivar o mercado interno, mas, não faz seu dever de casa, como ocorre na China com a redução dos gastos públicos que possibilite aumentar seus investimentos. Ao contrário da China, com uma situação fiscal mais equacionada, o Brasil tem gastos elevados que limitam o seu aumento de investimentos e inibe maiores desonerações. Com carga tributária elevada, problemas de infraestrutura e burocracia, além da baixa taxa de investimento e sem fazer as melhorias devidas nas são áreas de educação, saúde, produtividade e ambiente de negócios, todo o otimismo que alimentamos será vão. Enquanto nossos dirigentes vivem se gabando de que estamos melhor que os outros continuaremos marcando passo. Não existe omelete sem quebrar os ovos.