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quinta-feira, agosto 28, 2008

TE CUIDA EVO

Um sinal de alerta
Noticias recentes dão conta que o presidente da Bolívia, Evo Morales se refugiou na noite de ontem em Guajará Mirim, após manifestantes controlarem três aeroportos do Departamento de Beni, região que Morales viajava tentando acordo de governabilidade para impedir seu pouso. Ao que se sabe até a Polícia Federal brasileira foi acionada para garantir sua proteção. O Itamaraty só confirmou que o helicóptero em que ele viajava fez um pouso forçado em Riberalta. Um avião militar pousou em Guajará para resgatar Morales, que embarcou para La Paz. Mas, segundo voz corrente, na Bolívia a verdade é que quando Morales visitava a cidade de Cachuela Esperanza, onde chegou de helicóptero. Enquanto visitava lideranças os oposicionistas ligados ao Comitê Cívico Pró-Beni, controlado por empresários, tomaram três aeroportos da região, localizados nas cidades de Guayamerín, Riberalta e Trinidad. Como Morales não podia trocar o helicóptero por um avião em território boliviano para chegar a La Paz, o governo boliviano pediu no final da tarde autorização ao Brasil para usar a pista de Guajará-Mirim. Em nota à imprensa, o governo boliviano não confirmou os incidentes. Disse só que Morales foi ao Brasil "por razões de segurança".
A verdade é que o presidente boliviano enfrenta forte crise com Estados governados pela oposição -Santa Cruz, Tarija, Pando, Beni e Chuquisaca. Lá, como em outros países da América do Sul, o tipo de governo clientelista que privilegia apenas uma parte da população enquanto penaliza justamente os que produzem mais e tem maior conhecimento está produzindo a dissolução ou, pelo menos, a partilha do Estado. Ninguém é contra a opção preferencial pelos pobres, aliás indispensável e necessária, porém, tal opção precisa ser feita dentro da ordem e de acordo com as possibilidades políticas e econômicas. Aqui, também, embora o presidente Lula da Silva ainda desfrute de um considerável capital político o risco de problemas institucionais também é grande. Basta lembrar a questão da Reserva Raposa do Sol, que está em decisão final no judiciário, que envolve não somente questões de segurança nacional em termos de fronteiras como também de definição de limites para grupos internos.
È verdade também que as questões sociais autorizam, muitas vezes, movimentos mais fortes, no entanto, a manutenção da ordem pública e o respeito as leis devem prevalecer sobre a vontade de dirigentes e de grupos que acreditam serem donos da verdade e da justiça. Assim, lá como aqui, ninguém contesta os direitos indígenas ou a luta pela terra, porém, é licito que as invasões ou a tomada de prédios públicos e privados sejam feitas com depredações e prejuízos sem que haja providências do governo? A verdade é que, quando um governo, estimula e defende ações paramilitares e/ou semi terroristas, no fundo, autoriza também os adversários a fazê-lo. Na verdade as agruras que Evo Morales passou não deixam de ser a colheita do que tem plantado na Bolívia. E nós, infelizmente, ainda iremos colher problemas da forma como se tem estimulado grupos que atuam no nosso país nas margens da lei.