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domingo, agosto 15, 2010

O BALÃO ELEITORAL



As recentes pesquisas eleitorais colocam a candidata petista na frente da corrida eleitoral, supostamente com oito pontos percentuais de intenção de votos de diferença, provocando por parte da grande imprensa, muito bem instruída e paga, o delírio de que as eleições podem ser ganhar no primeiro turno. Aliás, não fazem nada mais que repetir o discurso triunfalista de Lula da Silva que não somente se comporta como quem quer ganhar seja de que modo for, como procura achatar e, até mesmo, desmoralizar as oposições num processo que se pretende avassalador na medida em que amparado numa popularidade ímpar, se bem que atestada pelos mesmos institutos que bebem avidamente nos cofres públicos e ligados a interesses bastante conhecidos. Estatísticas, como bem se sabe, e ainda mais eleitorais são amplamente manipuladas e, ainda que possam não ter sido, é muito prematuro ficar cantando vitória antes do tempo numa eleição que será duríssima.
Ocorre que, por mais que as intenções de votos possam estar corretas, ninguém sabe quem é Dilma. A rigor, se há todas estas intenções de votos que os institutos apresentam seria um notável milagre de transferência de votos de Lula e os votos seriam em Lula não nela. Lula, porém, não é candidato. Ora, as evidências científicas mostram que governos bem avaliados, acima de 50% de aprovação, tem muitas chances de eleger seu sucessor, mas, ninguém consegue ver correlação automática entre aprovação e transferência de votos. Para, por exemplo, a candidata petista vencer no primeiro turno, tendo em vista que, de início, tem 20% de rejeição, seria preciso que, praticamente, Lula conseguisse o milagre de, no mínimo, repassar 70% de seus votos para ela, o que é uma tarefa quase impossível. E é preciso lembrar que nem Lula venceu uma eleição no primeiro turno.
Contra esta simplificação da corrida eleitoral também pesa a experiência prática. Aqui vale lembrar o caso do Chile no qual a presidente Michelle Bachelet, apesar de possuir 80% de aprovação, não conseguiu eleger seu candidato que não somente era muito mais conhecido e com experiência política muito maior que a desconhecida Dilma. Em suma, a popularidade do presidente ajuda, mas, para o eleitor não basta Lula dizer que Dilma é sua candidata. O eleitor tem de ouvir isto de Dilma, confiar nela e acreditar nela. Assim a estratégia petista depende do sucesso de três táticas: Lula convencer ao povo que a vitória de Serra é um retrocesso, fazer muita campanha para Dilma e, por fim, Dilma provar que é autêntica e confiável para a população.
Eis o grande problema. Dilma é uma completa desconhecida que passou, recentemente, por uma remodelação total. Não é só o problema de que não se adaptou muito bem ao novo papel, embora isto pese. È que as pesquisas demonstram que quanto mais o eleitor conhece Dilma, em todas as camadas, não vota nela. È improvável que o PT continue conseguindo até o fim da campanha esconder quem ela é e suas idéias da população. E, na medida que forem conhecendo, tudo indica o balão irá desinflar.