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sábado, fevereiro 28, 2015

Jogo de velho é videogame


Jogar é da natureza humana. Não vou ao ponto, nem tenho a capacidade de pensamento, do filósofo Johan Huizinga que disse que “É no jogo e pelo jogo que a civilização surge e se desenvolve”, mas, percebo, no meu pobre horizonte de pensamento que, de qualquer forma, na vida, sempre se joga. E ainda, dentro de meus limites mentais, penso que somos bons em alguns jogos e outros não e, consciente, ou não, fazemos escolhas dos jogos que jogamos, porém, ninguém, nem mesmo os críticos dos jogos, deixa de jogar. Em suma, a política, a economia, a vida social, o viver, enfim, é um jogo.
E, sob o ponto de vista científico, no estado de saber atual, se divulga que jogar faz bem ao cérebro. Claro que não falamos do vício de jogar, mas, ao de cultivar o hábito de manter alguma atividade que exija a movimentação do cérebro. Segundo os cientistas, o sinal mais evidente do processo de envelhecimento é a redução da velocidade de absorver novos conhecimentos e problemas de coordenação motora. O motivo da velhice-dizem- não se deve, como se pensava, à perda de neurônios, mas, à diminuição do número de sinapses. De forma que, para eles, a melhor forma de se manter bem é criar novas sinapses. Trata-se de um processo semelhante ao exercício físico que mantém o corpo mais saudável. No caso do cérebro é preciso exercício mental.
Por conta disto se recomenda que se pratique alguns tipos de atividades que fortalecem a capacidade mental quanto mais se envelhece devido à função executiva do cérebro, necessária para atenção, percepção, memória e resolução de problemas, diminuir. Assim praticar leitura com reflexão, aprender uma nova língua, conviver socialmente, praticar exercícios físicos, fazer palavras cruzadas, realizar jogos de memória e praticar diversos tipos de jogos, mais modernamente, os vídeos games são fundamentais para criar novas conexões entre os neurônios, para a criação de novas sinapses.

É fantástico que as novas tecnologias sejam aconselháveis para os mais velhos (e a adesão das pessoas de mais 60 anos à internet, por exemplo, tem sido acima de 50%), porém, é mais interessante ainda que os videogames sejam considerados como excelentes para a prevenção e para o tratamento de algumas enfermidades. Especialistas afirmam que, se usados pelos mais velhos, o videogame melhora o condicionamento físico, a força, o equilíbrio e também ajuda o lado cultural e social. E, pasmem, ao contrário do que seria esperado, quanto maior o período de uso melhor é a concentração, a agilidade e até mesmo o processamento das informações e, meses depois que param, os benefícios permanecem. Confesso que fiquei com inveja de alguns deles que, ao jogar,  se esqueciam de tudo, inclusive mulheres, que deixavam as panelas no fogo queimar a comida. A minha razão é simples. Gosto de jogos. Futebol, basquete, futebol de salão, vôlei. Fui, até certo tempo, um jogador de gamão, um jogador de cartas, não muito aplicado, um razoável jogador de xadrez. Confesso que gosto de bingos, um pouco, e jogo, mesmo contra todas as probabilidades, nas loterias. Afinal jogar é humano,contudo, quando se trata de videogames, sinceramente, devo ter um problema geracional. Não que considere os games estranhos, embora considere muito pouco atrativo o fato de que, em geral, são violentos ou muito competitivos, todavia, me parece sempre como cigarro: algo com que não consigo ter prazer. É claro que isto não vale para os outros. Há pessoas que consideram os games funcionais, divertidos e até instrutivos. Até penso que a experiência com os denominados Exergames, os controlados pelos movimentos corporais e que são utilizados para tarefas e exercícios físicos, devem dar, de fato, alguma diversão, mas, não consigo me livrar da percepção de que os games, talvez, seja a idade mesmo, são algo meio infantil. É claro que esta é uma reflexão que só serve para mim e alguns dinossauros de estrutura parecida. Pelo estado da arte os games geram mesmo benefícios até mesmo sob o aspecto de integração geracional. E se é para o bem de todos, e felicidade geral da nação, digo aos mais velhos, com entusiasmo:- Vão jogar videogames, seus meninos levados! 

terça-feira, fevereiro 10, 2015

Um aniversário sem festa


O PT ao completar 35 anos de história conseguiu um feito inédito, nas palavras de seu guia, como “nunca antes neste país”, partido algum teve. A associação imediata que se faz com o nome do partido: corrupção. A grande contradição é a de que foi um partido que construiu sua reputação brandindo a bandeira da ética, com ferozes ataques aos adversários contra a corrupção! O Lula e seu partido que, agora, são acusados de patrocinar os dois maiores escândalos que o país já assistiu- o “Mensalão” e o “Petrolão” não podia ver, antes, qualquer sinal, de qualquer vírgula errada, sem apontar o dedo, e indignado, gritar contra o assalto aos cofres públicos. No entanto, hoje, diante dos esquemas muito maiores de corrupção fecha os olhos e até indulta e bate palmas para os acusados.
Longe estão os tempos onde Lula acusava Collor, Sarney, Maluf e Quércia de ladrões e o Congresso de ter “300 picaretas”. Hoje, abraça a todos desde que façam o que lhes pede, e o próprio Maluf, numa sincera “mea culpa”, disse que o PT entende muito mais da área do que ele e, perto do que o partido faz, disse se considerar um “trombadinha”. E o partido não vê nada demais no assalto organizado da Petrobras quando, em cima de um simples Fiat Elba, demonizou Collor e o arrastou ladeira abaixo do Planalto. Depois iria tentar o mesmo contra FHC sem sucesso. Infelizmente, a grande realidade atual é que pensar em PT é pensar em corrupção, seja isto uma realidade do partido ou não. Não há como fugir de que a corrupção sob as asas do governo petista assusta pela quantidade e qualidade. E, se antes, ainda podia se alegar que “tirou 30 milhões da pobreza”, hoje, se desconfia, de que seus militantes é que saíram da pobreza e os índices foram apenas manipulados para vender a propaganda eleitoral. Os pobres continuam aí e, pasmem, de um forma crescente vivendo nas ruas, pedindo esmolas e, o que é pior, principalmente os jovens, sem bons empregos, sem perspectivas, assaltando e matando.
Claro que a corrupção não é monopólio do PT. Mas, o agravante é que a corrupção petista assusta também porque nenhum escândalo atingiu figuras tão próximas dos mandantes, nem envolveu figuras tão relevantes de qualquer partido, como são, por exemplo, Dirceu, Palocci e outros tantos do núcleo de poder. Sem contar os “malfeitos” que permanecem sem apuração ou foram jogados para debaixo do tapete. E o agravante maior é o de que, em grande parte, a corrupção petista não foi feita para enriquecer os bolsos dos políticos nem dos empresários. Não. Foi feita por meio de um plano para se comprar o Legislativo, manietar o Judiciário e ter decisões partindo do Executivo que favoreciam a manutenção do poder. Assim, não há como Dilma, por exemplo, não responder pelo que foi feito, de vez que era beneficiária dos recursos usados para se impor aos outros poderes e impor uma pauta política. Fizeram assim da oposição meros fantoches, centralizando o poder e impondo o que desejavam enquanto gastavam milhões fazendo publicidade positiva de um governo que não avançava em nada. O Brasil se tornou um país pouco competitivo e voltou a ser agrário-exportador. Não adianta, hoje, quando colhe os frutos de seus erros, apelar para o “todo mundo faz isto” ou culpar o mensageiro (a “mídia”, sempre acusada de ser a verdadeira oposição) ou vender a versão fantasiosa de que estão querendo criminalizar o PT ou ganhar no “terceiro turno”. É só olhar o que Dilma dizia na campanha eleitoral e comparar com o que faz depois de eleita. É a tempestade que carrega quem semeou os ventos. Nada mais impactante para refletir a decadência e a imagem do partido de que a “piada” que circulou amplamente na internet e fora dela que não houve festa do aniversário do partido porque roubaram o bolo.


segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Sem bons horizontes


Bem, mais uma vez, fui assaltado em Porto Velho. Claro que ser assaltado para o brasileiro não é nenhuma novidade. A nossa impotência diante dos assaltos se inicia com o próprio governo que nos mete a mão no bolso sem a menor apelação, pelos políticos que, brandindo a lei e a razão, nos assaltam de diversas formas fingindo nos representar, pela falta dos serviços públicos mínimos. Ainda assim nada nos parece tão invasivo quanto, em plena rua, ser impelido a entregar o seu celular e fazer esforço para nem olhar direito o ladrão porque não se sabe o que ele pode fazer, se não gostar da sua cara. Foi só um celular. E, na hora, com um guarda-chuva na mão, sem uma viva alma por perto, de vez que chovia, ainda pensei diante da autoconfiança do bandido em lhe dar uma pancada com o guarda-chuva e correr, mas, me lembrei, sabiamente, que, um garoto, por causa de um celular atirou e quase mata um conhecido que ficou numa cadeira de rodas. A precaução, o fato de que a voz imperativa, seguida de um xingamento, não era de quem brincava, me fez,  por instinto de sobrevivência-penso eu- entregar com a mansidão de um cordeiro o aparelho. E ainda me culpar por não ter os mesmos laivos de coragem (ou loucura) do passado.
O aparelho, aliás, nem era dos melhores. Mas, a questão não é o que se perde. E a única perda real-para mim-era dos telefones dos amigos. É a sensação ruim de insegurança, de impotência, de, no futuro, não poder, como sempre fiz, transitar por ali sem receio de um novo assalto. Claro que aconteceu por um acaso infeliz, todavia, quem me garante que não acontece de novo? Isto de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar anda muito desmoralizado. E o assalto não foi tão por acaso assim, pois, várias pessoas já haviam sido assaltadas nas proximidades do Porto Velho Shopping e até, recentemente, um jovem que reagiu foi morto. Para quem, como foi o meu caso, conheceu Porto Velho em um tempo onde se podia andar sem susto na noite e deixar as portas das casas e dos veículos abertas, esta violência crescente me faz, de fato, ser mais cauteloso, medroso mesmo. Afinal se não se pode andar armado como se defender se não existe um bom sistema de policiamento? Sei-como muitos fazem questão de acentuar- que se trata, hoje, de um fenômeno brasileiro. No ano passado, de uma forma menos traumática, já havia me acontecido também próximo de casa. Foi até prosaico por ser o dia do primeiro jogo do Brasil e, pasmem, o ladrão queria roubar bebida! Umas poucas garrafas de cerveja que levava. E só me mostrou que tinha uma faca na cintura. E claro que não discuti muito, mas, por sorte, apareceu um policial na hora e fiquei com a bebida e ele ganhou umas tapas.

Não tive tanta sorte agora. Mas, o que me incomoda mesmo é o fato de que há um crescimento da violência que se expressa, inclusive, no uso de armas, de ameaças maiores, de criar o receio de se ir até esquina e, de repente, se perder a carteira, o celular ou até mesmo ser espancado ou levar um tiro. E enquanto a vida piora os impostos só aumentam, aumenta o custo de vida e a insegurança nossa de cada dia. E só nos resta mesmo apelar para a oração, pois, do jeito que as coisas andam não há um céu azul visível no horizonte. As nuvens estão carregadas, negras, muito negras. E tudo indica que as coisas somente tendem a piorar.