Total de visualizações de página

terça-feira, outubro 21, 2014

A política econômica atual penaliza o futuro do país


É chegada a hora da mudança. O sintoma mais evidente desta necessidade provém até mesmo do próprio governo, de vez que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios- PNAD 2013 aponta que há estagnação econômica nos principais indicadores nacionais e que, até mesmo a taxa de desemprego se elevou de 6,1%, em 2012, para 6,5%,  em 2013, e o salário encolheu 3,8% , no mesmo tempo de comparação, e, com a inflação mais alta, em 2014, as coisas devem estar ainda piores. Porém, o mais grave é que o ambiente econômico brasileiro se apresenta em estado de grande mal estar, de incerteza e de falta de confiança em relação ao presente e ao futuro. É o resultado de 12 anos do PT no poder com as distorções da administração pública que não vê limites entre os interesses públicos e partidários, do aparelhamento do Estado e da supressão das oposições que não encontram eco nas centrais sindicais que, com suspeitas ONGs, ajudam a construir a hegemonia petista no poder e, como consequência, os escândalos de corrupção que se tornam rotineiros.
Acrescente-se que já não existe mais a euforia popular que o aumento do crédito, que, historicamente, era de 24% do Produto Interno Bruto-PIB, a soma de toda a produção de bens e serviços no ano, pulou, com o governo Lula, para 48% do PIB, permitindo que o consumo tivesse um enorme aumento e gerando a sensação de melhoria e bem estar que a população experimentou se enredando em financiamentos de longo prazo e sacando sobre o futuro. Acontece que tudo tem um preço. E outro lado da farra do consumo é que, além de pagar duas vezes os preços dos bens no crediário, as famílias se endividaram no longo prazo. Com os juros altos e a inflação se elevando começam a sentir os efeitos negativos de viver em cima do crédito e não da renda. Sob o ponto de vista macroeconômico, no entanto, a política do governo Lula, e continuada por Dilma, cometeu o grave equívoco de buscar o crescimento pela demanda. E a demanda estimula o crescimento, mas, não o garante. Crescimento somente existe pelo lado da oferta na medida em que é resultado do aumento da produção, ou seja, de existir maior capacidade produtiva e mais bens e serviços no mercado. Somente com novos investimentos, com aumento da produção industrial isto pode acontecer. Porém, o que se observa é que a produção industrial e o nível de investimentos crescem como rabo de cavalo na medida em que o governo, com medidas pontuais, somente gera incerteza econômica. E todas as medidas que tomam visam aumentar o consumo. Querem resolver o problema com mais do mesmo remédio ineficaz.

É a constatação da exaustão do modelo microeconômico da prioridade para o consumo, da excessiva intervenção do estado e a manipulação da inflação, com o sacrifício de setores, como o de combustíveis, energia, dos transportes coletivos e do sistema creditício, com os abusivos privilégios dados aos bancos públicos e ao BNDES, que sinalizam com um crescimento que é dez vezes menor que a média dos países emergentes e o segundo pior da América do Sul (estimado em 0,3% este ano). Portanto, já não dá mais para segurar este tipo de modelo sem comprometer o futuro do país. É o momento de se retomar o equilíbrio fiscal, acabar com a tal da “contabilidade criativa”, deixar de “pedalar” os déficits e promover o saneamento das contas públicas pela redução dos gastos de custeio. E esta é a dura realidade econômica que, seja quem for que ganhe a eleição para presidente há de enfrentar, pois, como não dá mais para aumentar impostos, será preciso retomar a estabilidade monetária pela contenção das despesas públicas e gerar confiança no setor empresarial para a promoção dos investimentos na produção e nos setores essenciais da infraestrutura.  Urge mudar a política econômica atual que já deu o que tinha que dar. 

quarta-feira, outubro 08, 2014

Uma encruzilhada entre ter ou não ter esperança


Governos não são necessariamente uma coisa boa. Aliás, os intelectuais e as pessoas que gostam de liberdade sempre desconfiam deles. Muitos dizem, logo, que qualquer que seja ele são contra. Afinal governos não existem sem homens e, no fundo, são homens que dizem aos outros como se comportar. Penso, como Isabel Paterson, que o governo somente é bom como freio à ação humana, daí, sob tal ponto de vista, serem necessários e importantes, no entanto, os governos não criam nada; quem cria, quem produz riquezas são os indivíduos. O problema é que o governo não se limita a regular e também pode estabelecer proibições e tomar dinheiro dos cidadãos para suas atividades. Um governo totalitário tudo pode. Apesar de não criar é dono de tudo, inclusive da liberdade de seus cidadãos. Esta razão pela qual embora, no passado, tenha tido a doce ilusão de que o caminho para uma vida melhor é mais governo, agora, tenho o bom senso de admitir que errei. Quanto menos governo melhor será a nossa vida. E quando os mesmos ficam muito tempo no governo passam a pensar que a sociedade lhes pertence e impor sua visão como se fosse a mais correta e a única.
E é exatamente isto que se discute na atual campanha eleitoral. O Brasil deve decidir se quer ser mais competitivo, ter mais liberdade, ser um pais mais inclusivo e mais diversificado ou vai aceitar  a canga que nos querem impor de mais estado, de um modelo, o modelo petista, que, apesar de doze anos de comando do país, aumenta o poder do estado, a carga tributária, as imposições burocráticas e pretende até mesmo regular o lucro e encabrestar a mídia. Especialistas em desenvolvimento, mais do que ninguém, são consensuais num ponto: o estado é ineficiente e sempre mais ineficiente que a iniciativa privada. Os países que se desenvolveram o fizeram diminuindo o tamanho do estado, estabelecendo um bom ambiente econômico e criando o que denominamos tecnicamente de previsibilidade, ou seja, as empresas e pessoas possuem condições de esperar determinados comportamentos e ter determinados custos podendo, portanto, diminuir os riscos. País desenvolvido é país com estabilidade, sem maiores incertezas que não vivem ao sabor do mandatário de plantão. É o oposto do Brasil que tem um dos piores ambientes econômicos do mundo, de vez que, de uma hora para outra, o governo muda as regras ora estabelecendo novos impostos, ora criando mais obrigações burocráticas e, muito poucas vezes, se preocupando com o custo do contribuinte, com a vida de quem paga as contas da máquina e dos seus cartões corporativos.

Por tal razão os nossos executivos mais competentes dizem que só os loucos (e os que não têm como escapar das prisões burocráticas nacionais) investem neste país. O resultado é o que vemos: as menores taxas de crescimento do continente, inflação alta, os investidores nacionais migrando para investir lá fora por conta do custo Brasil. E o que o governo atual fez para mudar isto? Não tentou fazer nenhuma das reformas necessárias, aumentou a tentativa de expandir o consumo via crédito (e contraditoriamente eleva a taxa de juros) e tenta frear a inflação segurando os preços, de forma que só tem a nos oferecer uma perspectiva de mais gastos públicos e imprevisibilidade. Hoje há uma completa falta de confiança nas políticas públicas inclusive por tentar vender a ideia de que a culpa dos problemas é da crise externa. Não é. A culpa é de uma política equivocada que tenta aumentar o tamanho do estado e seu controle e de um modelo que desestimula o investimento e causa incerteza no mercado. Esta eleição é, na verdade, a escolha entre procurarmos um novo caminho ou ir até o fim de uma opção que tende a nos levar para um grau cada vez maior de deterioração dos serviços públicos, da infraestrutura e da qualidade de vida.