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quinta-feira, outubro 26, 2006

O PARASISTISMO OFICIAL

Lulla da Silva, quando chegou ao governo, não tinha, a rigor, plano algum. No máximo uma cesta de idéias de como governar o país. Com a pasteurização do “Lullinha Paz e Amor” de Duda “Dusselford” Mendonça ganhou. E, por sugestão dele, que precisava de um argumento forte de propaganda, o neo-presidente se apegou a um tema que só raspava: acabar com a fome. Criou o carro-chefe do programa Fome Zero que, mesmo herdando de FHC toda uma rede de política social não saiu do papel. Vieram os grandes escândalos que começaram com Waldomiro Diniz, continuaram e se aprofundaram com os empréstimos falsos do PT, com o aparecimento de Marcos Valério e o incomensurável e jamais medido pagamento do “Mensalão”. E foi o que se viu: centenas de parlamentares e companheiros atolados até a tampa, mas passou. Tudo passa. Quando tudo parecia entrar na senda do esquecimento aparece Marinho pegando a propina dos Correios e Roberto Jefferson, o do cheque em branco, botou a boca no mundo revelando que a mãe da corrupção estava no Palácio do Planalto. Caiu José Dirceu, José Genoíno, com dólares na cueca, Gushiken, Marcelo não tão Sereno, Silvio Land Hoover Pereira. Até se pensou que era demais que era o fim. Não era. Apareceu o escândalo da República de Ribeirão Preto, com a mansão e Mary Córner no meio, que desembarcou na quebra do sigilo de um pobre caseiro que revelou (imagine!) que haviam se juntado o ministro Palocci, o presidente da Caixa e assessores até do Ministério da Justiça para desmoralizá-lo. Até na eleição apareceu, com a copa, cozinha e secretário do presidente, a compra do fajuto dossiê Vedoin. Lulla fragilizado (e sem que o retirassem do governo como era devido) com o poder da caneta na mão se pôs a fazer o que sabe: política. Comprou os apoios que pode (e a presidência sempre pode muito) e resolveu partir para agradar a massa. Lulla, no entando sempre faz o oposto do que diz. Assim se disse que ia acabar com a fome, na verdade, resolveu perenizá-la para uso político. É o caso do programa Bolsa Família. Acabar com a fome (não é fome. Pessoas com fome morrem, mas insuficiência alimentar) é eliminar as causas que levam onze milhões de famílias - especialmente no Nordeste - a não ter como viver com a dieta recomendada como mínima pela ONU. Ou seja, terem acesso a emprego e renda. Serem cidadãos pelo seu trabalho. Não é receber mensalmente cestas de alimentos básicos. Só em situações especiais de calamidade se faz isto. A continuidade indefinida de um projeto assim conduz ao conformismo e à inação. Afinal por que trabalhar se a comida chega de graça? Aceitar como válida a tese da manutenção permanente de um programa assim (cujos males Malthus já apontava mais de 200 anos atrás) é considerar a fome socialmente irremovível. E como a oferta de recursos sem esforço de qualquer coisa gera sempre uma procura crescente a cada dia vão surgir no país todo um número cada vez maior de pessoas que não querem trabalhar em busca das cestas mágicas. È a consolidação da política peleguista de Lulla da Silva nos sindicatos e ONGs na sociedade. E, como sempre, paga com o dinheiro dos impostos públicos. É o “parasitismo oficial”, a perpetuação de um grupo político pela venda oficial do voto disfarçado de política social. Quero minha cesta básica tipo classe média.

domingo, outubro 15, 2006

DE ONDE VEIO O DINHEIRO?

Na verdade nunca vi o PT como um partido muito diferente dos outros mesmo que tenha começado, supostamente, entre os metalúrgicos. Trabalhadores mesmos não criam partidos, trabalham. E sempre me cheirou mal sua insistência na questão ética. A honestidade deve ser um valor intrínseco e não ser apregoada como monopólio de alguns homens, espécie que se sabe sempre frágil diante do poder. E assim foi.
Lula eleito logo surgiam indícios de que seu governo não seria muito diferente moralmente falando, mas foi. Logo surgiu o Sr. Waldomiro Diniz, assessor direto do Sr. José Dirceu, então Ministro Chefe da Casa Civil, recebendo propina de um empresário de bicho. E, na sua esteira, apareceu um gigantesco esquema de compra de parlamentares pelo Governo para compor maioria na Câmara dos Deputados. O caso também teve como detonador outro nomeado do governo flagrado pelas câmeras no exato instante em que aceitava suborno.
Da denúncia foi um passo para a queda de altas personalidades do governo intimas do presidente como José Dirceu, o Presidente do PT, José Genoíno; o tesoureiro do partido. Delúbio Soares; o secretário Sílvio Pereira, do famoso Land Rover recebido de presente a troco de nada. E não parou: houve a quebra do sigilo do caseiro da mansão do Lago Sul brasiliense, conhecida como República de Ribeirão Preto, que levou o então ministro Antônio Palocci, e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, a renunciarem, embora, agora, Lula diga que os demitiu. Todos amigos do presidente, do seu círculo intimo de auxiliares, inclusive o japonês Gushiken, envolvidos maracutaias tecidas dentro do Palácio. O presidente de nada sabia.
Não deu para ignorar, no entanto o parecer do Procurador-Geral da República que denunciou quarenta pessoas ligadas ao governo por formação de quadrilha inclusive taxando-os de "organização criminosa". Quando se pensava que, pelo menos, na época eleitoral iriam parar não é que aparece a distribuição ao PT de cartilhas da Secretaria de Comunicação da Presidência, um abuso que já comprometeria a legitimidade das eleições e caracteriza o uso da máquina pública. Não foi o bastante. O hábito do cachimbo entorta a boca. E, quase na hora de votar, surge o escândalo do Dossiê Vedoin com figuras como as de Freud Godoy, assessor pessoal do Presidente desde 1980; Jorge Lorenzetti, churrasqueiro da família; Oswaldo Bargas, marido da secretária particular e o próprio Ricardo Berzoini, presidente do PT, mas o presidente, coitado, novamente, de não sabia de nada sabia. Ou seja, é impossível confiar num dirigente que nada dirige nem de nada sabe, se formos acreditar nele. Se não acreditarmos é usar a lei para retirá-lo do cargo independente de eleição. Não se trata de golpe como dizem os petistas. Golpe é usar e abusar como fazem de ultrapassar a lei em proveito próprio. Há razões jurídicas fortes para a impugnação do PT e de Lula. Golpismo é querer que se ignore que a cúpula do partido, no mínimo, pretenderam acabar com a oposição e que utilizam de tudo para intimidar e se manter no poder a qualquer preço para impor, de forma solerte, ao país idéias anacrônica e o atraso. E continua sem resposta a questão principal: de onde veio o dinheiro? É impressionante o descaso com uma pergunta tão importante. Afinal esta eleição terá sido fraudada se não existir uma resposta de onde veio R$ 1,75 milhões. Como já se sabe que foi o PT, seu dirigente maior, o senador Mercadante, o circulo intímo do presidente e o diretório de São Paulo que estão envolvidos a eleição de Lula não terá nenhuma legitimidade se não for respondida a pergunta crucial: de onde veio o dinheiro?

domingo, outubro 08, 2006

A ILUSÃO DA PROPAGANDA

FHC BATE LULLA NOS PROGRAMAS SOCIAIS
Nos últimos tempos a capacidade de fazer propaganda do governo Lulla da Silva tem levado, boa parte por oportunismo, os meios de comunicação a comer moscas. Muitos repetem, acritícamente números que não se justificam em relação aos programas sociais. Em particular não dizem que, no governo FHC, entre 1995 e 2000, foi criada uma rede de proteção das classes mais pobres com 12 programas sociais diferentes, para fornecer benefícios regulares para 37,6 milhões de pessoas pobres (9,8 milhões de famílias). Os recursos utilizados para tal, em 2002, foram acima de R$ 30 bilhões. Este valor ultrapassou o total arrecadado com o Imposto de Renda no país, da ordem de R$ 20,2 bilhões.O Bolsa-Escola, o Vale-gás,o Bolsa Renda, o Bolsa-Alimentação, o PETI, todos são filhos do programa Comunidade Solidária, que garantia até 90 reais mensais às famílias, só que de forma diferenciada, por exigir reciprocidade dos assistidos. Em 2001 também foi criado o Fundo de Combate à Pobreza que garantiu recursos para esses programas. O que fez o governo Lulla ? Depois do retumbante fracasso do Programa Fome Zero, juntou os 12 programas de FHC num só rebatizando-o de Bolsa-Família. Qualquer medição isenta vai verificar que, com o nome atual de Bolsa-Família o programa atinge 11 milhões de famílias (somente 2 milhões a mais que os programas de FHC ). E se gastam os mesmos R$ 50 bilhões de antes. Apenas cada família recebe, em média, menos. E, aqui o lado negativo de péssimo efeito social, as pessoas recebem para não fazer nada! Este foi o grande avanço de Lulla: estimular as pessoas a se acostumarem ao assistencialismo. Alckmin, e daí seu desastre eleitoral, no Nordeste, quando diz que vai manter mais exigir contrapartida. É um tiro no pé. Eles estão acostumados a receber em troca de nada. A ironia é que esta é a grande realização do governo Lulla da Silva, seu maior cacife.
Logro semelhante é vendido em outras áreas. Veja, por exemplo, a saúde que atendeu, em 2002, 54,9 milhões de pessoas pelo programa Saúde da Família, ou seja, um em cada três brasileiros. As equipes do programa eram 328 em 1994, passando para 16.657 em 2002, um aumento de praticamente 5000%. Os agentes comunitários de saúde passaram de 29 mil, em 1994, para 174 mil em 2002. O projeto de lei dos genéricos virou lei, em 1999, mas no final de 2002, já existiam 696 medicamentos genéricos registrados,envolvendo 37 laboratórios. Cerca de 95% do mercado passou a ser atendido com os genéricos, em média, 40% mais baratos. Divulgados em maio de 2002, os resultados do censo 2000 apontaram uma queda histórica na mortalidade infantil brasileira ao longo da década de 1990. A redução foi de 47,8 óbitos por mil nascidos para 29,6. A expectativa de vida passou de 63 para 69 anos. Também aqui os programas de saúde do governo Lulla sé mudaram de nome, porém são a continuidade, os mesmo de FHC. Não mudou absolutamente nada. Só gasta muito mais com a propaganda de resultados que, a rigor, são frutos da gestão passada. Não é diferente na educação, pois, em 2002, o país tinha acima de 97% das crianças de 7 a 14 anos na escola, contra 88,6% em 1993.Entre 1994 e 2001, as matrículas no ensino fundamental cresceram 12,7%, um total de 3,3 milhões de matrículas a mais. As matrículas no ensino superior oficial cresceram de 971 mil em 1994 para 1,8 milhões em 2000.O governo FHC criou o FUNDEF para incentivar e melhorar o estudo fundamental .Que fez o governo Lulla? O PROUNI que fortalece o setor privado pagando com dinheiro público o estudo de pessoas em escolas particulares. Lulla, na campanha ainda, anunciou a criação do FUNDEB, que é o FUNDEF ampliado. O FUNDEB não está implantado até hoje. Nem é preciso lembrar a razão: Lulla demitiu seu ministro de Educação, Cristóvam Buarque, por telefone. Qual o motivo? Ele criticava o governo por falta de verbas para a educação e não concordava com a política educacional de Lulla da Silva. E quem conhece mais de Educação? Sabe quem diz que o governo Lulla gastou menos com o social do que o governo FHC?
O professor da Unicamp e ex-secretário de Marta Suplicy, Marco Pochmann portanto um petista de carteirinha, mas intelectual correto, que no artigo GASTO SOCIAL E DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL- disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/jornal/PDF/ju288pg02.pdf não deixa a menor dúvida que o governo Lulla é muita propaganda e pouca realização.