A grande verdade- e isto
se observa com o hiato entre os políticos e os seus representados, bem como
pelo papel indigno da grande imprensa no momento atual- é que as pessoas sentem
que os sistemas, que davam um direcionamento ao mundo, falharam. Quem, por
exemplo, se sente representado por um Renan ou um Aziz? Quem concorda, por
exemplo, com este movimento torpe contra a Copa América? E esta decepção se
torna pior por vir acompanhada da percepção de que somos impotentes para mudá-los
ou, pelo menos, consertá-los. Qual o significado que isto pode ter? Respostas
irracionais como caos, autodestruição e desespero, quando, no curto prazo, não há
respostas. Reclama-se, no Brasil, da vacina contra o coronavírus (até com a
enganadora conversa de que se custou a comprar uma promessa), mas, se ignora
que, certamente, fora de nosso país, que tomou as providências cabíveis, não
haverá vacina para todos os que precisam, e querem. Não é uma questão de falta
de tecnologia, nem de capacidade para atender- assim como não é a questão dos
alimentos-é uma questão de poder e, isto é o que não se diz-poder somente muda
com educação e informação-duas coisas que os donos do poder não desejam ver
democratizadas. Quem sabe, quem tem informação, compreende que o comportamento
vergonhoso da mídia nacional em relação ao governo nada tem de interesse
público ou defesa de bandeiras. É só levantar a quem pertencem os conglomerados
de mídia- famílias milionárias e políticos- para verificar que as políticas
públicas atuais não atendem seus caixas nem seus interesses. Será que interessa
saber que o governo Bolsonaro fez mais por saneamento e água limpa do que todos
os outros deste século? Não. Não é de se esperar que as crianças brasileiras
sejam prioridade para receber educação, comida decente, saneamento, água limpa
e oportunidade de futuro. É de se esperar sim que surjam na imprensa as acusações
de fascismo, de fanatismo contra milhões que vão as ruas em busca de um mundo
melhor. Não se vê a imprensa cobrando (nem os políticos) que se faça um plano
de emergência para a educação para extinguir a falta de escolaridade entre nós
depois de dois anos, praticamente, sem escola. Embora se use os pobres, como
Lula da Silva usou sem freios, ninguém se preocupa com eles. Bolsonaro é o maior
exemplo da falência do sistema. Sua eleição, contra tudo que esta aí, e sua
popularidade crescente, vem de que o sistema fraturou, quebrou. As pessoas não
sonham com a irrealidade de um mundo igual para todos, mas, desejam o mínimo
possível como renda, comida, remédios e liberdade. E tiveram suas rendas e
vidas impactadas por medidas restritivas de suas liberdades e direitos. As
camadas mais pobres (e que menos falam) foram as mais atingidas e sabem sim
quem são os responsáveis por suas vidas terem sido atingidas brutalmente. Não precisam de CPIs para isto. Agora, e as informações que circulam pelas redes
sociais permitem isto-já não estão submetidas as versões únicas, que ainda tentam
se impor e impor o retorno ao passado. Não há volta. Não que os Marinhos, os
Jereissatis, os Collors, os Liras, os Gomes, os Magalhães vão deixar de ter poder,
porém, não poderão mais impor suas vontades, como sempre fizeram. Atravessamos
sim, uma época negra, escura mesmo, no entanto, há raios de sol no meio da
escuridão. O Brasil é maior do que este sistema prá lá de medíocre e, contra
todos os que torcem pelo quanto pior melhor, haveremos de ter tempos melhores. Os
primeiros sinais de luz já são visíveis.
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segunda-feira, junho 07, 2021
O sol voltará a brilhar
quinta-feira, junho 03, 2021
O ATRASO VESTIDO DE PROGRESSISTA
O atraso sempre foi uma
característica brasileira. E, convenhamos, não há nada demais em ser atrasado,
quando sempre se foi assim. A questão, agora, talvez seja, que, com as mudanças
do mundo, os atrasados se vestiram de progressistas e desejam que todo mundo
pense igual a eles. Aliás, nem é pensar que não pensam, mas, sim que todos pensem
igual a eles, que não pensam. Estou
quase mudando de opinião sobre a frase de efeito, muito boa e impactante por
sinal, de Humberto Eco que escreveu “As redes sociais deram voz a uma multidão
de imbecis”. No meu modo de entender isto jamais foi uma verdade. O que as
redes sociais fazem é difundir a mediocridade, o que não é nada demais. Afinal
é o resultado médio da sociedade. É, para o bem ou para o mal, o retrato
momentâneo da educação e do nível do povo. Claro que macaco não olha para o
rabo e, por isto, há uma disputa enorme por pregar no outro lado o que faz
parte de ambos os lados: a intolerância, os fake news, a necessidade de culpar
o outro e ganhar a discussão. Daí os tempos obscuros que vivemos: o tempo que
deveria ser gasto em melhorar, em buscar conhecimentos, em aprender se escoa em
discussões inúteis onde se procura vencer o outros com os argumentos notáveis
do copia e cola. Até na discussão o pensamento é colonizado. Há, no momento,
uma polarização do século passado, um comportamento do século passado que se
encontra em voga como se não houvessem passados décadas da queda do Muro de
Berlim. Embora ninguém saiba mais ao certo o que é esquerda ou direita. Só Caetano Veloso é capaz de
explicar, mas, dizendo que a esquerda é uma utopia que, na realidade, sempre
foi catastrófica, mesmo assim nos exigem que voltemos ao passado e escolhamos
um lado. Obrigatoriamente desejam que nos aliemos a um lado. Os notáveis não
pensadores modernos não nos permitem viver sem ser engajados. Como se a vida
não fosse muito mais que a política que, aliás, imemorialmente, sempre foi um
lado ruim, podre mesmo da vida. Por que tenho de ter posições políticas? Quem
me obriga a isto? Nasci num país onde o estado continua a ser pesado, uma cruz
difícil de carregar, um fardo para o cidadão. Já tive lados e, na minha idade,
aprendi, a duras penas, que se ganha- se querem usar o passado- a máquina do
governo com a esquerda, porém, se governa com a direita. Foi assim com o
burguês Lula da Silva, o operário dos ternos, vinhos e charutos de elite, está
sendo assim com o impensável Bolsonaro, será assim com qualquer outro que vier.
E, pior ainda, se pegarmos o rumo da Argentina. É risível que os progressistas
brasileiros, os que se dizem progressistas, defendam mais governo, critiquem
privatização, defendam o descalabro das contas públicas, aplaudam a bagunça das
regras, como se desenvolvimento não fosse mais respeito as normas. Como se
democracia não fosse respeitar a opinião dos outros. É o atraso, vestido de
progresso, que, por exemplo, critica Juliana Paes por ter opinião e não
embarcar, cegamente, como fazem muitos, na base de Maria vai com as outras, em
que é indispensável criticar o governo por não ser de esquerda. Todo governo é
de direita. Progresso é procurar formas de impedir que os governos interfiram
tanto nas nossas vidas. O grande atraso da esquerda brasileira é que continua
no século passado, apesar de usar mídias sociais, computadores e celulares. Perdeu
o bonde do tempo se apropriando de tudo que era possível até dos panelaços, que
viraram sons de panelinhas. Bolsonaro, apesar deles, pelo menos, aponta para a futuro,
para a direção certa, precisamos é de
mais liberdade, empreendedorismo e educação.