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segunda-feira, junho 07, 2021

O sol voltará a brilhar


A grande verdade- e isto se observa com o hiato entre os políticos e os seus representados, bem como pelo papel indigno da grande imprensa no momento atual- é que as pessoas sentem que os sistemas, que davam um direcionamento ao mundo, falharam. Quem, por exemplo, se sente representado por um Renan ou um Aziz? Quem concorda, por exemplo, com este movimento torpe contra a Copa América? E esta decepção se torna pior por vir acompanhada da percepção de que somos impotentes para mudá-los ou, pelo menos, consertá-los. Qual o significado que isto pode ter? Respostas irracionais como caos, autodestruição e desespero, quando, no curto prazo, não há respostas. Reclama-se, no Brasil, da vacina contra o coronavírus (até com a enganadora conversa de que se custou a comprar uma promessa), mas, se ignora que, certamente, fora de nosso país, que tomou as providências cabíveis, não haverá vacina para todos os que precisam, e querem. Não é uma questão de falta de tecnologia, nem de capacidade para atender- assim como não é a questão dos alimentos-é uma questão de poder e, isto é o que não se diz-poder somente muda com educação e informação-duas coisas que os donos do poder não desejam ver democratizadas. Quem sabe, quem tem informação, compreende que o comportamento vergonhoso da mídia nacional em relação ao governo nada tem de interesse público ou defesa de bandeiras. É só levantar a quem pertencem os conglomerados de mídia- famílias milionárias e políticos- para verificar que as políticas públicas atuais não atendem seus caixas nem seus interesses. Será que interessa saber que o governo Bolsonaro fez mais por saneamento e água limpa do que todos os outros deste século? Não. Não é de se esperar que as crianças brasileiras sejam prioridade para receber educação, comida decente, saneamento, água limpa e oportunidade de futuro. É de se esperar sim que surjam na imprensa as acusações de fascismo, de fanatismo contra milhões que vão as ruas em busca de um mundo melhor. Não se vê a imprensa cobrando (nem os políticos) que se faça um plano de emergência para a educação para extinguir a falta de escolaridade entre nós depois de dois anos, praticamente, sem escola. Embora se use os pobres, como Lula da Silva usou sem freios, ninguém se preocupa com eles. Bolsonaro é o maior exemplo da falência do sistema. Sua eleição, contra tudo que esta aí, e sua popularidade crescente, vem de que o sistema fraturou, quebrou. As pessoas não sonham com a irrealidade de um mundo igual para todos, mas, desejam o mínimo possível como renda, comida, remédios e liberdade. E tiveram suas rendas e vidas impactadas por medidas restritivas de suas liberdades e direitos. As camadas mais pobres (e que menos falam) foram as mais atingidas e sabem sim quem são os responsáveis por suas vidas terem sido atingidas brutalmente. Não precisam de CPIs para isto.  Agora, e as informações que circulam pelas redes sociais permitem isto-já não estão submetidas as versões únicas, que ainda tentam se impor e impor o retorno ao passado. Não há volta. Não que os Marinhos, os Jereissatis, os Collors, os Liras, os Gomes, os Magalhães vão deixar de ter poder, porém, não poderão mais impor suas vontades, como sempre fizeram. Atravessamos sim, uma época negra, escura mesmo, no entanto, há raios de sol no meio da escuridão. O Brasil é maior do que este sistema prá lá de medíocre e, contra todos os que torcem pelo quanto pior melhor, haveremos de ter tempos melhores. Os primeiros sinais de luz já são visíveis.

Ilustração: Segredo. 


quinta-feira, junho 03, 2021

O ATRASO VESTIDO DE PROGRESSISTA

 


O atraso sempre foi uma característica brasileira. E, convenhamos, não há nada demais em ser atrasado, quando sempre se foi assim. A questão, agora, talvez seja, que, com as mudanças do mundo, os atrasados se vestiram de progressistas e desejam que todo mundo pense igual a eles. Aliás, nem é pensar que não pensam, mas, sim que todos pensem igual a eles, que  não pensam. Estou quase mudando de opinião sobre a frase de efeito, muito boa e impactante por sinal, de Humberto Eco que escreveu “As redes sociais deram voz a uma multidão de imbecis”. No meu modo de entender isto jamais foi uma verdade. O que as redes sociais fazem é difundir a mediocridade, o que não é nada demais. Afinal é o resultado médio da sociedade. É, para o bem ou para o mal, o retrato momentâneo da educação e do nível do povo. Claro que macaco não olha para o rabo e, por isto, há uma disputa enorme por pregar no outro lado o que faz parte de ambos os lados: a intolerância, os fake news, a necessidade de culpar o outro e ganhar a discussão. Daí os tempos obscuros que vivemos: o tempo que deveria ser gasto em melhorar, em buscar conhecimentos, em aprender se escoa em discussões inúteis onde se procura vencer o outros com os argumentos notáveis do copia e cola. Até na discussão o pensamento é colonizado. Há, no momento, uma polarização do século passado, um comportamento do século passado que se encontra em voga como se não houvessem passados décadas da queda do Muro de Berlim. Embora ninguém saiba mais ao certo o que é esquerda  ou direita. Só Caetano Veloso é capaz de explicar, mas, dizendo que a esquerda é uma utopia que, na realidade, sempre foi catastrófica, mesmo assim nos exigem que voltemos ao passado e escolhamos um lado. Obrigatoriamente desejam que nos aliemos a um lado. Os notáveis não pensadores modernos não nos permitem viver sem ser engajados. Como se a vida não fosse muito mais que a política que, aliás, imemorialmente, sempre foi um lado ruim, podre mesmo da vida. Por que tenho de ter posições políticas? Quem me obriga a isto? Nasci num país onde o estado continua a ser pesado, uma cruz difícil de carregar, um fardo para o cidadão. Já tive lados e, na minha idade, aprendi, a duras penas, que se ganha- se querem usar o passado- a máquina do governo com a esquerda, porém, se governa com a direita. Foi assim com o burguês Lula da Silva, o operário dos ternos, vinhos e charutos de elite, está sendo assim com o impensável Bolsonaro, será assim com qualquer outro que vier. E, pior ainda, se pegarmos o rumo da Argentina. É risível que os progressistas brasileiros, os que se dizem progressistas, defendam mais governo, critiquem privatização, defendam o descalabro das contas públicas, aplaudam a bagunça das regras, como se desenvolvimento não fosse mais respeito as normas. Como se democracia não fosse respeitar a opinião dos outros. É o atraso, vestido de progresso, que, por exemplo, critica Juliana Paes por ter opinião e não embarcar, cegamente, como fazem muitos, na base de Maria vai com as outras, em que é indispensável criticar o governo por não ser de esquerda. Todo governo é de direita. Progresso é procurar formas de impedir que os governos interfiram tanto nas nossas vidas. O grande atraso da esquerda brasileira é que continua no século passado, apesar de usar mídias sociais, computadores e celulares. Perdeu o bonde do tempo se apropriando de tudo que era possível até dos panelaços, que viraram sons de panelinhas. Bolsonaro, apesar deles, pelo menos, aponta para a futuro, para  a direção certa, precisamos é de mais liberdade, empreendedorismo e educação.