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quarta-feira, outubro 08, 2014

Uma encruzilhada entre ter ou não ter esperança


Governos não são necessariamente uma coisa boa. Aliás, os intelectuais e as pessoas que gostam de liberdade sempre desconfiam deles. Muitos dizem, logo, que qualquer que seja ele são contra. Afinal governos não existem sem homens e, no fundo, são homens que dizem aos outros como se comportar. Penso, como Isabel Paterson, que o governo somente é bom como freio à ação humana, daí, sob tal ponto de vista, serem necessários e importantes, no entanto, os governos não criam nada; quem cria, quem produz riquezas são os indivíduos. O problema é que o governo não se limita a regular e também pode estabelecer proibições e tomar dinheiro dos cidadãos para suas atividades. Um governo totalitário tudo pode. Apesar de não criar é dono de tudo, inclusive da liberdade de seus cidadãos. Esta razão pela qual embora, no passado, tenha tido a doce ilusão de que o caminho para uma vida melhor é mais governo, agora, tenho o bom senso de admitir que errei. Quanto menos governo melhor será a nossa vida. E quando os mesmos ficam muito tempo no governo passam a pensar que a sociedade lhes pertence e impor sua visão como se fosse a mais correta e a única.
E é exatamente isto que se discute na atual campanha eleitoral. O Brasil deve decidir se quer ser mais competitivo, ter mais liberdade, ser um pais mais inclusivo e mais diversificado ou vai aceitar  a canga que nos querem impor de mais estado, de um modelo, o modelo petista, que, apesar de doze anos de comando do país, aumenta o poder do estado, a carga tributária, as imposições burocráticas e pretende até mesmo regular o lucro e encabrestar a mídia. Especialistas em desenvolvimento, mais do que ninguém, são consensuais num ponto: o estado é ineficiente e sempre mais ineficiente que a iniciativa privada. Os países que se desenvolveram o fizeram diminuindo o tamanho do estado, estabelecendo um bom ambiente econômico e criando o que denominamos tecnicamente de previsibilidade, ou seja, as empresas e pessoas possuem condições de esperar determinados comportamentos e ter determinados custos podendo, portanto, diminuir os riscos. País desenvolvido é país com estabilidade, sem maiores incertezas que não vivem ao sabor do mandatário de plantão. É o oposto do Brasil que tem um dos piores ambientes econômicos do mundo, de vez que, de uma hora para outra, o governo muda as regras ora estabelecendo novos impostos, ora criando mais obrigações burocráticas e, muito poucas vezes, se preocupando com o custo do contribuinte, com a vida de quem paga as contas da máquina e dos seus cartões corporativos.

Por tal razão os nossos executivos mais competentes dizem que só os loucos (e os que não têm como escapar das prisões burocráticas nacionais) investem neste país. O resultado é o que vemos: as menores taxas de crescimento do continente, inflação alta, os investidores nacionais migrando para investir lá fora por conta do custo Brasil. E o que o governo atual fez para mudar isto? Não tentou fazer nenhuma das reformas necessárias, aumentou a tentativa de expandir o consumo via crédito (e contraditoriamente eleva a taxa de juros) e tenta frear a inflação segurando os preços, de forma que só tem a nos oferecer uma perspectiva de mais gastos públicos e imprevisibilidade. Hoje há uma completa falta de confiança nas políticas públicas inclusive por tentar vender a ideia de que a culpa dos problemas é da crise externa. Não é. A culpa é de uma política equivocada que tenta aumentar o tamanho do estado e seu controle e de um modelo que desestimula o investimento e causa incerteza no mercado. Esta eleição é, na verdade, a escolha entre procurarmos um novo caminho ou ir até o fim de uma opção que tende a nos levar para um grau cada vez maior de deterioração dos serviços públicos, da infraestrutura e da qualidade de vida. 

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