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sexta-feira, setembro 14, 2007

A RELATIVIDADE DAS ANÁLISES

A Imprensa Ideal
Seria até engraçado se não fosse doloroso, mas, até mesmo alguns jornalistas tidos como “sérios” embarcam na tese furada, que tem sua origem no filósofo petista Wanderley Guilherme dos Santos, de que “a imprensa no Brasil é um partido político” porque, segundo ele, “se considera indestrutível porque resiste à democratização, à republicanização do Brasil” (sic), por culpa da “capacidade que a imprensa tem de criar movimentação popular, de criar atitudes, opiniões, independentemente do que está acontecendo na realidade”, ou seja, para ele, “a imprensa brasileira tem a capacidade de gerar crises, instabilidade política”. Este poder seria derivado da concentração das notícias em grandes jornais e revistas e da TV Globo.Para Wanderley, este poder é utilizado contra o governo Lula da Silva por suas “prioridades óbvias”, supostamente sua atenção “as classes subalternas”, o que irrita e “faz com que aumente a disposição da imprensa para acentuar tudo aquilo que venha a dificultar e comprometer o desempenho do governo”.
Não se pode negar ao emérito professor sua capacidade de elaboração de teses. O problema talvez esteja na memória, na leitura ou na ideologia. Na própria imprensa também grassa uma outra vertente da mesma tese que é a de que a imprensa estaria julgando, sendo, ao mesmo tempo, “delegados de polícia, promotores públicos, juízes, júri e carrasco”, ou seja, estaria extrapolando suas prerrogativas de consciência nacional e praticando excessos porque, nas palavras de alguns, “a opinião publicada não é a opinião pública”. Engraçado é que, no passado, quando o PT acusava sem a mínima prova, quando na ânsia de cortar cabeças insistia em criminalizar qualquer ato alheio não havia o mínimo questionamento sobre o papel da imprensa que, ao acusar os integrantes do governo FHC por qualquer coisa apenas “exerciam o papel da imprensa livre”. Há!Há!Há!
Ora, a imprensa se alimenta de noticias e, ninguém nega, que, em geral de notícias ruins. A questão é a de que quem a fabrica, nos últimos tempos, quem plantava, e planta, notícias é o próprio governo, o partido do governo e seus integrantes. Nem se precisa lembrar de partidários do PT, membros do MP, que foram punidos por alimentar a imprensa com notícias contra autoridades ou o que a imprensa carinhosamente chama de “fogo amigo”. A grande realidade que não se pode esconder é a de que “nunca antes neste país” um governo fabricou tantos escândalos e, a rigor, a imprensa, que sempre foi de esquerda, alisa mais do que bate e, as empresas, principalmente as grandes, enchem as burras de dinheiro, satisfeitas com o governo Lula da Silva. Se não escondem mais é não dá. Nunca, de fato, a lama foi tão grande e a transparência da Internet deixaria seus meios de comunicação em maus lençóis. A verdade verdadeira é que nunca houve uma imprensa tão pouco investigativa e submissa quanto à do Brasil atual. O sonho do governo Lula e de seus ideólogos, porém, é de que tenhamos uma imprensa tipo três macaquinhos: sem ver, sem ouvir e sem falar.

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