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sábado, janeiro 31, 2009

A ILUSÃO DOS FÓRUNS




Todo ano, já se tornou uma tradição, tanto o Fórum Econômico Mundial como o Fórum Social Mundial, um contraponto supostamente de esquerda ao encontro que é considerado como cúpula dos capitalistas, ocorrem nesta época. . O interessante é que este ano os dois ocuparam muito menos as páginas dos jornais, apesar da escassez de noticias que o primeiro mês do ano sempre tem. Uma parte porque as estrelas desapareceram, ou andam meios ofuscadas; outras porque os eventos perderam parte de sua novidade e da capacidade de fornecer notícias diante da crise econômica que, em geral, somente abre espaço para os indicadores ruins.
Por sinal o Fórum Social Mundial ainda recebeu mais atenção do que o quase desaparecido Fórum Econômico Mundial que recebe todo ano, em Davos, durante uma semana, políticos, empresários e líderes religiosos. Com eles, chegam sempre grandes ou pequenas comitivas, que ocupam hotéis, frequentam restaurantes, cafés e lojas e dão brilho e movimento ao evento. O que os fóruns, com certeza, patrocinam é mesmo turismo tanto que, em entrevista à imprensa, o prefeito de Davos, Hans Peter Michel, disse que o setor mais beneficiado é mesmo o hoteleiro, já que 20% do faturamento anual dos estabelecimentos resulta da semana do fórum econômico.
Não há dados sobre Belém do Pará, sede do Fórum Social Mundial, porém, com a inundação de delegações que incluiu chefes de Estados sul-americanos como Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e Lugo, afora Lula acompanhado de 14 ministros e incontáveis assessores, a colheita deve ter sido farta tanto que houve pessoas que ficaram zanzando atrás de acomodações. De qualquer forma um evento que, afirmam os realizadores, teve mais de 90 mil inscritos e que foi realizado em dois grandes campus universitário, agita uma cidade mesmo grande como Belém.
É notável mesmo é que, pelo que consegui ler a respeito, as únicas coisas em comum que os dois eventos tiveram foram críticas e congestionamentos de trânsito. È bem verdade que, em Belém, a razão do congestionamento foi a falta de organização, um detalhe comum na nossa história, enquanto por lá, em Davos, uma cidade de 13 mil habitantes, é normal que não suporte a chegada de uma grande quantidade de veículos. Lá os habitantes fazem quase tudo a pé, embora tenha veículos.
O certo é que eventos como os fóruns mundiais são interessantes por criar a ilusão de que seja possível reunir o mundo para encontrar soluções, todavia, quem tem espírito analítico e crítico sabe bem que muito pouco se muda nesses locais. È mais um mis em scéne. A vida se resolve mesmo é no dia à dia. Na contagem minúscula dos minutos. Os grandes palcos são só para os comunicados.

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