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sábado, abril 03, 2010

Há solução para o trânsito de Porto Velho?



Bem, é verdade que se pode dizer que o problema de trânsito não é um monopólio de Porto Velho, mas, também se pode dizer que antes nós tínhamos um trânsito que se não era pacífico não tinha esta violência de agora, esta completa falta de regras e opções, os engarrafamentos, a grosseria, a falta de educação e, principalmente, o desagradável fato de que os acidentes se tornam rotina com os corpos estendidos no chão com escoriações e, muitas vezes, com a morte ceifando vidas preciosas. Num ambiente deste, diante do fato de que, mesmo quando se abre ruas, como a parte nova da Avenida Pinheiro Machado, muito pouco melhora é que se tornou também comum perguntar: se o trânsito de Porto Velho tem solução e quando ela virá.
Não se espera, certamente, como muitos ousados e mirabolantes pensam de um metrô nem mesmo da construção de viadutos que, dizem os especialistas, somente transportam o problema de um lado para o outro. Então qual a solução se solução existe? É claro que há soluções. Claro também que não é aceitável justificar os problemas com apenas com o crescimento da frota de veículos. Em parte o maior estímulo ao crescimento da frota reside na falta de um transporte coletivo que dê o mínimo de conforto e condições as pessoas e, ainda por cima, é muito caro pelo que oferece. Porém, qualquer que sejam as soluções elas passam por um estudo do sistema viário de Porto Velho que tem sido tratado com um amadorismo desalentador seja na hora de introduzir modificações, seja na hora de permitir, por exemplo, que prédios, inclusive públicos, agravem o problema ao levar para regiões já congestionadas mais circulação e, consequentemente, maiores problemas de circulação. Um exemplo bem negativo vem da própria Prefeitura que criou um centro de formação de professores, onde existe o Teatro Banzeiros, numa região central aumentando a quantidade de veículos na região central. Região, aliás, que já´deveria ter sido alvo de um tratamento prioritário tantos são os problemas de circulação por ali. Até mesmo o estacionamento é problemático e já pede medidas drásticas, talvez como estacionamentos subterrâneos ou pedágio urbano, quem sabe limitação de trânsito por final de placa do veículo ou mesmo a transformação em parte do centro num imenso calçadão.
Especulações à parte qualquer solução que se venha a implantar exige antes um estudo profundo da problemática, que, de forma simplificada, reside no excesso de veículos individuais circulantes em contraposição à falta quase completa de qualidade do sistema de transporte coletivo. Esta situação, evidentemente, pode ser extrapolada para todo o sistema, que, além de não ter sido concebido para a demanda atual (o último estudo sério do sistema viário foi feito na década de 80) ainda foi agravado pela facilidade de aquisição de veículos individuais aliado as vantagens de sua utilização cotidiana em contraponto com a ausência de transporte coletivo. O cidadão de Porto Velho precisa ter um carro, uma moto, uma bicicleta, um jumento que seja, pois, não pode contar com ônibus. Aliás, a alternativa que as pessoas tem é muita cara que é o táxi e, hoje, por mais incrível que pareça, o mototáxi que, apesar de todas as suas inconveniências e perigos, se tornou um alívio para as classes de renda mais baixa como meio de locomoção. De qualquer forma a solução do problema do trânsito de Porto Velho deve, necessariamente partir da avaliação do sistema urbano como um todo, e depois integrar um conjunto de diversas ações setoriais, inclusive com a criação de ciclovias, novas avenidas e ruas, em sistemas binários que ofereçam alternativas novas e a oferta de um bom serviço de transporte coletivo. È claro que a solução para o trânsito de Porto Velho existe e não deve ser única, nem exclusiva, porém, não virá se não houver uma cobrança política muito forte da população.

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