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sexta-feira, fevereiro 15, 2013

O desperdício de nosso melhor caminho




Hoje, que já ultrapassamos a primeira década do século XXI, criou-se, cada vez maior consciência, de que cidades que possuem universidades tendem a ter um diferencial significativo para gera mão de obra qualificada e ambiente urbano favorável a diversidade econômica e cultural que permite a proliferação e a acolhida de novas ideias. É, como se costuma dizer, um local que tende a ser a estufa do que chamamos de economia criativa, nome que se criou para as atividades econômicas que envolvem as artes, publicidade, cinema, vídeos, moda e até a criação de software e aplicativos para internet. Muitas cidades, no mundo atual, estão atraindo investimentos e conseguindo se desenvolver graças ao aproveitamento deste tipo de vantagem. O Rio de Janeiro, talvez, seja, no Brasil, o melhor exemplo, em especial pela implantação de 7 parques tecnológicos, 20 centros de pesquisa e 22 incubadoras o que, pode não ser uma garantia de inovação, mas, não resta dúvida, que, pelo princípio da quantidade, deve gerar frutos, principalmente, se aliarmos a isto a atração que já exercem as belezas naturais e o ambiente boêmio da cidade maravilhosa.
O Rio é o Rio. Mas, quem disse que apenas o Rio pode ter uma economia criativa? Afinal, se olharmos em volta veremos que Porto Velho, onde, fora a Fundação Universidade Federal de Rondônia-UNIR e o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Rondônia-IFRO, proliferam mais de uma dezena de faculdades que, em geral, possuem, no mínimo, cinco cursos (com a oferta de três cursos de Medicina), já dispõe de um número extraordinário de mais de 15 mil alunos e, mesmo com suas deficiências de infraestrutura, tem todo o potencial para basear na economia criativa uma estratégia para o seu desenvolvimento futuro. Porto Velho, por mais problemas que tenha, possui uma história de cosmopolitismo que lhe habilita a ter o ambiente necessário para reter talentos, bem, até por sua economia incipiente e sem excelência nos serviços, ser um campo fértil para empreendedores e para o desenvolvimento de inovação. É, com um bom planejamento, por vocação, uma cidade comercial e de serviços que tem tudo para ser uma economia criativa.
E sempre surgem iniciativas de empreendedorismo voltado para este campo que são bem sucedidas. Alguns já se tornaram uma tradição como a Banda do Vai Quem Quer, o Arraial Flor do Maracujá, um projeto como o da versão local do “Sempre um Papo”, os Stand Ups ou o Festcine Amazônia que, em 2013, completou seu décimo primeiro ano de edição, porém, iniciativas novas aparecem toda hora. Não faltam pessoas criativas na capital do Estado de Rondônia, como comprovam as iniciativas do SESC, da Fundação Iaripuna, com o Mercado Cultural sendo o centro de um movimento que só não floresceu mais pela falta de apoio. No escuro da insensibilidade pública muitos grupos de intelectuais jovens demonstram exuberância criativa seja no vídeo, na pintura, na literatura, na música ou mesmo nas artes cênicas ainda que nosso teatro continue a ser uma promessa em andamento. É bem verdade que Porto Velho é até conhecida como a cidade do “Já teve” por ter tido, no passado, muitas coisas melhores, mas, ainda temos muitos talentos desconhecidos criando na escuridão.
O que nos falta? Infelizmente são políticas públicas. Há muito discurso sobre o que se vai fazer...porém, nossa economia criativa, que deveria ser a locomotiva do progresso, continua estagnada num novelo de iniciativas que se acumulam sem gerar a riqueza de oportunidades que deveria. Ainda falta a determinação de aproveitar o filão da economia criativa que esta aí, pulsante, diamante bruto, a esperar que a vontade de um governante iluminado faça seu nome criando beleza, bem estar, prazer e progresso. Quem se habilita? 

Ilustração: www.bahiamercantil.co

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