Total de visualizações de página

segunda-feira, junho 15, 2015

Só pra chatear


Bem, ultimamente, tenho até me recolhido à minha insignificância por vários motivos, mas, o principal é que, sendo uma pessoa democrática e pouco afeita aos debates, em especial os irracionais, não convivo bem com o bom mocismo e a pregação socialista massificada que tem sido feita no país seja por meio de uma suposta defesa dos “mais pobres”, seja por desculpas ambientais ou pela praga do politicamente correto, mas, que, a meu ver, desaguam numa posição fascista na medida em que sempre se procura estigmatizar quem não concorda. E olha que não gosto muito do PSDB, até já votei, como já votei no PT, mas, minhas posições não foram, até onde avisto, próximas dos tucanos, nem me agrada o comportamento dos ditos “coxinhas”, embora, seja uma injustiça com uma comida saborosa, principalmente, se bem feita. Mas, na verdade, o último exemplo de tipo de discussão deplorável que assisto estarrecido, é esta idiotice da menoridade penal que é discutida como se fosse conversa de bêbados em bar, sem a menor consciência ou serenidade, como se fosse uma disputa de torcidas uniformizadas onde o que vale é xingar ou até mesmo bater no outro. E me pergunto, na minha reconhecida falta de capacidade, quantos estão, de fato, habilitados para discutir a questão? Não sei nem pretendo responder. Sei que, hoje, se lê muito pouco e se entende de tudo tanto que, apesar do que já li, me confesso cada vez mais impotente para discutir com as sumidades que pululam nos faces da vida.

Penso que todo mundo que tem um pouco de senso já se indignou com as injustiças da vida. Confesso que já fui um seguidor, um leitor voraz, um marxista convicto. Talvez, tenha lido muito mais Marx do que, para ser modesto, 90% dos que o citam. Mas, até o próprio Marx não se considerava marxista ainda vivo. Depois da queda do Muro de Berlim a defesa de uma sociedade estatal, de uma sociedade coletiva é uma tarefa ingrata e contra os princípios básicos da vida, mas, aparece uma imensa horda urrando bordões ultrapassados ainda crentes que estão salvando o  mundo e,  em geral, guiados por pessoas que somente pensam no poder. Querem “justiça social”, porém, não possuem a menor ideia do que seja “justo”. O maior exemplo é que execram o liberalismo que, queiram ou não, continua a oferecer a menos ruim definição de justiça social que é a de que “cada um deve viver do seu trabalho” e não, como desejam os “justos sociais” que um percentagem de seu trabalho seja apropriado por outro. É justo você pegar uma percentagem daquilo que produzi com meu trabalho? Aqui, vale o pensamento do economista Walter Williams, negro e norte-americano, que sempre foi contra esta teoria torta de ajudar o “pobrezinho”. Escreve ele com precisão: “Se eu vir uma pessoa com fome e então decidir abordar violentamente uma terceira pessoa com o intuito de, por meio de ameaças, intimidação e coerção, tomar o dinheiro dela para repassar ao faminto, o que você pensaria de mim? Creio e espero que a maioria de nós veria tal ato como roubo. Será que tal conclusão muda se nós coletivamente concordarmos em tomar o dinheiro de uma pessoa para alimentar o necessitado? O ato ainda assim seria roubo.  Atos imorais como roubo, estupro e assassinato não se tornam morais quando feitos coletivamente por meio de uma decisão majoritária”. Este é um raciocínio válido e que mostra que a democracia, como todas as coisas, se utilizadas sem o devido peso, sem a razão, não passa de um golpe contra a liberdade. É o que temos assistido no Brasil onde até mesmo a impunidade e  ser uma pessoa acima das leis, está sendo arguida como merecida para alguns que, supostamente, defenderam os pobres, quando só cuidavam de seus próprios interesses. A democracia deve sim ser a vitória da maioria, mas, não pode jamais ser usada, como muitos usam, para aplastar os princípios éticos e o direito das minorias. É preciso lembrar que é justo rebelar-se e que nenhum governo, em nome de qualquer direito, pode se impor usando a democracia para cercear a liberdade. 

Nenhum comentário: