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segunda-feira, setembro 07, 2020

DINHEIRO EM ESPÉCIE NO BRASIL ESTÁ EM EXTINÇÃO?

 


Não somente porque meu celular pegou um vírus, mas, também por estar de férias, tenho dado um tempo para ler, ouvir música, ficar fora do mundo digital, de forma que não tenho dado muita atenção as mensagens, inclusive do Whatsapp. Então só agora vi, que o jornalista Lúcio Albuquerque me enviou uma provocação, com uma notícia do “Expressão Rondônia” sob o título “Projeto de Lei quer acabar com o dinheiro em espécie no Brasil” e me pergunta “Amigo, o que você pensa disso?”. Com certeza seria para alguma matéria dele, mas, depois de seis dias não tem mais como servir para ele, mas, me serviu para pensar um pouco sobre o tema. É uma ideia disparatada? Não. Inclusive não seria de imediato, mas, no prazo de cinco anos. Não seria o fim do dinheiro, mas, a adoção da moeda digital. Isto não é nem uma ideia nova. Já, em 1999, Milton Friedman, economista e ganhador do prêmio Nobel, um conhecido liberal, afirmava: “A internet será uma das principais forças para reduzir o papel dos governos. A única coisa que está faltando, mas, que será desenvolvida em breve, é um dinheiro eletrônico confiável”. Embutido aí se encontra o fim do dinheiro físico e a ideia, defendida não somente por ele, de que a moeda deveria ser uma instituição privada, num regime concorrencial e que as pessoas poderiam escolher que moeda usar. Hoje, a moeda que Friedman esperava que fosse feita já existe: o Bitcoin, que é privada e permite que as pessoas façam transações entre si sem interferência de ninguém. Mas, o Bitcoin é apenas a ponta do iceberg de uma mudança completa na forma que usaremos o dinheiro, pois, acreditem existem mais de 2.000 moedas criptodigitais querendo substituir as outras e o dinheiro, fora outros tipos de experiência. É minha convicção de que o dinheiro vai ganhar novos formatos, terá diferentes emissores e circulará livre pela internet como, hoje, se manda mensagens ou textos. Penso que, nos próximos anos, teremos um aplicativo no celular que será uma carteira digital onde guardaremos os diferentes tipos de dinheiro ou ativos digitais. Isto é o futuro. E agora é possível prescindir do dinheiro físico no Brasil? Se olharmos para outros países mais adiantados, por exemplo, a Suécia, mais de 80% de suas transações não são mais físicas e se estima que, em 2023, não haverá mais circulação de cédula física. Na China, outro exemplo de progresso do digital, os aplicativos, praticamente, acabaram com a circulação de papel moeda. Dois aplicativos, juntos, o WeChat e o AliPay, no 1º trimestre de 2019, transacionavam quase 8 trilhões de dólares. Estimava-se que mais de 85% da população chinesa faziam seus pagamentos por celular. Então, se no Brasil temos 231,6 milhões de celulares, o dinheiro em espécie deve estar em extinção, não é claro? A meu ver sim, mas, devagar com o andor. Recentemente lançaram a nota de R$ 200,00. Qual a razão? Com a liberação do auxílio emergencial, segundo o Banco Central detectou, aumentou o uso do dinheiro físico. A razão, aqui, o pensamento é próprio, se deve a que as camadas de mais baixa renda preferem, o que está ligado inclusive à questão de segurança e de escolaridade, o dinheiro físico. Assim, é verdade que o dinheiro físico está em extinção no Brasil, mas, deve demorar ainda muito mais do que as pessoas pensam. Moedas digitais exigem informação, daí, representam mais liberdade e mais responsabilidade, o que requer também mais educação. E educação, principalmente, financeira leva tempo.

 

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