Sei que existem muitas
pessoas que não conhecem ainda o Restaurante Don Peppe, na rua José do
Patrocínio, 736, no centro de Porto
Velho, na denominada “Rua das óticas”, que desemboca no meio da praça do
Palácio Presidente Vargas, hoje Museu Palácio da Memória Rondoniense. Bem não
vou falar do que estão perdendo, mas devo dizer que estão perdendo muito. É que
o Don Peppe é um restaurante bem diferente. Começa que ele tem uma vocação gourmet
por natureza. Um dos seus criadores, o que conheço bem, é o ilustre filho de
Guajará-Mirim, não sei se de origem, mas, certamente de coração, amigo de uma
espécie rara, daqueles que se pode estar perto, ou longe, porém sempre
presente. Trata-se do bon vivant, no melhor de todos dos sentidos, Paulo
César Cortêz de Medeiros, que, de fato, é um cidadão do mundo. Um apreciador, e
com o talento fantástico de saber fazer, de pratos de qualidade inigualável, de
bons vinhos, de chocolates, enfim do que a vida oferece de melhor. Inclusive
possui também a Casa do Alfajor, na rua Brasília, 3292, no bairro São João
Bosco, onde se pode beber uma café ou capuchino da melhor qualidade, bem como
encontrar chocolates, doces e outras preciosidades vindas de Gramado, no Rio
Grande do Sul. Só isto já tornaria nosso querido Paulinho um ser diferenciado.
A questão é que o seu bom gosto o leva muito mais além. O Dom Peppe é também um
local de boa música, de boa poesia, um recanto onde os amigos se encontram e
saúdam com chopes, cervejas, drinques e vinhos da melhor qualidade a vida. E
sempre ao som das melhores músicas. Inclusive, nas sextas-feiras, se pode ouvir
o famoso bandolim de Lito Casara, que dispensa maiores comentários, acompanhado
de um mestre do violão das 7 cordas, certamente o paraense de Santarém, Derival
Marcião. É indispensável, efetivamente, falar mais um pouco a respeito deste
músico porquê, não conheço muitos na verdade, que tenham sua habilidade, e
destreza, no manuseio de um violão de 7 cordas. Deve ser de família por ser primo
de Sebastião Pena Marcião, o conhecido compositor Sebastião Tapajós,
reconhecido violonista clássico que marcou época na vida musical do país.
Derival, sem dúvida, conseguiu atingir um nível de excelência musical que tem
feito o deleite de quem o escuta, ao lado de Lito, com peças e chorinhos que,
em mim, um privilegiado ouvinte, tem proporcionado noites de imenso prazer. Não
vou falar que, no sábado, o Don Peppe tem uma feijoada imperdível, nem dizer
das suas carnes, das massas, do bife à Parmegiana, da provoleta ou dos
sanduíches. Lembrar somente que, em breve, teremos a quinta-feira de massas e
vinhos, com a luxuosa participação da flautista Rose Abensur acompanhada ao
piano. Vou ficar mesmo com a música e com o aconchego da casa: é tudo uma
delícia. E só escrevo isto porque, como tenho poucos leitores, não estamos
correndo o risco de aparecer muita gente. Afinal lá, embora se possa agendar,
normalmente, não existe problema de lugar e de estacionamento. Ou seja, é um
pedacinho do céu em Porto Velho.
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